PAIXÃO DE MORTE
Olá, meus amigos.
O poetinha transborda de felicidade
e deseja a todos, com humildade,
muita amizade, amor e vitalidade.
Hoje quero contar uma estória
que vai dar o que falar.
De tão incrível que ela é,
fica até difícil de acreditar.
O poetinha transborda de felicidade
e deseja a todos, com humildade,
muita amizade, amor e vitalidade.
Hoje quero contar uma estória
que vai dar o que falar.
De tão incrível que ela é,
fica até difícil de acreditar.
Vi a morte ajoelhada chorando.
No seu semblante, um rictus de dor;
no seu peito, uma chama ardendo;
nos seus lábios, a palavra amor.
Curioso, indaguei-lhe qual era o tormento
que lhe infligia tanto sofrimento.
Ela respondeu-me, com sua voz sinistra,
que mais lembrava um lamento:
Estava amando e não era correspondida.
Perguntei-lhe o nome do seu amor.
E ela respondeu com a sua dor
que ele se chamava "vida".
Quase gritei ao ouvir tal coisa.
Era inacreditável!
A morte querendo ardentemente
que a vida fosse a sua noiva.
Compreendi num instante
como o sonho da morte era distante.
Pois, para com a vida se casar,
teria a morte que reencarnar.
Bastante constrangido, disse-lhe comovido:
"Morte! Raciocina menina.
Se fosse possível você reencarnar,
quem é que iria conseguir lhe matar?
Seja coerente e analise a situação.
Jamais poderá reencarnar,
pois você é a morte, não pode morrer,
somente matar.
Sem a sua ação
a própria vida não funcionaria,
a evolução não prosseguiria
e iria imperar a confusão.
Os encarnados iriam se dar mal
se você não existisse como instrumento
para transportá-los na hora fatal
em direção ao plano espiritual.
Você é o bisturi que a natureza usa
para transmutar essa humanidade confusa.
Não fique sentida por não poder realizar esse amor.
Lembre-se, que sem o seu trabalho, a própria natureza gemeria de dor."
Ia continuar o meu discurso, mas fui interrompido bruscamente,
pois ela se levantou e me disse desdenhosamente:
"Você é só um desencarnado, o que entende de evolução?
Como se atreve, com esses versos, querer me dar um sermão?
Se você já não estivesse morto
iria lhe matar agora mesmo.
Sou muito poderosa
e sei ser bastante impiedosa.
Quem ama não pensa,
como quer que eu raciocine?
Se és um poeta de consciência,
não abuse da minha paciência.
Para esquecer o meu sentimento
irei para os confins do universo
e espalharei como vingança
o meu trabalho ao reverso.
Não vou matar mais ninguém.
Renuncio ao meu posto,
pois do meu amor pela vida
só tive desgosto."
A morte, então, alçou vôo
e cingiu o espaço.
Porém, um raio de luz
interceptou o seu passo.
À distância, em pleno espaço,
eu observava embevecido
a morte paralisada pelo feixe luminoso
emanado por algum ser bondoso.
Instantes depois,
a morte se curvava humilhada por aquela força superior
que inundava todo o seu ser
vasculhando o seu interior.
No meio de toda aquela luz que envolvia a morte,
uma materialização ocorreu e um ser luminoso apareceu.
Aquela criatura maravilhosa, que parecia não ter idade,
inundou o peito da morte com uma onda de fraternidade.
Diante de tanta bondade
a morte se acalmou
e aquele ser resplandecente
então lhe falou:
"Talvez os homens sejam ignorantes
e não mereçam compaixão.
Mas, algum dia,
eles ainda irão aprender bem a lição.
Quando esse dia chegar,
você poderá se aposentar,
pois o seu trabalho estará terminado
e um novo ciclo será iniciado.
Cicatrize a sua ferida emocional
e saiba que o amor real
não exige troca.
Apenas ama e é incondicional."
A morte, então, se despediu
e partiu de volta ao seu labor.
Sem querer, acabei pensando:
lá vai ela matar com muito amor.
Olhei para o espaço infinito e perguntei a mim mesmo:
O que seria do homem se não mais existisse a morte?
Seria tão enfadonho viver, viver e viver...
Que daria uma louca vontade de morrer.
E se também não existisse mais a reencarnação?
Seria tão enfadonho para nós desencarnados
viver, viver e viver...
Que daria uma louca vontade de renascer.
- Cia do Amor - (A Turma dos Poetas em Flor) *
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges; Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1990.)
* Cia. do Amor: é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Oportunamente, publicarei seus textos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outra dimensão, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor. Seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
- Nota de Wagner Borges: Mantive o jeito de expressão do espírito, pois não costumo alterar a maneira de expressão de ninguém, como muitos médiuns presos a condicionamentos bolorentos o fazem. Os espíritos são apenas pessoas extrafísicas. Comunicam-se usando as mesmas expressões que usavam quando encarnados, como o caso deste espírito em questão.
A Companhia do Amor é um grupo de escritores e poetas extrafísicos brasileiros que me passa textos bem divertidos e despojados. O objetivo desse grupo é mostrar que não existe apenas vida após a morte, mas também muita alegria e amor. Como os seus textos são direcionados para a população urbana e eles não têm a menor pretensão de se passarem por sábios espirituais e nem estão compromissados com nenhuma linha espiritualista, seus toques são sempre cheios de galhardia e visam espetar o raciocínio das pessoas com tiradas criativas e bem humoradas. O leitor mais atento e despojado de "bitolas doutrinárias" notará sérios questionamentos embutidos em suas brincadeiras. Muitas vezes, é brincando que se diz as verdades mais sérias.
