1710 - EM BUSCA DO AUTOCONHECIMENTO - 2ª Parte*
EM BUSCA DO AUTOCONHECIMENTO – 2ª Parte*
Entrevista publicada na Revista Espiritismo & Ciência – Número 33 – Páginas 28-33; Ano de 2005 - Mythos Editora.
Leia a segunda parte da entrevista com Wagner Borges a respeito do autoconhecimento, propondo o caminho do raciocínio não dogmático e com liberdade de pensamento.
- Qual a contribuição dada pelo Espiritismo no campo do esclarecimento e auxílio ao autoconhecimento?
Wagner Borges - O grande mérito do Espiritismo, na minha opinião como um estudioso de diversos tipos de segmentos, foi ter arrombado o segredo e trazido para um nível popular aquilo que antes era só dos iniciados.
O Espiritismo permitiu à população conhecer a reencarnação e a vida após a morte. Se ele não tivesse surgido como uma doutrina aberta, pública, esses conhecimentos até hoje seriam esotéricos, fechados dentro de grupos, que também são muito bons; porém, a população somente teria acesso por processos iniciáticos. Então, nesse caso, o Espiritismo trouxe a abertura de informações.
Uma outra coisa boa é que quem segue o Espiritismo não precisa passar por nenhum grau iniciático para galgar as informações; tudo está em aberto. Se as pessoas quiserem percorrer esse caminho, poderão crescer muito; esse é o grande aporte do Espiritismo.
Não podemos esquecer também que, para as mulheres, existe a mesma possibilidade de estudo que para os homens, o que mostra o caráter aberto do Espiritismo.
Só precisamos ficar bem atentos ao seguinte ponto: Como no Brasil o Espiritismo se propagou muito, o movimento espírita nem sempre tem ido ao encontro do trabalho de Allan Kardec. Ele nos deixou ideias que precisam estar em constante construção (como o crescimento de um prédio). Os alicerces e fundamentos foram fincados por Kardec, para que esse prédio fosse sendo construído sempre. Mas parece que, em certos pontos, parou no segundo ou terceiro andar e não se consegue sair dali.
Isso não é uma crítica ao Espiritismo, mas ao movimento espírita brasileiro, que o deixou muito preso ao Evangelho. Que me desculpem se eu fizer uma brincadeira, mas se diz nos bastidores que não é mais o Evangelho Segundo o Espiritismo, é o “Espiritismo Segundo o Evangelho”.
Estou dizendo isso porque, em alguns lugares, presenciei o cancelamento de reuniões de desobsessão, que foram substituídas por evangelização. A sessão mediúnica numa casa é uma coisa básica: os espíritos precisam da manifestação; caso contrário, não é uma sessão espírita.
Não são todos os grupos, mas existem alguns que encamparam o Evangelho de tal maneira que se esqueceram dos próprios espíritos. Não é um contrassenso um católico gostar mais da missa do que de Jesus? Da mesma forma, é um contrassenso um espírita gostar mais do Evangelho que dos espíritos. Desse modo, deixa de ser Espiritismo para ser evangelismo.
Na obra do Kardec, o primeiro livro é O Livro dos Espíritos. No Brasil, o Evangelho pegou mais porque o brasileiro tem essa tendência.
O que eu quero dizer é que precisamos injetar um pouco mais de esclarecimento. Não tenho nada contra o Evangelho, que é maravilhoso, mas só evangelizar não significa esclarecer.
Vou dar o meu exemplo, para ficar mais claro. Quando era jovem, eu chegava aos centros espíritas porque eu tinha minhas saídas do corpo, e aí ouvia: “Ah, meu filho, você precisa ler o Evangelho”. Ora, no Evangelho não tem nada esclarecendo as saídas do corpo, e não me ajudou em nada. Como se quisessem me dizer que, com a leitura do Evangelho, as saídas do corpo cessariam. Um médium, para ser esclarecido, tem de ler O Livro dos Médiuns, além de outros livros de Kardec, incluindo livros de outras fontes.
Sou um grande admirador do trabalho de Allan Kardec e, por isso, me sinto à vontade para fazer essas colocações que, como eu disse anteriormente, não são sobre o Espiritismo.
