O UNIVERSO EM PRETO E BRANCO

As lágrimas escorridas sobre a pele vermelha. Um crime contra um patrimônio da humanidade. Os homens brancos se vestiram de cinza e mancharam a honra de um planeta cheio de preconceitos. Planeta, eu disse! Incluo também esse nosso pedaço de chão. Já ouvi, diversas vezes, que o Brasil acolhe com igualdade todos os irmãos: pretos, brancos, amarelos e vermelhos. Isso é uma meia-verdade.
Aprazaria minha alma se os racistas, assumidos ou camuflados, dessem um passeio nos planos astrais médios ou superiores. Será que achariam uma pista de danças espectrais, com luzes de diversas matizes, piscando feito lâmpadas de natal? Aos mais desavisados e ignorantes, um recado: Espírito e Alma não têm cor! Deus é daltônico. Não consegue distinguir as cores.

O corpo astral ou emocional apenas se veste de invólucros que permitem seu reconhecimento. Para falar mais claro, quando apresentamos a nossa forma energética temos que nos vestir de maneira que as pessoas possam nos reconhecer. Porém, existe uma constatação. Dependendo do estado emocional do indivíduo, seja ele encarnado ou descascado, as cores são distintas, isto é, claras e reluzentes aos mais credenciados e escuras, apagadas, aos mais perturbados.

Faz-me rir quando alguém segmenta demais seu estado atual. O brasileiro, que tem orgulho da sua pátria, exclama seu melhor futebol(?) e pensa que o mundo é resto; o italiano que defende a sua terra e acha que o mundo não tem as mesmas qualidades, o estadunidense que se acha e pensa que é o proprietário do mundo, enfim... O negro que se acha, mas namora a loira. Adota a negritude como uma arma. O branco, raça ariana superior, que chegou nas terras selvagens da América e desfrutou das índias. Lembram do Brasil da era colonial que escravizava as negras ao desejo carnal, inclusive servindo aos clérigos? O amarelo e o vermelho que não se misturam e formam seu Clube do Bolinha.

Ora, vossa mercê acha mesmo que, em todas as encarnações, todas as épocas, todas as idades do mundo, fostes brasileiro, estadunidense, nepalês, tupi ou angolano? Adão era brasileiro? E Eva, nasceu na Pensilvânia? Henoc teve seu berço no Canadá? Sidarta encarnou nos países baixos? E quando não havia Brasil, onde nascestes?

Portanto, nacionalismo ou patriotismo exacerbado é estupidez e ignorância de um sistema muito mais holístico e bem mais sofisticado. Um sistema sem castas. Se algum hominóide, de uma das luas de Júpiter, encontrasse vossa senhoria pelo universo e indagasse de que planeta vistes, qual seria a sua resposta? Do Planeta Moçambique?

Assim é com a consciência das chamadas raças. Sempre negão? Sempre branquelo? Sempre zapuneis? Bem, se achas isso, prepare-se! Lá vem bomba! Acho melhor você rever esses paradigmas e começar já uma auto-análise. A natureza adora pregar peças. O afegão de hoje nasce nova-iorquino amanhã. O cristão pode voltar como muçulmano e o judeu, árabe. O menino que brinca nas tabas de hoje, brinca nos quintais do Porto, amanhã. Assim, Cristóvão Colombo, aquele que é decantado como Mestre Ascensionado e ajudou a aniquilar milhares de índios no continente americano, provavelmente experimentou muita mandioca nas selvas do Brasil.

Amigos, não existem raças! Não existem pátrias! Tudo isso faz parte de um grande teatro universal onde nós somos os títeres. Cumpram bem o seu papel. Desempenhem com amor e sabedoria essa imensa saga. Esse filme de comédia, drama, suspense e aventura que tem apenas um diretor e que damos o nome de vida.

- Mauricio Santini -



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