UM BATE PAPO INTERPLANOS

(Transcrição de uma Gravação Contendo uma Comunicação Mediúnica com Dois Espíritos da “Cia. do Amor”)



“Sabe, é muito bom falar com as pessoas assim, utilizando um mecanismo mediúnico, é curioso, é interessante e é uma experiência.

É experiência para quem é o médium, é experiência para quem escuta, mas é experiência também para nós, que nos acoplamos energeticamente em planos diferentes.

É sempre uma experiência interessante. Se é positiva ou não, isso depende da intenção de quem comete a ação e de quem recebe a informação. Portanto, o bom senso é fundamental mesmo.

Se juntar bom senso e alegria, a coisa está feita, não precisa de mais nada. Basta uma pitadinha de amor, com uma pitadinha de boa vontade, e os ingredientes no lugar certo, para a coisa funcionar.

As pessoas são muito complicadas, por vários motivos:

Primeiro: são egoístas;

Segundo: boa parte delas tem muita má vontade em crescer;

Terceiro: estão sempre propensas ao mau humor e a uma briga;

Quarto: acham-se importantes demais no contexto da vida;

Quinto: reclamam muito;

Sexto: são invejosas, estão sempre de olho na vida alheia, sempre de olho no sucesso alheio;

Sétimo: são rancorosas, mesmo aquelas que não parecem ser, pois guardam lá no fundinho do coração um monte de coisas;

Oitavo: para terminar, são literalmente birutas mesmo!

Não dá para entender. Antes de reencarnar, ainda no plano espiritual, prometem um monte de coisas; dizem que vão fazer uma série de coisas, descem, reencarnam e ficam burras! Não fazem o que têm que fazer, reclamam muito e se atolam. Realmente, esse povo aqui da Terra é muito complicado.

Ainda bem que nenhum de nós é Deus, nem eu nem você, nem ninguém; por isso a gente pode estudar, pode aprender, observar e até falar, mas sem julgar nada.

Se eu fosse Deus, poderia estar até irritado com os homens, mas ainda bem que eu não sou. Sou só uma pessoa, e assim eu avalio, observo, escuto, pondero e vou vendo, vou tirando minhas conclusões.

Eu acho que as pessoas são complicadas, não porque eu as julguei, mas sim porque eu as observo, estou estudando o ser humano.

Psicologicamente, estou só de olho; e é olhando muita gente aqui da Terra que nós, espíritos, aprendemos uma série de coisas.

Retomando o ponto inicial do nosso papo, é realmente interessante esse negócio mediúnico. Encaixar aqui na aura de alguém, na sua mente, e passar algo; integrar o plano psíquico da pessoa correspondente, receptiva, é um negócio realmente interessante, seja para falar ou para escrever. Aliás, isso é um mecanismo antigo, pois muitos povos faziam o acoplamento mediúnico com os seus guias extrafísicos. É uma característica humana, nem boa nem ruim, somente humana.

Esse contato entre planos é importante, porém, se as pessoas tivessem uma condição melhor, elas não precisariam que isso fosse assim. Elas teriam esse contato direto, frente a frente, por vários outros mecanismos. Contudo, como as pessoas não têm esses mecanismos plenamente capacitados, a mediunidade se faz necessária.

Existem muitas características mediúnicas, e o bom, pelo menos para mim, é essa mediunidade aqui, clara, aberta, simples, e não religiosa. Nada contra religião alguma, mas a mediunidade é simples, é da natureza humana; simplesmente, alguém encarnado e outros desencarnados, e a coisa acontece. É ligação espiritual mesmo, mente a mente, emoção a emoção, energia a energia, e a coisa flui de um plano de manifestação para outro, de um ser para outro; vai fluindo, fluindo... e chega, inclusive, até você.

Poderia até estar escrevendo agora (pela psicografia), mas o processo é mais lento, por isso é preferível falar (pela psicofonia). Além do mais, quem não gosta de estudar não vai querer ler, pois é mais fácil ouvir.