Precisamos nos libertar do dogmatismo religioso, pois é ele que nos leva ao conservadorismo, como já ocorreu antes com outros segmentos religiosos e doutrinários.
Para finalizar, quando me referi ao Evangelho, não fiz críticas a Jesus, porque ele é fantástico. Porém, quero lembrar que, além dele, temos Krishna, Buda, Maomé e outros, que não podem ser esquecidos.
- Costumamos compreender bem mais as necessidades ligadas aos nossos cinco sentidos. Porém, muitas vezes, a intuição é pouco observada ou percebida. Poderia nos falar um pouco sobre esse assunto e até exemplificar com alguma experiência pessoal?
Wagner Borges - Inicialmente, precisamos separar a intuição anímica ou pessoal de uma inspiração vinda do mentor espiritual. A intuição anímica é uma capacidade que até os animais possuem; no nosso caso, enquanto espíritos que somos, também a possuímos, e é algo independente do auxílio espiritual do mentor.
Já na inspiração, ocorre a interferência mediúnica, um processo bastante sutil que, na verdade pode até ser confundido como uma ideia inteiramente da própria pessoa.
Independentemente da origem de uma ideia – se ela veio de dentro ou de fora – precisamos aprender a percebê-la, pois, com essa percepção, podemos mudar situações e acontecimentos de acordo com o que ela esteja nos apresentando.
Existem situações em que afirmamos: “Puxa, segui a minha intuição e quebrei a cara”. Normalmente, essa não era, na verdade, uma intuição. Quando ficamos um mês pensando em como vamos resolver um assunto, ele pode ter se tornado uma questão revestida pela razão, pelo intelecto.
Costumo brincar com isso dizendo que o pensamento “vai no varejo”, e a intuição “vai no atacado”, porque é em bloco que se processa a ideia.
Conforme podemos perceber, a intuição percorre um caminho que sempre irá beneficiar o seu progresso, mas se revestirmos de razão e pensamento, distorceremos a intuição e, às vezes, até a culparemos caso alguma coisa tenha dado errado.
A intuição sempre está certa; é o pensamento que estraga tudo. Interpretar a intuição é o que gera a distorção. O que se deve fazer é ouvir a intuição com o coração aberto, para que, ao recebê-la, a pessoa possa saber que é aquilo.
- Por que as pessoas não escutam a intuição?
Wagner Borges - Porque elas estão sempre com os sentidos voltados para fora, como já dizia o Buda. A maioria das pessoas está sempre mergulhada nos cinco sentidos, que trazem as informações de fora. Com isso, não há tempo de elas mergulharem num sexto ou sétimo sentido, que é onde vai “cair a ficha” da intuição.
Quando estamos voltados para os cinco sentidos, a intuição até aparece, mas a pessoa não a escuta porque o ruído sensorial desses sentidos a leva para fora, e ela não para – e, por isso, nada percebe. Uma pessoa, por exemplo, que passa o dia todo olhando para isso e aquilo e só fecha os olhos para dormir; ao fechar os olhos na tela mental, ficam milhões de ideias ou imagens “pululando” enquanto ela cai no sono.
Aí fica a sugestão: que tal tirar uns quinze minutos todo dia para fechar os olhos sem ser para dormir? E para que isso? Porque, após mais ou menos uns três meses, se essa pessoa se acostumar a fazer essa prática todos os dias, talvez “caia uma ficha”, uma intuição, nesses minutinhos em que se propôs a fazer uma “pausa interior”.
Essa é uma prática tão simples que pode ser feita até no chuveiro, após um dia de trabalho. São apenas quinze minutos de silêncio e olhos fechados, nos quais a pessoa se dedica a “baixar os e-mails” do plano espiritual.
O silêncio interior é fundamental na vida das pessoas; não dá para fechar os olhos só na hora de dormir. Quando nossa mente se acostuma, depois de um tempo aprende que é possível captar esse algo a mais que a vida nos proporciona, e que não percebemos apenas por falta de treino.
