378 - UMA PROJEÇÃO DE DANIEL DOUGLAS HOME
No verão de 1853 Daniel foi morar com três amigos que estavam estudando no Instituto Teológico de Newburgh, Nova Iorque. Contudo, não tomou parte em estudo algum e parecia passar a maior parte do tempo em meditação. Durante esse período teve uma curiosa visão, sobre a qual não há outra confirmação a não ser o que ele próprio contou de como aquilo acontecera.
A área em torno do edifício era muito bonita, e Daniel gostava de procurar ali um lugar onde pudesse sentar-se e observar o Rio Hudson fluindo em direção ao mar. Por muitas vezes ficou ali até após o escurecer, pelo prazer de ver as luzes se acenderem nas casas das fazendas que ficavam abaixo da escarpa sobre a qual costumava sentar-se. Certa noite, quando ali estava observando aquelas luzes, começou a pensar na morte. Ao voltar para a sua residência aquele pensamento ainda lhe ocupava a mente. Deitou-se em sua cama, e, olhando através da janela aberta, viu uma bela estrela cintilando no céu.
Foi, então, tomado por um estranho sentimento. "Lembro-me de ter indagado a mim mesmo" - escreveu ele, mais tarde - se estava ou não adormecido. "Então, para meu espanto, ouvi uma voz, que reconheci, mas não identifiquei". Temos a impressão de que se tratava de sua jovem irmã, que morrera muitos anos antes. "Não tenhas medo, Daniel. Eu estou junto de ti. A visão que vais ter é a da morte, mas, apesar disso, não vais morrer. Teu espírito deve retornar ao teu corpo, dentro de algumas horas. Confia em Deus e em seus bons anjos. Tudo estará bem".
A voz extinguiu-se e Daniel sentiu que sua alma deslizava para fora do seu corpo. Contou-nos que tentou agarra-se à existência, e disse que não temia a morte e confiava no anjo guardião que lhe tinha falado. O que temia era as coisas que poderia encontrar, e que "poderiam perturbar minha vida futura".
Seu corpo ficou entorpecido, mas a atividade de sua mente aumentou. Seu corpo espiritual separou-se do seu corpo físico. Aquele corpo que ele estava deixando parecia ser composto de "milhares de cintilações elétricas que tomaram forma de corrente, despedindo seus raios pelo corpo, de uma forma das mais maravilhosas." O único elo entre seu corpo material e seu corpo espiritual "parecia ser uma luz prateada, que emanava do cérebro".
A voz que lhe falara antes, dizia-lhe, agora: "A morte não é senão um segundo nascimento, correspondendo, sob todos os aspectos, ao nascimento natural. Se o elo da união fosse agora rompido, jamais poderias voltar ao teu corpo, mas, como já te disse, isso não vai acontecer... Deus é amor, e ainda assim Seus filhos duvidam Dele. Não disse Ele: "Bate, e te será aberto; procura, e acharás?" Suas palavras devem ser tomadas tal como foram ditas... Fica bem calmo, pois dentro de alguns minutos tu nos verás a todos. Mas não nos toques, e deixa-te guiar por aquele que for escolhido para ir contigo, já que eu devo ficar ao lado do teu corpo".
Luz estranha fez-se ver em torno, então. "Jamais os raios do sol terreno lançaram tais raios, fortes em beleza, suaves em amor, aquecidos no resplendor vital... Aquela luz celestial vinha dos que estavam de pé diante de mim, mas ainda assim a luz não era criada por eles, mas lançadas sobre eles de uma fonte mais alta e mais pura".
O espírito de alguém que Home conhecera na terra conduziu-o para a sua excursão aérea. O propósito parecia ser o de dar-lhe conhecimento de como o mundo dos espíritos observa os que amou na terra. Home e seu guia flutuaram sobre uma nuvem purpurina até que Daniel pudesse ver um chalé rústico abaixo deles. As paredes fizeram-se transparentes a seus olhos. As pessoas que ali moravam estavam adormecidas.
"Vi vários espíritos que estavam vigiando os adormecidos. Um desses espíritos tentava imprimir em seu filho a idéia de onde encontrar uma relíquia perdida. Num quarto anexo vi alguém atormentado em seu sonho, produto de um corpo doente".
Home foi, então, levado de volta ao seu próprio corpo, embora protestasse por deixar tão depressa o mundo dos espíritos. Disseram-lhe que o tempo passa mais devagar no após da vida, e que ele ali estivera durante onze horas. Fizeram seu espírito retornar ao corpo, com essa recomendação: "Volta à terra, ama teu próximo, ama a verdade, e, fazendo isso, servirás o Deus de infinito amor, que cuida de todos e a todos ama".
