ESPÍRITO E EVOLUÇÃO

Uma pequena análise segundo os conceitos hindus e budistas.

Por Eliane Moura Silva
O espiritismo, ao surgir na segunda metade do século XIX, firmou-se como doutrina espiritualista, filosófica e científica centrada na relação com a morte, contato sistemático e regular com os espíritos dos mortos, nas manifestações conscientes desses mesmos espíritos e nos ensinamentos por eles transmitidos. Foi um novo influxo segundo os princípios positivos da ciência de sua época. O espiritismo sempre incentivou o estudo, a aquisição de novos conhecimentos, o aprimoramento intelectual e moral e a transformação do homem, enfatizando a realidade e a permanência da vida espiritual, bem como a sua continuidade antes e depois da morte do corpo físico, revestimento adensado constituído por matéria grosseira, vista como decorrência natural condicionada por fatores e limitações biológicas, vivenciais e cármicas; é o corpo material que reveste o corpo espiritual.

E justamente a crença convicta e absoluta nesses pressupostos que permite manter e aprofundar o diálogo com seres que, em algum período, estiveram nesta terra encarnados.

Provavelmente, devido ao fácil acesso às sociedades e instituições dedicadas à prática e ao estudo, aos centros espíritas, hoje em número crescente, e à farta literatura encontrada facilmente nos mais variados pontos, locais e livrarias (Literatura esta de valor freqüentemente questionável), pode o leitor iniciante curioso ou o ocasional observador deixar-se levar, iludido pela aparente simplicidade advinda de "palestras" e "literatura".

O espiritismo, na sua essência, hoje, tal qual na época do seu surgimento, é matéria por demais complexa, recheada de filosofia e ciência, testada pelo tempo que lhe conferiu ativa e importante participação histórica em causas e movimentos sociais, haja vista as perseguições surdas e implacáveis a ele movidas, frutos da incompreensão cega e intolerante das forças conservadoras que viam nele, assim como na maçonaria, na homeopatia, nos libertários, nos livres-pensadores etc., a ameaça do "novo", lançando-os na vala comum do preconceito e do apriorismo.

Quanto mais se desenvolve o homem em todas as áreas do conhecimento, mais se aprofunda a ciência espírita, não inventando nada de novo, não aceitando dogmas, pressupostos rígidos nem "verdades estabelecidas" que não possam ser livremente examinadas pela clara luz da razão, rediscutindo e atualizando verdades antigas por vezes mal compreendidas, quando não totalmente desconhecidas e oferecendo-as de forma mais adequada à compreensão ocidental moderna. E nesse sentido que apresento, procurando adotar a forma mais simplificada e resumida possível, este estudo sobre os corpos sutis, segundo os milenares ensinamentos hindus e budistas, que acredito, poderão ser de valia para ampliar os limites e os conhecimentos sobre a natureza espiritual daquilo a que chamamos de existência, tanto "encarnada" como "desencarnada".

Evidentemente, como é característica na "fala sagrada", principalmente na oriental, o estilo freqüentemente adotado é de fundo poético, profético, oculto, cabalístico, místico, reservado aos sábios, eruditos e iniciados, propositalmente vedado aos leigos que não vêem nele sentido.

Certamente existe aí mais um mérito da filosofia espírita, que procura colocar o conhecimento espiritual de forma mais acessível aos interessados.



SABEDORIA ORIENTAL

De acordo com a tradição hindu transmitida pela tradição filosófica religiosa a partir dos Upanishads, no centro de cada alma individual existe a centelha divina, o atman (alento vital), uma noção equivalente ao que chamamos de alma. Quando o atman encontra-se envolvido em limitações morais, mentais e físicas, as uphadis ou as limitações naturais da alma encamada, temos, então, jiva, um indivíduo, uma reunião de energias que se adensam em corpos físicos, dos mais sutis ao mais denso. Este é o princípio da encarnação num corpo físico: o atman vai revestindo-se de corpos de paixões, emoções, sentimentos e desejos, ganhando uma dimensão cada vez mais material até chegar a um corpo físico, tornando-se jiva atman, a alma individual de um ser encamado.