Outra importante observação a fazer, também relacionada à intuição, é que, ao sairmos do corpo físico durante o sono, muitas vezes conversamos com o mentor espiritual; porém, ao acordarmos, não nos lembramos de nada. Tudo o que acontece durante esses encontros fica registrado e, às vezes, surge no decorrer do dia na forma de intuição. Todos nós possuímos esse mecanismo.
O que é bom sempre deixar claro é que nenhum mentor diz o que a pessoa deve fazer, porque a vida carnal é uma experiência. Se ele nos dissesse o que fazer, equivaleria à situação em que o professor, no dia de uma prova, dá a cola ao aluno. Na verdade, ele nos auxilia dando ânimo e força para superar alguma dificuldade e, no máximo, uma pista a partir da qual podemos observar determinados pontos com mais profundidade. As dicas são para que se possa correr atrás da resolução daquela prova.
Ao longo de minha vida, tive muitas experiências intuitivas, tanto anímicas quanto mediúnicas, e que me fizeram mudar uma decisão na última hora. Quantas vezes já me aconteceu de lembrar, logo ao voltar para o corpo físico, que alguém me havia dito alguma coisa importante, mas absolutamente não conseguia saber o que era. Ao longo do dia, de repente, aquela lembrança vinha num estalo e, em muitas situações me afastou de problemas sérios.
Uma delas, por exemplo, ocorreu quando estava caminhando e fui desviado de entrar numa rua, virando inadvertidamente para outra; um minuto depois, escutei um tiroteio. Soube que morreram dois transeuntes.
Outro fato bastante interessante que também ocorreu comigo foi quando entrei num mercadinho para fazer compras sem que precisasse; de repente, me deu vontade de entrar no mercado, e não tive dúvida: entrei. O mais engraçado é que, depois, eu parecia um zumbi; estava totalmente aéreo, porque não tinha motivo para entrar lá. Como eu moro sozinho, estou acostumado a comer coisas como miojo; peguei alguns e mais umas coisinhas, mas não sabia o porquê de estar ali. Simplesmente segui a minha intuição. Fiquei no supermercado um bom tempo e só quando fui para a fila do caixa é que eu entendi o que estava fazendo lá. Uma senhora de bastante idade se aproximou de mim, muito magra, quase sem carga vital; com uma mancha escura acima do chacra no alto da cabeça – o coronário. O que queria me mostrar aquela situação? Em pouco tempo, aquela senhora iria desencarnar; sua vida estava se esgotando. Quando seu olhar cruzou com o meu, percebi nitidamente que havia sido levado àquele mercado pelos mentores extrafísicos, para que eles pudessem puxar minhas energias e energizá-la um pouco até o seu desencarne.
Nem eu nem ela sabíamos o que estava acontecendo. Somente o olhar dela dizia tudo e, de mim, saía ectoplasma, bocejos, lágrimas dos olhos, como numa sessão mediúnica. É claro que ninguém no supermercado percebeu; apenas eu e os amparadores espirituais. Um deles me fez um sinal, como se estivesse me agradecendo, e aí entendi que tanto eu quanto aquela senhora havíamos sido levados até lá, por eles, para essa tarefa. Não há nada que possamos intuir que Deus já não tenha intuído há muito tempo. Com isso, não há nada que seja original; o “direito autoral” é sempre do Criador.
Nossa vontade, porém, é soberana, anímica; quando decidimos algo, realmente sonos nós que decidimos.
- Sabemos que os espíritos mais elevados possuem uma energia mais pura e sutil. Sendo assim, se buscarmos a evolução espiritual pela lógica, deveremos sutilizar nosso campo energético. Como podemos atingir essa mudança?
Wagner Borges - Se a nossa aura reflete o que pensamos e sentimos, é claro que pensamentos e sentimentos mais nobres já purificam e sutilizam a aura. Estamos aqui falando de energia.
Então, seguindo o que Jesus nos recomendou: “Orai e vigiai”; o orar não significa fazer todo dia dez salmos 23, ou rezar cinco Ave-Marias e cinco Pais-Nossos.