Daniel voltou à sua consciência terrena e viu que a estrela que estivera observando antes da sua espectral aventura, "fora agora substituída pelo sol, que estava, havia quatro horas, acima da linha do horizonte".
(Texto extraído do livro "D. D. Home: O Homem Que Falava Com Os Espíritos" - I. G. Edmonds - Editora Pensamento)
Texto <378><25/10/2002>
Foi, então, tomado por um estranho sentimento. "Lembro-me de ter indagado a mim mesmo" - escreveu ele, mais tarde - se estava ou não adormecido. "Então, para meu espanto, ouvi uma voz, que reconheci, mas não identifiquei". Temos a impressão de que se tratava de sua jovem irmã, que morrera muitos anos antes. "Não tenhas medo, Daniel. Eu estou junto de ti. A visão que vais ter é a da morte, mas, apesar disso, não vais morrer. Teu espírito deve retornar ao teu corpo, dentro de algumas horas. Confia em Deus e em seus bons anjos. Tudo estará bem".
A voz extinguiu-se e Daniel sentiu que sua alma deslizava para fora do seu corpo. Contou-nos que tentou agarra-se à existência, e disse que não temia a morte e confiava no anjo guardião que lhe tinha falado. O que temia era as coisas que poderia encontrar, e que "poderiam perturbar minha vida futura".
Seu corpo ficou entorpecido, mas a atividade de sua mente aumentou. Seu corpo espiritual separou-se do seu corpo físico. Aquele corpo que ele estava deixando parecia ser composto de "milhares de cintilações elétricas que tomaram forma de corrente, despedindo seus raios pelo corpo, de uma forma das mais maravilhosas." O único elo entre seu corpo material e seu corpo espiritual "parecia ser uma luz prateada, que emanava do cérebro".
A voz que lhe falara antes, dizia-lhe, agora: "A morte não é senão um segundo nascimento, correspondendo, sob todos os aspectos, ao nascimento natural. Se o elo da união fosse agora rompido, jamais poderias voltar ao teu corpo, mas, como já te disse, isso não vai acontecer... Deus é amor, e ainda assim Seus filhos duvidam Dele. Não disse Ele: "Bate, e te será aberto; procura, e acharás?" Suas palavras devem ser tomadas tal como foram ditas... Fica bem calmo, pois dentro de alguns minutos tu nos verás a todos. Mas não nos toques, e deixa-te guiar por aquele que for escolhido para ir contigo, já que eu devo ficar ao lado do teu corpo".
Luz estranha fez-se ver em torno, então. "Jamais os raios do sol terreno lançaram tais raios, fortes em beleza, suaves em amor, aquecidos no resplendor vital... Aquela luz celestial vinha dos que estavam de pé diante de mim, mas ainda assim a luz não era criada por eles, mas lançadas sobre eles de uma fonte mais alta e mais pura".
O espírito de alguém que Home conhecera na terra conduziu-o para a sua excursão aérea. O propósito parecia ser o de dar-lhe conhecimento de como o mundo dos espíritos observa os que amou na terra. Home e seu guia flutuaram sobre uma nuvem purpurina até que Daniel pudesse ver um chalé rústico abaixo deles. As paredes fizeram-se transparentes a seus olhos. As pessoas que ali moravam estavam adormecidas.
"Vi vários espíritos que estavam vigiando os adormecidos. Um desses espíritos tentava imprimir em seu filho a idéia de onde encontrar uma relíquia perdida. Num quarto anexo vi alguém atormentado em seu sonho, produto de um corpo doente".
Home foi, então, levado de volta ao seu próprio corpo, embora protestasse por deixar tão depressa o mundo dos espíritos. Disseram-lhe que o tempo passa mais devagar no após da vida, e que ele ali estivera durante onze horas. Fizeram seu espírito retornar ao corpo, com essa recomendação: "Volta à terra, ama teu próximo, ama a verdade, e, fazendo isso, servirás o Deus de infinito amor, que cuida de todos e a todos ama".
Daniel voltou à sua consciência terrena e viu que a estrela que estivera observando antes da sua espectral aventura, "fora agora substituída pelo sol, que estava, havia quatro horas, acima da linha do horizonte".
(Texto extraído do livro "D. D. Home: O Homem Que Falava Com Os Espíritos" - I. G. Edmonds - Editora Pensamento)
Texto <378><25/10/2002>