513 - VIAJANDO NOS OLHOS-SATTVA

Olho pelas janelas de tua alma,
Os teus olhos,
E vejo o grande oceano de ananda (1)
Na consciência cósmica de Brahman (2).

Penso no Amor que te move
E que te faz vir aqui,
No centro de meu coração,
Inspirar a luz de minha vida.

Escuto tuas palavras no silêncio...
Sei que elas falam do amor incondicional.
Sei que é preciso grafar no mundo dos homens
As palavras espirituais desse amor.

Porém, meu amigo dos olhos-sattva (3),
Como registrar o teu olhar cheio de amor,
Nos olhos meus?
Esse olhar que viaja por entre os planos.

Esse mesmo olhar, que absorve as dores
De muitos, que nem sabem de ti,
E os transforma em amor
No silêncio...

Sabe, quando esses olhos entram nos meus,
Tudo muda!
E o que era dor, se transforma em festa,
Na forja da luz que chega.

E percebo que a vida é festa,
Quando se nota a alegria
Que viaja nos átomos vitais,
Cheios da luz de Brahman!

É festa... Quando respiro a vida
E sinto o prana (4) viajando alegremente
Pelos condutos sutis de meu espírito,
Filho do Espírito Supremo.

Não há chagas na pele do meu corpo espiritual.
Elas foram sanadas alegremente,
Quando teu olhar chegou aqui, tempos atrás,
E no silêncio, disse: “Viaje com alegria!”

Em teus olhos, eu vejo tanto!
Em teu amor, eu amo tanto!
Nesses momentos, com você aqui,
Sinto que é o amor que nos leva...

No entanto, como falar desse amor,
Que é só silêncio?
Como escrever sobre o que se sente,
Mas que não se vê com os olhos da carne?

Como levar aos meus irmãos de estudo
O amor silencioso de um olhar?
Como lhes dizer que a luz dos teus olhos
Está nesses escritos simples de coração?

É o teu olhar que olha por mim?
Ou sou eu que vejo em ti
O amor que ainda não tenho,
Mas com o qual sonho voar um dia?

Você é esse amor sereno?
Ou será que é o amor que faz o teu olhar?
Esse amor que está nos turbilhões galácticos,
E no silêncio interdimensional...

Esse amor, nem teu, nem meu,
Mas de todos os seres na casa de Brahman.
Esse amor, sem nome e sem forma,
De todas as formas...

No teu olhar, só serenidade.
Por onde eu capto a mensagem:
Lembrar aos homens da essência espiritual
Que mora neles mesmos.

E com isso, lembrar a mim mesmo,
De que é preciso crescer, amar, sorrir e seguir...
E deslizar com sabedoria nas ondas
Da luz imortal e silenciosa...

Meu amigo dos olhos-sattva,
O teu olhar chegou aqui, e a luz brilhou mais.
E os meus olhos brilharam com tua mensagem:
“Tudo é Brahman!”

No teu olhar, o amor.
Em teu silêncio, a serenidade.
Por tua inspiração, esses escritos.
E em tudo, Brahman!

PS: Esse amor, nem teu, nem meu, mas de todos.
Essa luz, nem tua, nem minha, mas da vida.
Esse Brahman, nem teu, nem meu, mas de todos.
Esses escritos, nem teus, nem meus, mas de Brahman!(5)

- Wagner Borges -
São Paulo, 23 de março de 2004, às 19h46min.

- Notas do sânscrito:

1. Ananda: Bem-Aventurança; Êxtase Espiritual.

2. Brahman: O Todo; O Supremo; O Absoluto; Deus; O Grande Arquiteto Do Universo.

3. Sattva: Equilíbrio; Pureza. É uma das três manifestações fenomênicas: Rajas (atividade, paixões), Tamas (inércia, passividade) e Sattva (equilíbrio).

4. Prana: Sopro vital; Força vital; Energia.

5. Para maior entendimento desses escritos que falam do mestre de olhos-sattva, reproduzo na seqüência um texto anterior que também fala dele. Já foi postado pelo site há quatro anos, e revela alguns pontos interessantes sobre um jornalista-ocultista, hoje desencarnado e morando no “andar de cima”. Inclusive, esse texto faz parte do livro “Falando de Vida Após a Morte”, que será lançado no próximo domingo, na Bienal do Livro. Segue o mesmo logo abaixo.
continua

Texto <513><20/04/2004>

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