Precisamos entender o ato de orar como uma conexão com algo superior. E o que seria esse “algo superior”? Aí depende, porque, para um cristão, é Jesus; para um budista é o Buda; para um islâmico, é Maomé; para o chinês, é Lao-Tsé; e para o hindu é Krishna.
Cada uma dessas referências é superior e pode ser usada como melhor convier às pessoas. E quem não tem referência alguma? Pense no sol, no universo ou em algo grandioso da criação, para poder se ligar com algo maior.
Esse é um trabalho a ser feito e que levará muitas vidas, porque o pensamento e o sentimento não melhoram de repente. O “vigiai”, ao qual Jesus se referia, não é vigiar a vida alheia, e sim vigiar os próprios pensamentos e sentimentos; é autopoliciamento.
Em ralação a essa questão, estudando a sabedoria dos celtas, aprendi que, quando fazemos o policiamento mental, estamos fazendo a ronda, sozinhos. Por isso é tão difícil; porque dá trabalho policiar a própria mente.
Já que citei os celtas, é bom lembrar que Allan Kardec é um pseudônimo celta, passado pelos espíritos. Eles esclareceram ao próprio Kardec que, em vidas anteriores, ele foi um sacerdote druida, do povo celta, e que seu nome era Allan Kardec.
Muitos espíritas não sabem disso. O povo celta acreditava na vida após a morte e em reencarnação, e essa herança foi trazida pelo próprio Kardec, que se preparou antes no mundo celta para depois reencarnar na França, como organizador e codificador do Espiritismo.
- No que consiste o despertar consciencial?
Wagner Borges - Essa pergunta é meio difícil de responder, mas posso dizer o seguinte: o despertar de uma consciência é como o nascer do sol; não faz barulho algum. Não escutamos o som do nascer do sol, como também não conseguimos escutar o som do despertar de uma consciência.
Nesse plano físico, ninguém vai perceber um acontecimento desse tipo, mas em outros planos, vão perceber que a sua luz aumentou, é como uma supernova consciencial (um termo que certa vez um mentor espiritual usou para me explicar que uma consciência despertou, e não é mais aquela “coisinha”; é uma explosão de luz, um acontecimento magnífico).
Não há um valor no plano físico para mensurar o nível de despertar de um outro ser humano, porque os valores que cada um de nós tem são sempre relativos. Aqui na terra podemos observar que o que é valioso para uma cultura pode não ser tão importante para outra; o que é moral numa cultura, pode ser imoral em outra. De uma coisa podemos ter certeza: o despertar da consciência traz sempre a maturidade, e não é a maturidade relacionada à idade, mas sim a maturidade espiritual, aquela que não abafa a criança interior, porque ela é riso, é dança, é alegria.
Quem é maduro permite-se rir, cantar, ser artista e fluir na vida, sem travas nem repressões. O despertar começa a surgir principalmente na parte emocional. O equilíbrio emocional é fundamental para a conquista da serenidade. A serenidade, junto ao amor profundo, desperta o chacra do coração.
Não disse que era uma resposta difícil? O despertar do chacra do coração, por exemplo. Vou explicar e tentar passar o que aconteceu comigo mesmo; é um estado de consciência e de alegria perene. Nós nos tornamos uma pessoa alegre, mesmo que estejam rolando coisas difíceis em nossa vida. A predisposição é de alegria e independe de tragédias ou coisas boas que estejam acontecendo. É um estado íntimo que não se sabe de onde vem.
Parece que acessamos, como espíritos, um certo nível que não nos permite mais cair numa tristeza, mesmo que tudo em volta de nós possa motivar isso. Uma paz interior toma conta de nós. Talvez seja aquela à qual Jesus se referiu quando disse: “Minha paz não é desse mundo”.
A paz deste mundo em que vivemos é um intervalo entre guerras. Quando afirmamos que estamos em tempo de paz é porque não estamos em guerra.
Jesus falava da paz que vem de dentro, e aí fica a pergunta: Mas de onde vem isso? Não sabemos dizer; foi um véu que se desvaneceu, uma sombra que saiu do seu coração e que se tornou de ouro. É uma virada em nossa vida e não há treino para isso. Simplesmente acontece, após os esforços que vêm sendo feitos na vida. Quando esse sentimento se abre, você é possuído pelo próprio coração. Eu não estou falando de uma forma romântica ou piegas, não. Somos realmente possuídos por uma profundidade de coração. Ficamos generosos, não conseguimos mais acumular ódio.
