EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO DURANTE A ATIVAÇÃO DOS CHACRAS
- Por Hiroshi Motoyama -
O DESPERTAR DO CHAKRA ANAHATA
Embora tivesse tido problemas digestivos (1), nunca senti nenhum incomodo relacionado com o coração. Entretanto, depois de aproximadamente dois anos após ter iniciado a Ioga, comecei a sentir um tipo de dor no ponto onde a linha que liga os dois mamilos se cruza com a mediana (o ponto Danchu do meridiano do vaso da concepção, Shanchung, VC 17) e meu coração parecia estar funcionando de modo irregular. Porém, em lugar de me sentir doente, estava saudável, muito ativo e necessitava de pouco descanso.
Nesta época, como de costume durante o período mais rigoroso do inverno, praticava o tradicional ascetismo aquático. Levantava-me de madrugada, ia para o lado de fora da casa e derramava água gelada sobre o corpo seminu, durante aproximadamente uma hora. Enquanto fazia isso, minha mãe ficava do meu lado, rezando por mim.
Certa manhã, aconteceu o seguinte: senti um tipo de energia quente elevar-se de meu cóccix para o coração, através da espinha dorsal. Percebi que meu tórax estava muito quente e vi brilhar em meu coração uma luz dourada. A água gelada se esquentava com esse calor e da superfície de meu corpo saía vapor; porém, eu não sentia frio. Quando a kundalini (2) subiu de meu coração para o alto da cabeça, ela tornou-se uma luz branca radiante. Deixei meu corpo e elevei-me juntamente com ela, para uma dimensão muito mais elevada. Meu corpo físico ficou imóvel, exposto ao vento frio do mundo terreno; havia me esquecido dele. Estava meio inconsciente, porém ainda podia perceber que estava nos céus e adorava o Divino. Quando voltei a mim dez ou vinte minutos depois, minha mãe me disse que havia visto uma luz dourada brilhar no alto de minha cabeça e em meu coração. Creio que esta experiência ocorreu no momento em que se ativou meu chakra anahata (chacra cardíaco, na região peitoral).
O DESPERTAR DO CHAKRA SAHASRARA
Uma das práticas que executei regularmente em meu programa inicial de disciplina foi a taoísta chamada Shoshuten. Esse método purifica o sushumna (canal central da coluna) através da circulação de energia na parte superior do corpo, o que se consegue com a elevação da kundalini pelo sushumna até o alto da cabeça e depois deixando-a fluir para o chakra ajna (chacra frontal) durante a inspiração. Em seguida, prende-se a respiração por dois ou três segundos, conservando a energia neste chakra. Depois ele é deixado fluir para o chakra svadhishthana (chacra sexual) através da linha mediana frontal, sendo conservado ali simplesmente prendendo-se mais uma vez a respiração por dois ou três segundos. Deve-se manter, então, a circulação da energia através do sushumna, partindo do muladhara (chacra da base da coluna) até o alto da cabeça e depois de volta ao muladhara, por diversas vezes.
Enquanto executava o Shoshuten, eu podia ver o interior do sushumna (3), o sahasrara (chacra coronário, situado no meio da alto da cabeça) e dois ou três outros chakras brilhando. Depois de praticar Ioga de seis meses a um ano, uma luz dourada brilhante começou a entrar e sair de meu corpo pelo alto da cabeça, e senti como se este ponto tivesse se alongado de dez a vinte centímetros. Na dimensão astral, não na física, notei um vulto que parecia a cabeça de Buda, brilhando nas cores violeta e azul, apoiado em cima de minha própria cabeça. Havia uma luz dourada-clara que entrava e saía pelo alto da coroa de Buda. Fui gradualmente perdendo a sensação do meu corpo, porém continuava com a perfeita percepção de consciência, e também de superconsciência. Pude ver meu próprio espírito elevando-se, saindo de meu corpo pelo alto da cabeça, a fim de ser revigorado nos Céus.
Tornei-me capaz de ouvir uma Voz poderosa, mas muito tema, ressoar pelo Universo. Enquanto escutava essa Voz, compreendi espontaneamente minha missão, minhas vidas anteriores, meu próprio estado de espírito, e muitas outras coisas. Em seguida, senti um estado de fato indescritível; toda minha existência espiritual ficou corno que inteiramente imersa numa serenidade extraordinária. Após algum tempo, senti que era imperativo voltar ao mundo físico. Retomei pelo mesmo caminho, entrando pelo portão no alto de minha cabeça. Tive de inundar conscientemente todo o corpo com a energia espiritual, pois ele estava enregelado e todas as extremidades paralisadas. Afinal, consegui mover mãos e pés, e gradualmente fui retomando ao estado normal.
