Viagem Espiritual - Conversando sobre Experiências Fora do Corpo

(Entrevista com o prof. Wagner Borges para uma revista)*

1.Primeiramente, fale um pouco sobre você e o seu trabalho.
- Wagner Borges: Sou carioca, tenho 41 anos e moro em São Paulo desde 1989. A minha especialidade é a comunicação. Pelo fato de comunicar-me bem em público, desde os 19 anos comecei a realizar palestras e cursos alternativos dentro da área de pesquisas parapsíquicas. Daí, de uma forma absolutamente natural passei a escrever bastante sobre espiritualidade em geral, o que levou-me a publicar cinco livros sobre temas espirituais até o presente momento (o sexto livro sairá em breve). Além disso, até mesmo por força da facilidade de comunicação, tornei-me radialista (apresentando o programa "Viagem Espiritual" por três anos na Rádio Mundial de São Paulo), além de escrever atualmente para diversas revistas e jornais dentro da temática espiritual ("Sexto Sentido", "Espiritismo e Ciência", "Evolução", "Espiritismo Cristão", "Jornal Alternativas", "Jornal de Umbanda").
 
2. Quais são os cursos que você organiza?
- Wagner Borges: Realizo diversos cursos que envolvem a temática espiritual de uma maneira geral (Espiritualismo, Hinduísmo, Taoísmo, Ocultismo, Bioenergia, Mediunidade, Aura e Chacras), mas a minha maior especialidade é na área de projeção da consciência, conhecida também como viagem astral ou experiência fora do corpo.
Esse assunto é fascinante. Trata-se da capacidade parapsíquica da consciência espiritual projetar-se temporariamente para fora do seu corpo físico. Nesse caso, a pessoa sente-se saindo do próprio corpo e flutuando logo acima dele.
É uma experiência mais comum do que se pensa, e muitas pessoas passam por algo assim sem saber realmente do que se trata. Alguns pensam que é loucura, outros dizem que isso é algo obscuro, mas trata-se de uma experiência espiritual que ocorre com as pessoas independente de raça, idade, sexo, ou condição social.
Inclusive, até mesmo para situar melhor os leitores, posso relacionar aqui alguns dos sintomas clássicos dessa experiência:
- Catalepsia projetiva: Esse fenômeno causa medo em muitas pessoas, mas é muito mais comum do que se pensa. A pessoa acorda no meio da noite (ou mesmo numa soneca durante o dia) e descobre que não consegue se mexer. Parece que uma paralisia tomou conta do corpo. Ela não consegue mexer um dedo sequer. Tenta gritar para chamar alguém, mas não sai voz nenhuma. A pessoa luta tenazmente para sair desse estado, mas parece que uma força invisível tolheu-lhe os movimentos. Inclusive, pode ter alguém deitado do lado e não perceber nada do que está acontecendo. Dominada por aquela paralisia, a pessoa grita mentalmente: "Eu tenho que acordar! Isso deve ser um pesadelo!" Mas ela já está acordada, só não consegue se mover. Devido ao pânico que a pessoa sente, seus batimentos cardíacos se aceleram. A adrenalina se espalha pela circulação e estimula o corpo. O resultado disso é que a pessoa recupera os movimentos abruptamente, normalmente com um solavanco físico (espasmo muscular). Em poucos momentos, seu cérebro racionaliza o fato e dá a única resposta possível: "Foi um pesadelo!" Algumas pessoas mais impressionáveis podem fantasiar algo e jogam a culpa da paralisia em demônios ou seres espirituais. Na verdade, a pessoa acordou no meio de um processo vibratório decorrente da mudança do padrão de vibrações do corpo espiritual em relação ao corpo físico. Ela acordou em um estado transicional dos corpos. Simplesmente, ela despertou para uma situação que ocorre todas as noites quando ela dorme. Antes, ocorria com ela adormecida, e naquela situação ela acordou bem no meio da transição. Se a pessoa ficar quieta e não tentar se mover, sentirá uma sensação de flutuação por sobre o corpo. Ocorrerá um desprendimento espiritual consciente! E então ela poderá comprovar na prática de que aquilo é realmente uma saída do corpo. Verificará por ela mesma de que não se trata de doença ou coisa do demônio. Se ela não quiser tentar a experiência, é só tentar mover o dedo indicador de uma das mãos ou uma das pálpebras, assim ela recupera o movimento tranqüilamente.
- Ballonemant: A pessoa acorda e sente a sensação de estar inflando (semelhante a um balão inflando). Na verdade, é sua aura que está dilatando, mas como ela não sabe disso, pensa que é o corpo que está crescendo e inchando em todas as direções. Se a pessoa ficar quieta e deixar a sensação continuar, ela se projetará suavemente para fora do corpo. Não há perigo algum. Inclusive, essa sensação é muito familiar a sensitivos e médiuns em geral, pois eles têm forte tendência de soltura energética.
- Sensação de falsa queda durante o sono ou cochilo: Quase todo mundo já sentiu isso alguma vez. A pessoa está deitada cochilando (hipnagogia) e, repentinamente, tem a sensação de estar escorregando ou caindo abruptamente da cama. Então, ela desperta com um solavanco físico e um pequeno susto. O que aconteceu? Simplesmente seu corpo espiritual deslocou-se uma polegada para fora do alinhamento vibratório com o corpo físico e foi tracionado vigorosamente para dentro, pois o metabolismo ainda estava ativo e impediu uma soltura maior. Quando eu era pequeno, minha vó dizia que isso acontecia comigo porque eu estava crescendo. Só que não cresci muito (tenho 1,67m de altura) e até hoje isso acontece comigo.
- Estado vibracional: a pessoa desperta no meio do sono e sente uma série de vibrações (descargas energéticas) propagando-se pelo seu corpo. Parece que ela tem uma tempestade elétrica percorrendo seu corpo, às vezes acompanhada de fortes zumbidos dentro da cabeça. Isso ocorre porque o corpo espiritual acelera suas vibrações para escapar das lentas vibrações do corpo denso. Se a pessoa ficar quieta e deixar a sensação continuar, ela se projetará em instantes.

