1725 - O RIO E O DESERTO

 
 
1725 o rio e o deserto
 
O RIO E O DESERTO
Para o Dr. Manuel Bautista.
 
- Por J. J. Benitez -
 
Um rio, depois de correr livre e despreocupado entre penhascos nevados, profundos cânions e férteis campinas, chegou ao deserto.
Suas águas, até então ágeis e transparentes, perderam a velocidade e se viram turvadas pela areia.
E aquele rio, em sua agonia, clamou aos céus:
- Que posso fazer para continuar meu caminho?
Uma velha palmeira, ao ouvi-lo, compadeceu-se e sussurrou da ponta de suas folhas:
- Evapora-te e salvarás tua essência.
E aquele velho rio, compreendendo, elevou-se sobre si mesmo, unindo-se às nuvens do céu.
 
(Texto extraído do excelente livro "A Outra Margem" - do jornalista, pesquisador e escritor espanhol J. J. Benitez - Editora Mercuryo.)

Texto <1725><26/03/2020>
 

Tags: Wagner Borges

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