Isso aconteceu depois de menos de um ano de prática iogue. Durante os dois anos seguintes, os chakras vishuddhi (chacra laríngeo) e anahata (chacra cardíaco) foram ativados. Meus chakras svadhishthana (sexual), manipura (chacra umbilical) e sahasrara, conforme mencionei antes, foram os primeiros a serem ativados.
Depois de ativar o chakra sahasrara, meu corpo astral tomou-se capaz de sair livremente pelo Portão de Brahman (4). Isso me permitiu observar o mundo exterior durante a meditação.
(Texto extraído do livro “Teoria dos Chacras” – Hiroshi Motoyama – Editora Pensamento)
- Comentários de Wagner Borges: O livro "Teoria dos Chacras", do pesquisador japonês Hiroshi Motoyama é uma das principais obras sobre o estudo dos chacras dentro do contexto iogue. Uma das partes essenciais do seu livro é quando ele narra as repercussões da ativação dos chacras dentro de sua prática iogue. E com isso, ele também relata as projeções da consciência que ocorriam com ele durante o processo de ativação energética.
Baseado nas narrativas projetivas dele, e de outros iogues ao longo da História, pode-se dizer que seguramente há estreita relação dos processos energéticos dos chacras com as saídas do corpo. Por esse motivo, e evidenciando tal correlação bioenergética com as projeções, é que selecionei esses dois relatos projetivos iogues para esse envio de texto pelo site.
1. O autor se refere a alguns problemas digestivos ocorridos com ele enquanto atendia a pessoas doentes e assediadas espiritualmente. Nesse ocasião, o seu chacra umbilical foi afetado seriamente pela ação das energias pesadas dos obsessores que assediavam às pessoas que ele estava atendendo. Isso chegou a prejudicar as suas saídas do corpo por um tempo, já que ele se deparava com severos ataques extrafísicos e não sabia lidar espiritualmente com isso.
Numa da partes do seu livro ele explica como isso acontecia com ele: "Há aproximadamente treze anos (1967), dezessete anos após ter-me iniciado na ioga, minha mãe ficou doente. Substituindo-a, dei consultas espirituais aos membros do Tamamitsu Shrine durante uns três anos. A princípio, era capaz de deixar meu corpo, através do chakra sahasrara, durante a meditação para entrar num estado de união divina ou superior. Contudo, depois de uns seis meses de ter dado início àquelas consultas, apareciam espíritos diante de meu chakra manipura ou ajna quando eu me concentrava, isso me obrigava a negociar com eles constantemente. Era incapaz de passar por eles e deixar meu corpo através do chakra sahasrara para alcançar aquela união – uma situação que continuou por dois ou três anos. Apesar de não ter mais ficado doente depois de começar a praticar a ioga, meu estômago passou a abalar-se com facilidade e comecei a sentir-me freqüentemente cansado."
2. Kundalini (do sânscrito): Kundalini significa literalmente "enroscada". Esse nome deve-se ao seu movimento ondulatório que lembra o movimento de uma serpente. Daí a expressão esotérica "fogo serpentino". Ela também é chamada pelos iogues de "Shakti" (do sânscrito): a força divina aninhada na base da coluna (chacra básico).
Kundalini nada tem a ver com o sexo diretamente, muito embora seja a energia que ativa e vitaliza a sexualidade. Devido a prática de exercícios tântricos que envolvem a contenção do orgasmo, quando esse conhecimento chegou ao Ocidente foi logo desvirtuado. Hoje, esse tema surge associado a rituais e posturas sexuais aqui no Ocidente. No entanto, o despertar da kundalini é um processo puramente espiritual e energético em essência. Envolve a ativação dos chacras, principalmente do chacra cardíaco, que equilibra e distribui corretamente o fluxo ascendente da shakti ao longo dos nádis.
3. Os nádis são os condutos sutis de transporte de energia pelo sistema. Há milhares deles interligando vibracionalmente vários pontos energéticos no corpo sutil. Estão correlacionados com os mesmos pontos no corpo denso. Contudo, apenas dez deles é que são de grande importância na ativação dos chacras e da kundalini. E desses, são três os principais: Ida, Píngala e Sushumna.
Esses nádis são importantes porque correm ao longo do duplo etérico da coluna, onde estão situadas as raízes dos chacras principais.
