1156 - OS RISHIS E O SOPRO VITAL DO ETERNO

Sábio é aquele que descobriu o Céu em seu próprio coração.
É quem viu o eterno em cada alvorecer – e também em cada entardecer .
É quem ama com um simples olhar silencioso... E vê o Real, mesmo em meio às brumas de ilusão.
É quem vê o Divino no olhar da criança – e também no olhar do Ancião.
Ah, sábio é quem não se julga sábio, mas, sim, um eterno aprendiz do Todo.
É quem voa nas asas de uma linda canção e sente, no seu bojo, uma manifestação do som das esferas espirituais.
É quem reconhece o Ser Supremo em cada criatura.
É quem abdicou das ridículas noções de “Eu” e de “Meu”, e sente-se como criança diante da magnitude do infinito que vislumbra...
É quem navega no oceano da existência com as velas de sua nau insufladas pelo vento do Supremo.
É quem sabe que o grande comandante de tudo é Brahman!*
Ah, sábio é quem diz, de todo coração “Tudo é Ele!...Tudo é Ele!...Tudo é Ele!”
 
P.S.: 
O Supremo mora no coração e os sábios moram com ele!
E, de sua morada luminosa, eles olham a sucessão das eras e a evolução dos homens... E, silenciosamente, eles abençoam a jornada de todos os seres.
Sim, eles velam secretamente, por obra e graça do Supremo Amor.
Porque eles sabem que Brahman é a respiração de tudo que respira!
E são eles que ensinam: “É só o Amor que nos leva...”
Oxalá as velas de nossas naus também estejam insufladas pelo Vento do discernimento e do Amor, rumo ao porto feliz da Consciência Cósmica...
 
(Dedicado aos Rishis** que inspiraram a consecução dos Upanishads no seio do mundo dos homens, e que velam silenciosamente a favor do bem de todos os seres.)
 
- Wagner Borges -
São Paulo, 02 de março de 2012.
 
- Notas:
* Brahman – do sânscrito - O Supremo; O Grande Arquiteto Do Universo; Deus; O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência, além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-Lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.
** Rishis – do sânscrito – sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos Upanishads (a parte final dos Vedas, síntese da sabedoria espiritual desses sábios).
Obs.: Ver o texto “Lembrando as Almas Livres...”, postado no site do IPPB no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&;view=article&id=10576:1124-lembrando-as-almas-livres&catid=31:periodicos&Itemid=57


Texto <1156><14/03/2012>

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