Segundo essa concepção, o atman está localizado no olho ou no coração, uma forma de mostrar que tudo o que move, impulsiona, emociona, mas também prende e detém a libertação, situa-se entre o olho e o coração, a razão e a emoção.

A união e a separação entre o corpo e o atman são processos repletos de tensões que antecedem o nascimento e não ocorre de forma normal e tranqüila nem mesmo após a morte. Há uma transição vibratória contínua entre a matéria e os planos psíquicos e espirituais, entre os quais reside o sentido da personalidade e da individualidade, assim como entre o corpo físico, sutil e o espiritual, seja na existência encarnada, seja após a morte do corpo físico. Assim, o ser humano é composto de elementos densos, sutis, mistos, espirituais e divinos, ou seja, corpos de diferentes naturezas, densidades e escalas vibratórias, adequado, cada um, a habitar um diferente Loka, Planeta ou Plano.

O primeiro corpo, material e visível, é formado de diversos elementos e nele estão localizados os órgãos físicos de percepção e ação. Este primeiro corpo material, que é afastado da alma no momento da morte, é chamado Sthula sharira, a matéria física.

Esse afastamento e a conseqüente destruição da matéria não significam a libertação da alma, o retomo de atman a Brahman. Corpos sutis da natureza mais densa continuam envolvendo a alma e nele estão as emoções, os sentimentos, a mente racional e a mente emocional, o intelecto e as resperições vitais. Todos os elementos psicológicos da vida humana ficam nesses corpos. As imagens após a morte são, portanto, projeções da mente e da consciência que permanecem nesses corpos de natureza sutil, os sukshma sharira, de natureza astral, onde situam-se os chacras, os centros de energia que são os canais de comunicação entre corpos físicos, mentais e espirituais. Esses "cascões" podem obstruir as relações e o contato entre os corpos individuais, o meio ambiente e o corpo universal, tudo isso com graves conseqüências.

E por isso que, ao invés de encontrar a liberação e a conscientização de sua essência criadora, o atman, como num sonho, vaga através do labirinto de mortes e renascimentos, sempre ligado a esses corpos sutis, de acordo com suas ações, reações e pensamentos, imaginando, por desconhecimento, sua separação de outras almas e da Alma Primordial.

Temos, também, um "corpo" ou nível mais sutil, o chamado corpo causal, karana sharira, a existência individual. É a parte composta por todas as coisas que fazem o ser humano diferente de animais e da matéria inanimada. Confere a individualidade em todos os aspectos possíveis. E o corpo da diferença entre iguais, desde as físicas até a personalidade, emoções etc.

Essa concepção de corpos de diferentes naturezas reflete um conjunto de doutrinas e sabedoria que vê a vida, a existência material dentro de um universo, como uma grande vibração, uma profusão de energias exprimindo-se numa variedade inimaginável. A matéria, a vida e a existência psíquica são modulações, freqüências vibratórias da mesma energia primordial e essencial, manifestações mais sutis ou condensadas, que vão compondo corpos de diferentes densidades e natureza extrafísica, todos sujeitos ao ciclo de metamorfoses, a vida e a morte. Isso é uma lei primordial, base da teoria do karma.



TEORIA DO KARMA

A palavra karma deriva da raiz sânscrita Kr’ma e significa "efeitos do fazer, efeitos do que se faz, reação à ação e conseqüência", em suma, as conseqüências das ações movidas pelos desejos de qualquer natureza. É uma lei eterna e imutável. invisível e absoluta, que afeta a alma e os corpos sutis e materiais, obrigando ao renascimento numa forma humana determinada pela qualidade e natureza dos atos, pensamentos e intenções de todo o passado.

A idéia de karma na tradição hindu e, posteriormente, na budista, não possui o sentido de castigo ou punição. É uma lei universal que coloca em equilíbrio todas as ações, pensamentos, sentimentos, palavras, desejos e paixões praticadas durante a vida. É o outro lado da moeda, da constatação de que "a toda ação corresponde uma reação igual e em sentido contrário". Karma é uma força imensa, inexorável, completamente cega, sem sabedoria ou discernimento próprios. É uma força que obedece a uma das muitas leis. Sua compreensão e aceitação geram sabedoria, compreensão, entendimento e poder de superar a condição humana. Em linhas gerais, a lei do karma deixa, entre outras, uma lição: "Nós somos os construtores de nosso destino na vida e na morte, no passado, presente ou futuro".