4. Portão de Brahman (do sânscrito "Brahmarandra"): Trata-se de uma abertura sutil situada no centro do chacra coronário. Dentro do Hinduísmo se considera essa abertura como a passagem sutil do espírito, ligada ao centro cardíaco em linha reta por dentro do canal central da coluna vertebral. É por isso que muitos iogues narram saídas do corpo pelo alto da cabeça, principalmente nos momentos de ativação de alguns chacras, ou mesmo no despertar da Kundalini.
Certa manhã, aconteceu o seguinte: senti um tipo de energia quente elevar-se de meu cóccix para o coração, através da espinha dorsal. Percebi que meu tórax estava muito quente e vi brilhar em meu coração uma luz dourada. A água gelada se esquentava com esse calor e da superfície de meu corpo saía vapor; porém, eu não sentia frio. Quando a kundalini (2) subiu de meu coração para o alto da cabeça, ela tornou-se uma luz branca radiante. Deixei meu corpo e elevei-me juntamente com ela, para uma dimensão muito mais elevada. Meu corpo físico ficou imóvel, exposto ao vento frio do mundo terreno; havia me esquecido dele. Estava meio inconsciente, porém ainda podia perceber que estava nos céus e adorava o Divino. Quando voltei a mim dez ou vinte minutos depois, minha mãe me disse que havia visto uma luz dourada brilhar no alto de minha cabeça e em meu coração. Creio que esta experiência ocorreu no momento em que se ativou meu chakra anahata (chacra cardíaco, na região peitoral).
O DESPERTAR DO CHAKRA SAHASRARA
Uma das práticas que executei regularmente em meu programa inicial de disciplina foi a taoísta chamada Shoshuten. Esse método purifica o sushumna (canal central da coluna) através da circulação de energia na parte superior do corpo, o que se consegue com a elevação da kundalini pelo sushumna até o alto da cabeça e depois deixando-a fluir para o chakra ajna (chacra frontal) durante a inspiração. Em seguida, prende-se a respiração por dois ou três segundos, conservando a energia neste chakra. Depois ele é deixado fluir para o chakra svadhishthana (chacra sexual) através da linha mediana frontal, sendo conservado ali simplesmente prendendo-se mais uma vez a respiração por dois ou três segundos. Deve-se manter, então, a circulação da energia através do sushumna, partindo do muladhara (chacra da base da coluna) até o alto da cabeça e depois de volta ao muladhara, por diversas vezes.
Enquanto executava o Shoshuten, eu podia ver o interior do sushumna (3), o sahasrara (chacra coronário, situado no meio da alto da cabeça) e dois ou três outros chakras brilhando. Depois de praticar Ioga de seis meses a um ano, uma luz dourada brilhante começou a entrar e sair de meu corpo pelo alto da cabeça, e senti como se este ponto tivesse se alongado de dez a vinte centímetros. Na dimensão astral, não na física, notei um vulto que parecia a cabeça de Buda, brilhando nas cores violeta e azul, apoiado em cima de minha própria cabeça. Havia uma luz dourada-clara que entrava e saía pelo alto da coroa de Buda. Fui gradualmente perdendo a sensação do meu corpo, porém continuava com a perfeita percepção de consciência, e também de superconsciência. Pude ver meu próprio espírito elevando-se, saindo de meu corpo pelo alto da cabeça, a fim de ser revigorado nos Céus.
Tornei-me capaz de ouvir uma Voz poderosa, mas muito tema, ressoar pelo Universo. Enquanto escutava essa Voz, compreendi espontaneamente minha missão, minhas vidas anteriores, meu próprio estado de espírito, e muitas outras coisas. Em seguida, senti um estado de fato indescritível; toda minha existência espiritual ficou corno que inteiramente imersa numa serenidade extraordinária. Após algum tempo, senti que era imperativo voltar ao mundo físico. Retomei pelo mesmo caminho, entrando pelo portão no alto de minha cabeça. Tive de inundar conscientemente todo o corpo com a energia espiritual, pois ele estava enregelado e todas as extremidades paralisadas. Afinal, consegui mover mãos e pés, e gradualmente fui retomando ao estado normal.
Isso aconteceu depois de menos de um ano de prática iogue. Durante os dois anos seguintes, os chakras vishuddhi (chacra laríngeo) e anahata (chacra cardíaco) foram ativados. Meus chakras svadhishthana (sexual), manipura (chacra umbilical) e sahasrara, conforme mencionei antes, foram os primeiros a serem ativados.