No seu semblante, um rictus de dor;
no seu peito, uma chama ardendo;
nos seus lábios, a palavra amor.
Curioso, indaguei-lhe qual era o tormento
que lhe infligia tanto sofrimento.
Ela respondeu-me, com sua voz sinistra,
que mais lembrava um lamento:
Estava amando e não era correspondida.
Perguntei-lhe o nome do seu amor.
E ela respondeu com a sua dor
que ele se chamava "vida".
Quase gritei ao ouvir tal coisa.
Era inacreditável!
A morte querendo ardentemente
que a vida fosse a sua noiva.
Compreendi num instante
como o sonho da morte era distante.
Pois, para com a vida se casar,
teria a morte que reencarnar.
Bastante constrangido, disse-lhe comovido:
"Morte! Raciocina menina.
Se fosse possível você reencarnar,
quem é que iria conseguir lhe matar?
Seja coerente e analise a situação.
Jamais poderá reencarnar,
pois você é a morte, não pode morrer,
somente matar.
Sem a sua ação
a própria vida não funcionaria,
a evolução não prosseguiria
e iria imperar a confusão.
Os encarnados iriam se dar mal
se você não existisse como instrumento
para transportá-los na hora fatal
em direção ao plano espiritual.
Você é o bisturi que a natureza usa
para transmutar essa humanidade confusa.
Não fique sentida por não poder realizar esse amor.
Lembre-se, que sem o seu trabalho, a própria natureza gemeria de dor."
Ia continuar o meu discurso, mas fui interrompido bruscamente,
pois ela se levantou e me disse desdenhosamente:
"Você é só um desencarnado, o que entende de evolução?
Como se atreve, com esses versos, querer me dar um sermão?
Se você já não estivesse morto
iria lhe matar agora mesmo.
Sou muito poderosa
e sei ser bastante impiedosa.
Quem ama não pensa,
como quer que eu raciocine?
Se és um poeta de consciência,
não abuse da minha paciência.
Para esquecer o meu sentimento
irei para os confins do universo
e espalharei como vingança
o meu trabalho ao reverso.
Não vou matar mais ninguém.
Renuncio ao meu posto,
pois do meu amor pela vida
só tive desgosto."
A morte, então, alçou vôo
e cingiu o espaço.
Porém, um raio de luz
interceptou o seu passo.
À distância, em pleno espaço,
eu observava embevecido
a morte paralisada pelo feixe luminoso
emanado por algum ser bondoso.
Instantes depois,
a morte se curvava humilhada por aquela força superior
que inundava todo o seu ser
vasculhando o seu interior.
No meio de toda aquela luz que envolvia a morte,
uma materialização ocorreu e um ser luminoso apareceu.
Aquela criatura maravilhosa, que parecia não ter idade,
inundou o peito da morte com uma onda de fraternidade.
Diante de tanta bondade
a morte se acalmou
e aquele ser resplandecente
então lhe falou:
"Talvez os homens sejam ignorantes
e não mereçam compaixão.
Mas, algum dia,
eles ainda irão aprender bem a lição.
Quando esse dia chegar,
você poderá se aposentar,
pois o seu trabalho estará terminado
e um novo ciclo será iniciado.
Cicatrize a sua ferida emocional
e saiba que o amor real
não exige troca.
Apenas ama e é incondicional."
A morte, então, se despediu
e partiu de volta ao seu labor.
Sem querer, acabei pensando:
lá vai ela matar com muito amor.
Olhei para o espaço infinito e perguntei a mim mesmo:
O que seria do homem se não mais existisse a morte?
Seria tão enfadonho viver, viver e viver...
Que daria uma louca vontade de morrer.
E se também não existisse mais a reencarnação?
Seria tão enfadonho para nós desencarnados
viver, viver e viver...
Que daria uma louca vontade de renascer.
- Cia do Amor - (A Turma dos Poetas em Flor) *
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges; Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1990.)
* Cia. do Amor: é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Oportunamente, publicarei seus textos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outra dimensão, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor. Seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
- Nota de Wagner Borges: Mantive o jeito de expressão do espírito, pois não costumo alterar a maneira de expressão de ninguém, como muitos médiuns presos a condicionamentos bolorentos o fazem. Os espíritos são apenas pessoas extrafísicas. Comunicam-se usando as mesmas expressões que usavam quando encarnados, como o caso deste espírito em questão.
A Companhia do Amor é um grupo de escritores e poetas extrafísicos brasileiros que me passa textos bem divertidos e despojados. O objetivo desse grupo é mostrar que não existe apenas vida após a morte, mas também muita alegria e amor. Como os seus textos são direcionados para a população urbana e eles não têm a menor pretensão de se passarem por sábios espirituais e nem estão compromissados com nenhuma linha espiritualista, seus toques são sempre cheios de galhardia e visam espetar o raciocínio das pessoas com tiradas criativas e bem humoradas. O leitor mais atento e despojado de "bitolas doutrinárias" notará sérios questionamentos embutidos em suas brincadeiras. Muitas vezes, é brincando que se diz as verdades mais sérias.