Com a mágoa acontece a mesma coisa: ficamos aborrecidos naquele momento em que nos fazem algo, mas dali a pouco, já passou. Esse sentimento de despertar também tem a ver com nossa meta existencial, porque quando nos sentimos encaixados com nossa meta de existência, nós nos sentimos completos, plenos.
Por exemplo, eu me sinto muito completo porque eu trabalho naquilo que eu gosto e faço coisas que me realizam na parte espiritual. Não sou um missionário, mas sei que vim fazer isso; sou apenas um ser humano. Tenho defeitos, mas sei que também possuo essa coisa boa, que é passar para as pessoas certos conhecimentos, e isso me deixa feliz e pleno.
Cada pessoa – quando exerce o talento que veio realizar, independentemente de família, de estar casado ou solteiro – na China, no Brasil ou em qualquer lugar – sente que é ela mesma. O médico que veio para exercer a medicina só irá se realizar se for médico. Com um artista, a mesma coisa; um músico, um engenheiro. As pessoas vêm com talentos e são treinadas, talvez como espíritos, e se elas se desviarem desse talento, sofrem e não se encontram.
Há um desencontro dentro delas mesmas. A mesma coisa acontece num relacionamento afetivo. Às vezes, só para não termos de ficar sozinhos ou por medo, ocupamos o espaço vazio com alguma outra pessoa. Não é horrível? As pessoas encontram muitas formas para ocupar o espaço vazio de suas vidas e se desviar do que vieram fazer, mas nunca estarão plenas nem felizes enquanto adiarem.
- Muitas vezes, não é fácil encontrar respostas para nossas dúvidas existenciais, e precisamos de facilitadores, ou mesmo de ajuda terapêutica ou psicológica. Com sua vasta experiência como estudioso, pesquisador, escritor e facilitador das questões espirituais, quais são, na sua opinião, as práticas mais eficazes no processo de autoconhecimento espiritual?
Wagner Borges - Sem dúvida alguma é a meditação. Ela é fundamental porque funciona como autoterapia e é a mais profunda que existe, pois permite o encontro consigo mesmo.
Sinto muita pena do pessoal que pensa que meditação é algo oriental e não se permite fazer. A meditação é um mergulho dentro de si mesmo, no qual a pessoa pode se autoconhecer, estabilizar-se por dentro, sentir-se melhor.
O erro que muitos orientais cometeram foi o excesso, porque na meditação eles foram tão para dentro de si que esqueceram a vida de fora. Já os ocidentais ficam tão “para fora” de si, que se esquecem que têm um mundo dentro deles.
O ideal é sempre o equilíbrio. Quando meditamos, ficamos mais serenos, mais alinhados, e podemos enfrentar o mundo com um coração mais cheio de luz. Porém há pessoas que chegaram a um tal ponto que se sentem perdidas e precisam de apoio psicológico. Nesses casos, concordo que realmente precisa haver um acompanhamento, mas existe muita gente que está sendo “terapeutizada” em excesso e que poderia, por uma via espiritual, ter encontrado seu equilíbrio. Conheço tantos médiuns que estão com a mediunidade aflorada e tratando isso como distúrbio psicológico. Mas é, na verdade, mediunidade! Se estivessem cuidando de sua mediunidade, estariam bem e se sentindo plenos.
Também há o contrário acontecendo por aí, nos centros espíritas e outras casas em que as pessoas com distúrbios psicológicos estão sendo tratadas como médiuns. É preciso haver um bom senso para saber o que é mediunidade e o que é esquizofrenia. Logicamente, aquelas pessoas que já se encontraram consigo mesmas podem descobrir outras ferramentas e, através delas, evoluir. Não estou, de modo algum, tirando o valor de uma terapia. Cada caso é um caso.
- Notas:
* A primeira parte da entrevista foi postada como texto 1709.
Texto <1710><09/10/2019>
Tags: Wagner Borges