Depois de ativar o chakra sahasrara, meu corpo astral tomou-se capaz de sair livremente pelo Portão de Brahman (4). Isso me permitiu observar o mundo exterior durante a meditação.
(Texto extraído do livro “Teoria dos Chacras” – Hiroshi Motoyama – Editora Pensamento)
- Comentários de Wagner Borges: O livro "Teoria dos Chacras", do pesquisador japonês Hiroshi Motoyama é uma das principais obras sobre o estudo dos chacras dentro do contexto iogue. Uma das partes essenciais do seu livro é quando ele narra as repercussões da ativação dos chacras dentro de sua prática iogue. E com isso, ele também relata as projeções da consciência que ocorriam com ele durante o processo de ativação energética.
Baseado nas narrativas projetivas dele, e de outros iogues ao longo da História, pode-se dizer que seguramente há estreita relação dos processos energéticos dos chacras com as saídas do corpo. Por esse motivo, e evidenciando tal correlação bioenergética com as projeções, é que selecionei esses dois relatos projetivos iogues para esse envio de texto pelo site.
1. O autor se refere a alguns problemas digestivos ocorridos com ele enquanto atendia a pessoas doentes e assediadas espiritualmente. Nesse ocasião, o seu chacra umbilical foi afetado seriamente pela ação das energias pesadas dos obsessores que assediavam às pessoas que ele estava atendendo. Isso chegou a prejudicar as suas saídas do corpo por um tempo, já que ele se deparava com severos ataques extrafísicos e não sabia lidar espiritualmente com isso.
Numa da partes do seu livro ele explica como isso acontecia com ele: "Há aproximadamente treze anos (1967), dezessete anos após ter-me iniciado na ioga, minha mãe ficou doente. Substituindo-a, dei consultas espirituais aos membros do Tamamitsu Shrine durante uns três anos. A princípio, era capaz de deixar meu corpo, através do chakra sahasrara, durante a meditação para entrar num estado de união divina ou superior. Contudo, depois de uns seis meses de ter dado início àquelas consultas, apareciam espíritos diante de meu chakra manipura ou ajna quando eu me concentrava, isso me obrigava a negociar com eles constantemente. Era incapaz de passar por eles e deixar meu corpo através do chakra sahasrara para alcançar aquela união – uma situação que continuou por dois ou três anos. Apesar de não ter mais ficado doente depois de começar a praticar a ioga, meu estômago passou a abalar-se com facilidade e comecei a sentir-me freqüentemente cansado."
2. Kundalini (do sânscrito): Kundalini significa literalmente "enroscada". Esse nome deve-se ao seu movimento ondulatório que lembra o movimento de uma serpente. Daí a expressão esotérica "fogo serpentino". Ela também é chamada pelos iogues de "Shakti" (do sânscrito): a força divina aninhada na base da coluna (chacra básico).
Kundalini nada tem a ver com o sexo diretamente, muito embora seja a energia que ativa e vitaliza a sexualidade. Devido a prática de exercícios tântricos que envolvem a contenção do orgasmo, quando esse conhecimento chegou ao Ocidente foi logo desvirtuado. Hoje, esse tema surge associado a rituais e posturas sexuais aqui no Ocidente. No entanto, o despertar da kundalini é um processo puramente espiritual e energético em essência. Envolve a ativação dos chacras, principalmente do chacra cardíaco, que equilibra e distribui corretamente o fluxo ascendente da shakti ao longo dos nádis.
3. Os nádis são os condutos sutis de transporte de energia pelo sistema. Há milhares deles interligando vibracionalmente vários pontos energéticos no corpo sutil. Estão correlacionados com os mesmos pontos no corpo denso. Contudo, apenas dez deles é que são de grande importância na ativação dos chacras e da kundalini. E desses, são três os principais: Ida, Píngala e Sushumna.
Esses nádis são importantes porque correm ao longo do duplo etérico da coluna, onde estão situadas as raízes dos chacras principais.
4. Portão de Brahman (do sânscrito "Brahmarandra"): Trata-se de uma abertura sutil situada no centro do chacra coronário. Dentro do Hinduísmo se considera essa abertura como a passagem sutil do espírito, ligada ao centro cardíaco em linha reta por dentro do canal central da coluna vertebral. É por isso que muitos iogues narram saídas do corpo pelo alto da cabeça, principalmente nos momentos de ativação de alguns chacras, ou mesmo no despertar da Kundalini.