Ainda bem que as idéias aqui são boas; dá para ouvir, ponderar e ver se é correto. E não interessa muito quem é você que está ouvindo, eu que estou aqui, o sensitivo que recebe a comunicação, o outro que está olhando, ou o outro que vai ouvir a cópia desta fita lá longe; não interessa muito quem nós somos: eu, você e qualquer um. O que interessa é ver se é sensato o que está sendo dito, comunicado mediunicamente.

Sempre olhe por esse ângulo: o que está sendo passado? O que foi escrito? O que foi ventilado é positivo? É sensato? É vibrante? Infundiu ânimo em quem está vivo? Se assim for, então a coisa está funcionando, e é por aí que vai...

Espero que você aí do outro lado, escutando isso, possa sentir-se bem, porque também vai energia junto com as palavras. Vão energias de vários planos, que interpenetram você à distância; não importa, escutou essa gravação, dançou, vai entrar na freqüência de algo bom. Sentou-se aí para ouvir uma fita dessa, ou qualquer outra com algum tema espiritual, é certo que você vai entrar na freqüência de algo bom, é impossível ficar ruim.

Agora eu vou deixar você um pouquinho de lado, vou sair, vou desacoplar aqui, vou descondensar-me, vamos dizer assim, vou mudar a freqüência. É um prazer falar mediunicamente aqui, dessa maneira correta, amiga, limpa, simples; é realmente interessante. Como já está quase amanhecendo, bom dia para você!”


* * *


“Olha só, menino, as pessoas que estão pensando em agredir alguém, seja material ou espiritualmente, vão se ferrar muito bem, viu?

Quem não joga direito o jogo da vida, acaba sendo expulso, porque o Carma* dá cartão vermelho mesmo.

Olha só, sabe o que as pessoas querem?

Uma mensagem espiritual de uma entidade lá das estrelas.

Elas ficam esperando alguém vir lá do céu, lá do espaço sideral, para acudi-las aqui na sua vidinha medíocre. Ficam esperando descer uma nave, ou qualquer coisa lá do espaço, trazendo uma mensagem; e nós, só aqui do lado.

A gente aqui do lado, e ela esperando alguém descer do espaço...

Como é que pode? A galera extrafísica aqui do lado, e elas não aproveitam.

Ficam esperando o negócio cair do céu, e o negócio está aqui do lado delas mesmas.

Esse pessoal é meio xarope, meio troncho com as coisas espirituais, ficam esperando mensagens das estrelas e elocubrando fantasias, e a vida só passando, sem que eles notem o aqui e agora, sem que eles vivam a realidade, que a toda hora chama para a experiência.

Esse pessoal precisa saber de uma coisa: nós estamos vivos!

Onde tem gente, tem espírito do lado, posso garantir isso. Quem não acreditar, não tem problema, pois daqui a pouco morre também e vai ver, é simples.

Há muita gente esperando aí um evento cósmico, galáctico, fenomenal, e não estão vendo o que se passa dentro do próprio coração. Coração também é universo, tem coisa dentro dele.

Eu só queria lembrar isso: nós estamos por aí... É só isso, nós estamos vivos!

Quem quiser trabalhar, que entre no universo do coração, vai lá dentro...

E aí vai encontrar muitas poesias, muitas crônicas, muita alegria, e um monte de coisas legais, porque nós estamos aí para passar essas coisas boas. É isso aí.”



- Cia do Amor – A Turma dos Poetas em Flor**.

(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 20 de março de 1998.)


- Nota de Wagner Borges:

Quando o espírito está falando de pessoas que esperam mensagens dos seres do espaço e que não prestam atenção na vida, obviamente ele não está se referindo aos ufólogos e pesquisadores sérios, que sempre primam pelo bom senso e a razão em suas pesquisas. Não, ele está falando é do pessoal que “viaja na maionese ufológica e psíquica”, sempre procurando uma fuga da realidade e usando sua suposta motivação ufológica para devaneios místicos ou apocalípticos. Infelizmente, o que o espírito fala é verdade.



- Notas do texto:

* Carma (do sânscrito “Karma”): é a lei de causa e efeito universal.

** A Cia. do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.

Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.

Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver o livro "Cia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor" (Edição independente - Wagner Borges), e sua coluna no site do IPPB: www.ippb.org.br

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