O karma, como uma lei universal, afeta toda forma de existência, inclusive os "deuses", pois todo o universo reflete ação e tudo o que nele está sofre o movimento eterno e a lei fundamental do karma, da qual ninguém pode fugir. Tanto a matéria como os planos mentais e emocionais sofrem as conseqüências das ações, num eterno ciclo de ações e reações. Tudo que age sobre o universo age sobre os seres. As coisas, os seres e as situações aparecem e desaparecem na tela da nossa consciência. Cada ação, seja ela positiva ou negativa, grandiosa ou sórdida, espelha uma imagem da existência.

Diante da falta de compreensão dessa lei, o quadro da existência humana afigura-se necessariamente decepcionante, cercado de tensões, avidez e sofrimento permanente. Somos o que desejamos, pensamos, acreditamos, falamos, fazemos e sofremos. Somos as causas e os resultados de nosso próprio destino, tanto na vida e na morte, como após a morte. A doutrina do karma, dentro dessa concepção, traz a responsabilidade para o indivíduo, retirando da divindade o papel de juiz e verdugo das ações humanas.



SAMSARA, A RODA DA VIDA

O termo samsara (divagação, preambulação) aplica-se ao ciclo de mortes e renascimentos em muitas formas e condições diferentes de existência. É o apoio necessário à doutrina do karma. A comparação mais tradicional dessa doutrina da transmissão indefinida dos seres em diferentes tempos, formas e situações está simbolizada na imagem de uma roda que gira sem cessar.

A alma, após a morte e um período determinado de existência num plano espiritual, regressa à Terra com os "cascões", resíduos de carma produzidos em sua vida vital material, somados aos das vidas anteriores ainda não desfeitos, resíduos estes que determinam e subordinam as condições em que se darão o seu renascimento. A maioria dos homens morre com um cem número de desejos insatisfeitos, de temores não apaziguados, ambições não consumadas, necessidades físicas e afetivas irrealizadas, sonhos e, como no pano de fundo, a obscura lembrança das ações praticadas e ocasiões perdidas. A própria condição da morte, se violenta ou calma, na juventude ou na velhice, aponta para o destino tanto da existência após a morte como da futura reencarnação.

Disso tudo resulta um conjunto de impressões residuais poderosas e indeléveis, de aspirações latentes, que se deseja realizar ou apaziguar através de um novo renascimento num contexto material, familiar, social e psicológico. É esse o fator determinante de uma nova reencarnação para a realização dessas ações e desejos.

Cada encarnação é um elo da roda dos renascimentos e mortes, sinal de um atman que ainda não alcançou a sua liberação e imortalidade na consciência de Brahman, por estar preso, envolvido em condição carnal, aprisionado em vestes grosseiras da matéria densa e sutil. A existência encarnada na matéria é um aspecto provisório, acidental e frágil, sujeito tanto à deterioração e corrupção como os caminhos do conhecimento e da libertação. O corpo físico morre, porém, a verdadeira vida do espírito transcorre eterna, indestrutível.

Para chegar a essa essência doutrinária da impermanência e do papel da mente na construção da "realidade", surge uma inovação filosófica e doutrinária no budismo: a concepção de que toda a forma de existência no mundo está classificada em cinco categorias de "agregados", conhecidos como skandhas. Essa concepção é definitiva pois traça a anatomia, a fisiologia, a mecânica de funcionamento dos pensamentos, sentimentos e suas relações com a vida, com a existência encarnada, a sua qualidade e relações com as futuras reencarnações.

Os skandhas são agregações, aderências, conjuntos de elementos físicos, mentais, emocionais e espirituais interpenetrados que compõem e formam a percepção física e sensorial das coisas e também o estabelecimento das relações, de idéias, as associações entre formas, sentidos e a construção de projeções mentais objetivas e subjetivas. De forma bastante simples e resumida, os cinco skandhas são definidos da seguinte maneira:

Rupa-Kandha - É o agregado que distingue; a percepção física que permite distinguir coisas e sua natureza material, vegetal, animal, humana, mineral, elemento, imagem ou qualquer outra coisa.

