78 - RAIO CONSCIENCIAL
Ainda agora, enquanto eu fazia uma prática bioenergética embaixo do chuveiro, um raio cingiu o centro do meu chacra frontal.
Imediatamente, uma série de imagens clarividentes se formaram em minha tela mental. Em frações de segundo, vi muitos rostos. Eram de pessoas de várias raças e idades. Mas, todos elas tinham algo em comum: estavam chorando!
Por intuição, eu sabia que essas pessoas estavam chorando amores perdidos.
A essa altura (eu continuava tomando banho normalmente e escutando um disco de rock progressivo*), percebi uma dos amigos extrafísicos no banheiro. Ele sorriu e disse-me telepaticamente:
"As pessoas choram porque não são correspondidas emocionalmente. Choram porque o filho foi embora, porque seu amor desencarnou ou seguiu com outra pessoa. Choram de solidão, de raiva, de impotência, de falta de compreensão ou porque alguma coisa não correu do jeito que elas gostariam que fosse.
Os seres humanos são assim! São escravos emocionais das circunstâncias. Carecem de um centro de consciência em si mesmos que permita-lhes um discernimento capaz de manter a serenidade, mesmo em meio às turbulências inevitáveis do jogo de viver.
As pessoas choram por vários motivos, mas, quem chora por Deus?
Sentem a falta do amor que partiu e justificam a falta de consciência em nome dos parâmetros emocionais que acicatam-lhes os sentidos no momento.
Mas, elas não choram assim pela falta do divino em seus corações. Choram pelo ego das emoções. Contudo, isso é apenas camuflagem sensorial. Sua grande dor é a falta de luz e espiritualidade em seus caminhos. Mas, elas não choram por isso. Nem lhes ocorrem que suas emoções são transitórias e que transformam-nas em marionetes de misérias internas de difícil resolução. Não respeitam a herança divina que mora nelas mesmas. Rebaixam-se às correntes emocionais daninhas e por isso ficam pobres, muito pobres de consciência e amor real.
Pois é isso, meu amigo. As pessoas choram por tudo, menos por Deus; menos pela Luz que é o verdadeiro amor imperecível.
Quem chorará pela falta do verdadeiro amor no cerne do próprio coração?
Quem chorará de saudade do divino?
Quem chorará por perceber que o coração está miserável?
Quem chorará por não ter o brilho do discernimento nos olhos e nos atos?
Quem chorará por não perceber a imortalidade da consciência?
Quem chorará por não perceber o toque sutil do amor em seus procedimentos?
Quem chorará por Deus?"
Esse amigo extrafísico sorriu e despediu-se com um gesto, desaparecendo logo em seguida.
Tudo isso passou-se em poucos minutos.
Saí do banho, enxuguei-me e coloquei novamente o disco que estava ouvindo. Vim aqui para o computador e digitei as palavras dele, pois poderia esquecer se deixasse para depois.
Enquanto digitava, lembrei-me de várias situações de minha vida em que chorei por causa de alguém. Não me contive e comecei a rir. Era tudo coisa pequena que eu valorizei demais.
As palavras do amparador extrafísico fazem pensar: - Quem chorará por Deus?
- Wagner D. Borges -
São Paulo, 14 de janeiro de 1999 às 23:44 h.
/*
* Eu estava ouvindo a música "Just a Shadow" do disco "Steeltown", do grupo escocês "Big Country".
Texto <78><15/01/1999>