Há outras sensações decorrentes da soltura do corpo espiritual em relação ao físico, mas estas são as mais comuns.
No meu caso em particular, comecei a ter essas experiências aos 15 anos de idade. Na época, década de 1970, quase não haviam informações abertas sobre esse assunto. Daí, tive que pesquisar sozinho até descobrir o que estava rolando de verdade comigo. Com o passar do tempo, acostumei-me com aquelas experiências e notei que muito do que se falava a respeito dentro dos meios espiritualistas não correspondia às saídas do corpo que eu experimentava.
Posteriormente, conversando abertamente sobre essas viagens astrais, descobri que muitas pessoas passavam por essas experiências e não entendiam direito o que estava rolando com elas. Foi aí que decidi realizar palestras públicas para explicar melhor o tema em aberto. Com o interesse do público cada vez maior em cima, passei a montar cursos para clarear o assunto.
O resultado disso é que estou fazendo isso há mais de vinte anos, e sempre com bastante público assistindo. A metodologia que uso é extraída diretamente da experiência prática desses anos todos. Por isso uso de linguagem bem simples e de fácil compreensão, justamente para facilitar a exposição do tema de forma normal e bem urbana.

3. Quem pode participar de cada um dos cursos, quantas pessoas por turma, onde acontece?
- Wagner Borges: Um curso dessa natureza é indicado para pessoas que queiram conhecer o assunto dentro de uma ótica espiritual para o próprio crescimento como ser humano. Excetuando-se pessoas que não estejam bem física ou psiquicamente (pois essas precisam de tratamento adequado para primeiro se sentirem bem consigo mesmas), o curso é aberto para qualquer pessoa.
Normalmente um curso tem cerca de 50 a 70 alunos em média, dependendo da época do ano. Como esse assunto é muito vasto, faço o curso em quatro etapas, cada uma delas de dois sábados consecutivos. **

4. Você esteve no programa do Jô Soares?
- Wagner Borges: Sim, por duas vezes. A primeira vez foi em 1993, quando lancei o meu primeiro livro ("Viagem Espiritual Vol. 1"), ainda no SBT. A segunda vez foi em 2001, já na Globo.
Em ambas as ocasiões a entrevista foi repetida nas férias do programa, e a repercussão foi muito legal. Inclusive, na segunda vez foram projetadas no telão do programa algumas ilustrações coloridas de saídas do corpo extraídas do meu segundo livro. O Jô e o pessoal da produção dele me trataram muito bem nas duas entrevistas. ***

5. É verdade que você curte rock?
- Wagner Borges: Sim, adoro música, principalmente rock progressivo (Yes, Pink Floyd, Jethro Tull, Genesis, IQ, Camel, Focus, Flower Kings, Spock´s Beard e outros) – Um dos programas que eu fazia na Rádio Mundial até dezembro passado era sobre rock progressivo.
Já tive saídas do corpo enquanto ouvia deitado os sons viajantes do Yes e do Rick Wakeman. Também gosto de música New Age e Word Music.
Ás vezes, escrevo sobre rock progressivo para algumas publicações.

6. Deixe alguma mensagem legal para os nossos leitores:
- Wagner Borges: Ok. Deixo um grande abraço para todos, e dedico o texto abaixo aos leitores.
 

Imprimir