Vedana-Kandha - É o agregado de sensações desencadeadas pelo contato do objeto tal qual é percebido e captado pelos órgãos dos sentidos, por exemplo: leve, pesado, quente, frio, duro, mole, liso, áspero, perfumado, nauseante, claro, escuro, doce, salgado etc.

Sanna-Kandha - É o agregado da elaboração mental, o conhecimento obtido a partir do contato das percepções físicas e sensoriais produzidas pelos agregados anteriores. É o conjunto de elementos, de conhecimentos transmitidos ao campo mental pelo Rupa-Kandha e Vedana-Kandha, o que se apreende através das sensações. Por exemplo, o "fogo é quente, queima e dói", "comida estragada é ruim e faz mal", "bebida alcóolica deixa tonto e faz mal". É o princípio do que chamamos experiência acumulada. Há quem afirme que produz as sensações de prazer, dor etc., desde que oriundas de fatores materiais, por exemplo, comida, sexo, carícias, machucaduras etc.

Skankara-Kandha - É o agregado das associações mentais, das produções psíquicas. É dele que parte a imaginação com toda a gama de possibilidades. É onde realidade e suposição se mesclam podendo apresentar-se até com distorções. Há quem afirme que partem daqui os pensamentos, sentimentos de prazer ou sofrimentos ligados a lembranças de situações, fatos, momentos, pessoas ou coisas, que podem ou não ter ocorrido.

Vinnana-Kandha - É o agregado equilibrador, harmonizador, organizador e integrador das sensações, dos sentimentos, das emoções das experiências, da imaginação, das memórias dos vários skandhas. Talvez por isso se atribua a ele, também, a capacidade de produzir prazer, dor, sofrimento ou qualquer outra forma de sentimento. É evidente que, peta sua capacidade de gerar pensamentos, deve sempre tentar conduzir e fazer prevalecer o impulso que lhe pareça mais proveitoso e agradável. Seria, também, neste caso, as formas de se proporcionar prazer a si próprio, resultantes da ação prevalecente desse agregado. Evita, ou miniminiza, que a excessiva preponderância de qualquer dos outros agregados predomine sobre o conjunto desarmonizando a estrutura interior. Tenta dividir a carga de força e influência. Possibilita a aprendizagem e, possivelmente, a realimenta. Desenvolve conceitos de lógica, abstração etc. É como o cérebro e o coração funcionando harmoniosamente; de outra forma, seria um verdadeiro caos. Daí pode-se te
r ações devidamente equilibradas.

Sendo os skandhas corpos formados por agregação, não possuindo em si por si consistência e materialidade, são construções que produzem construções que produzem construções...

É como se estivéssemos constantemente acumulando karma ao mesmo tempo em que o dissolvemos e o produzimos. Vida após vida tentamos reverter essa situação, dissolvendo mais que produzindo. Se o conseguimos, gradativamente, à custa de grande esforço, vida após vida, chamamos a isso evolução, senão...

No Oriente ensina-se que as voltas dos ciclos dessa "roda" podem ser paradas e a "roda" extinta, dissolvida em si mesma. E a isso que chamam de Nirvana, Nibbana, a Suprema Libertação, a Grande Extinção, que ocorre, também em conjunto com o Samadhi, Satori, a Suprema Beatitude, o Divino Êxtase, a Suprema Fusão, a Perfeita Reabsorção em Deus, O Princípio Criador. Uma vez atingindo tal estado, todos os skandhas são automaticamente dissolvidos, desintegrados, sendo a sua "matéria", corpo de energia e estrutura energética desfeitos e reincorporadas à massa da "matéria" cósmica universal.



PRISÃO ESPIRITUAL

Porém, ocorre que, na maioria das vezes, quase sempre após o desencarne, a alma permanece aprisionada, encarcerada, envolvida pelos seus skandhas, retornando a este plano com os mesmos impulsos, sentimentos e desejos. Neste caso, cabe à alma fazer "evoluir" os skandhas, tornando-os mais tênues, suaves e sutis, para diminuir-lhes a aderência, tornar mais fácil a sua liberação tirando proveito da sua força e energia. Note-se que, sendo a alma "parcela" do Criador, já que é perfeita em Si, não lhe cabendo evoluir, mas, sim, aos agregados, que são construções da mente iludida pela falsa idéia de ser uma personalidade individual separada de Deus.

Se a alma conseguir libertar-se de um ou mais agregados, ainda que não os tenha extinguido de todo, podem, esses agregados, expulsos, porém livres, ficarem atraídos e absorvidos por outros agregados de densidade, carga, estrutura e energia semelhantes ou maior, com atração mútua, formando, então, um grande skandha que pode, depois, repetir o processo, vindo a se constituir num imenso agregado que pode repetir tudo novamente, tornando-se um superagregado.

As correntes mágicas e místicas, tanto do hinduísmo como no budismo, que afirmam a real existência dessas forças, nos falam, também, da possibilidade desses agregados virem mesmo a tomar forma, influenciar, possuir ou habitar um corpo animal, vegetal ou mineral, ainda que momentaneamente, pois, na maioria das vezes, tentam, sempre que possível, reunir-se num corpo humano.

Construções da mente? Temos aí um verdadeiro "ser" sem matéria densa, sem fisiologia estabelecida, sem alma, porém, capaz de, literalmente, arrasar com todas as formas possíveis de vida. Pode, também, ser considerada uma das piores formas de obsessor, entre a humana, a animal, a elemental, a mental-emocional, a imaginária, a mitológica, figura resgatada pelo moderno espiritismo, porém comum a muitas religiões antigas, ainda que com particularidades de visão. Todos os pensamentos, sentimentos, emoções, e paixões adquirem forma e também uma materialidade semi-densa ou sutil. Trata-se da materialização, em forma aparente, dos sentimentos e emoções fortes, intensas ou violentas. Tais imagens, materializadas em diferentes graus e sutilezas, são formadas por pura concentração de energia, sem racionalidade, ética ou senso comum. Podem ser objetos, alimentos, animais variados, inclusive formas lendárias ou monstruosas, extintas, os mais diferentes seres em várias condições de tamanho, forma, altura e até mesmo sexo.
Podem também nem ter forma definida, apresentando-se como nuvens, redemoinhos, vendavais, ciclones etc.

São pura energia condensada em diferentes intensidades, altamente destrutivas, podendo prejudicar, desorganizar, adoecer, enlouquecer, matar ou até absorver a energia da vítima. Tudo isso é freqüentemente gerado por emoções de encarnados e desencarnados e passível de ser "incorporado" por algum ser desencarnado sob forte carga emocional de ódio, vingança, remorso etc. Pode também produzir um tipo de "efeito fantasma", poltergeist etc.

Pelo sim pelo não, o que os antigos mestres orientais nos ensinam é: cuidado com os sentimentos; cuidado com os desejos; cuidado com os pensamentos; cuidado com as palavras; cuidado com as ações.

Esse conjunto de concepções dotadas de forte carga espiritual, filosófica e transcendental é de suprema importância para tentarmos entender tanto a vida como a morte. Assim, é possível pensar que a transição chamada de "morte" apenas dissolve o agregado de matéria física e as formas. Não constrói realmente uma nova união mas apenas novos elementos de diferentes densidades que se agregam às antigas estruturas das existências, sejam elas doces ou amargas, boas ou más, agradáveis ou desagradáveis.

Evidentemente, este pequeno artigo não tem, nem de longe, a menor pretensão de esgotar um assunto tão vasto, sério, profundo e de grande conseqüências filosóficas e morais para todos os que de fato pretendem aprofundar-se em temas relevantes e capazes de alterar o sentido da vida. É apenas uma tentativa de contribuir para a ampliação dos estudos espíritas sugerindo que, em diferentes culturas e tempos históricos, um rico e importante conhecimento foi estruturado e a sua divulgação poderá contribuir para os importantíssimos estudos desenvolvidos pelos espíritas de "boa vontade", estudiosos, sérios, dedicados e criteriosos, nos moldes de Allan Kardec e seus seguidores.

(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 28, páginas 44-50)

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