MÚSICA: INSTRUMENTO DA ALMA
A música de caráter espiritual elevado é a energia que a alma utiliza para se sintonizar coma a harmonia divina.
Alba das Graças Pereira
Associação Médico-Espirita do Brasil
Alba das Graças Pereira
Associação Médico-Espirita do Brasil
Como se sabe, a arte da música não nasceu somente do espontaneísmo da intuição. Conta-se que o primeiro instrumento musical foi uma corda retesada entre dois pontos, tensionada e posta a vibrar pelo estímulo do artista. A esse método simples o matemático Pitágoras dedicou estudos, dividindo inicialmente a corda ao meio, e novamente ao meio, estudando assim a primeira série harmônica ou a primeira condição do acorde.
Essa experiência é conhecida como monocórdio de Pitágoras, que queria estudar as vibrações produzidas numa corda entre dois limites, tensionada, e posteriormente o que se daria com a sua subdivisão e assim sucessivamente.
A observação de Pitágoras é muito valiosa, porque a vibração do som é a primeira questão científica do conhecimento musical.
Lavignac, célebre professor do Conservatório de Paris na década de 40, conta em seu livro La musique et les musiclens, que o número das vibrações do som alcançado pelo ouvido humano está limitado entre 32 vibrações para o som mais grave (a nota mais grave do órgão de tubos) e 8.276 vibrações para o som mais agudo (do flautim).
Ainda sobre o estudo de Pitágoras podemos retirar o ensinamento de que um som vibrando, em movimento, estimula outros sons vizinhos a acompanharem o seu movimento. Provoca um movimento em massa de outros sons, ou seja provoca a série harmônica.
A Física do século XX prosseguiu com estudos cada vez mais detalhados sobre a vibração do corpo sonoro, analisando o seu caminho duplo e classificando-o de oscilações. Dependendo do número de oscilações por segundo, temos a freqüência. A oscilação em movimento chama-se onda.
Torres Pastorino, em seu livro Técnica da mediunidade observa que: "a onda é uma partícula que se desloca com movimento oscilatório. Acontece, porém, que ao deslocar-se, provoca um campo magnético.
Ou seja, toda vibração cria oscilações e quando entra em movimento é uma onda e que ao se movimentar cria um campo magnético.
Pois bem. O meu raciocínio é o de que o estímulo é o espírito compositor, encarnado ou desencarnado. Ele é o criador da vibração, da onda e do campo magnético.
Creio que ele movimenta na natureza externa, aquilo que traz consigo internamente e que produz as vibrações que conhece, aquelas que o seu conhecimento científico e sua bagagem espiritual podem transmitir, concretizar, exteriorizar, fazer sair fora de si.
IDENTIDADE MAGNÉTICA
Como vemos, há milênios que a humanidade se relaciona através das vibrações, criando campos magnéticos para a comédia e tragédia humanas, para a alegria e para a dor, para o nascimento das luzes na Renascença ou para abrigar o obscurantismo da Idade Média, para conter o pensamento na forma no Barroco ou para a sua ampliação máxima no Clássico, para a valorização do sentimento e da emoção no Romantismo, para o Nacionalismo, Impressionismo, o Moderno, pós-Moderno, o Contemporâneo, etc...
A postura estética de uma época representa a síntese que ela expressa através do pensamento, seja na música, na pintura ou literatura. O artista representa o porta-voz de uma geração. Quando é gênio, normalmente ele estará transcrevendo o futuro e moldando vibracionalmente um campo magnético onde venham a se desenvolver as suas idéias.
Imprime nas vibrações do seu discurso musical a idade da sua crença, a energia da sua psique, as cores tímbricas do seu desenvolvimento gradativo na sabedoria. Como artífice de uma mensagem que borbulha em seus ouvidos internos, aproveita a forma usual ou cria outra que o satisfaça a intenção.
É de Emmanuel a conceituação mais próxima do que penso:
“O artista verdadeiro é sempre o médium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor".
No livro Evolução em dois mundos, do espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, o autor acrescenta: “Todos os seres vivos, por isso, dos mai rudimentares aos mais complexos, se revestem de um halo magnético que lhes corresponde à natureza. No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que em se ajustando às emoções do campo celular, modela em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura".
No livro Vozes do Grande Além, também uma psicografia de Francisco Xavier, Labouriau completa: "Assim é que cada corpo em movimento, dos átomos às galáxias, possui um campo próprio de tensão e influência, constituído pela ondulação que produz".
Mais à frente continua:" qual ocorre com a matéria densa, sob estrita observação científica, nosso espírito é um fulcro de criação mental incessante, formando para si mesmo um halo de eflúvios magnéticos, com o teor de força gravitativa que lhes diz respeito. Nossos pensamentos, assim, tecendo a nossa auréola de emanações vitais ou a ondulação que nos identifica, representam o campo em que nos identifica, representam o campo em que nos desenvolvemos.
Sentimentos e idéias, palavras e ato são recursos íntimos de transformação e purificação da nossa esfera vibratória, de conformidade com a direção que lhes imprimimos, tanto quanto as dores e as provas, as aflições externos de luta que nos impelem a movimento renovador”.
Considerações e apontamentos a respeito da aura ou campo magnético da criatura são pertinentes à afirmação inicial, quando defendo a idéia de que o compositor é o responsável pelo campo magnético onde os espíritos afins procuram pousar idéias sob a aparência de intuições, inspiração, de modo sutil, ou então de modo mais concreto na forma da clariaudiência.
Schumann dizia ouvir o espírito de Mendelsohn lhe ditar sinfonias e esta foi uma das razões pelas quais foi internado num sanatório para doentes mentais.
George Sand conta-nos na sua autobiografia História da vida, que muitas vezes vira Chopin chorar pela impossibilidade de passar para o papel, uma melodia tal qual ele ouvira e que estava a compor.
Stockhausen revela em entrevista inserida no livro A música contemporânea, que comumente estabelece contatos com criaturas de outros mundos. Diz ele: "Tenho desde a minha infância a intuição de não ser daqui deste planeta, e de que o essencial de minha missão na Terra consiste em estabelecer, através da música, laços entre os terrestres e os extraterrestres. Tenho dito freqüentemente que como compositor, guardo a impressão de ser um mensageiro que transporta as notícias sem saber na realidade o que elas contém. Capto a música como um receptor de rádio e transmito-a".
Perguntado sobre qual a missão mais importante da música, respondeu: "O essencial, creio eu, é que a música é um médium do espírito, o médium mais sutil, já que penetra até os átomos do homem, através de toda a pele, do corpo inteiro, e não apenas através dos ouvidos, e pode fazê-lo vibrar. É o meio mais importante para colocar o homem em contato com seu criador. É isto o que, em meu entender, a maioria das pessoas esqueceu, ou não quer admitir. Mas no íntimo estou convencido disto e acho que deve ser dito".
Vale a pena considerar que se trata aqui, a nosso ver, da música meramente mediúnica, pois que o mediunismo nem sempre irá tratar das questões espirituais, filosófico-científico-artisticamente embasadas na doutrina espírita.
E ONDE ESTÁ A MÚSICA ESPÍRITA?
Ela está onde estiverem as premissas de amor, caridade, perdão exaradas nas promessas do consolador promeitdo por Jesus de Nazaré e aportando na Terra sob a forma de O Livro dos Espíritos, desde 1857.
Como vimos, a estética espírita possui um comprometimento com a doutrina espírita, com seus postulados que revivem o Evangelho de Jesus, o Criador.
Mediunidade musical se produz de pensamento para pensamento. Ou seja, do pensamento do espírito comunicante (encarnado ou desencarnado) para o espírito receptor anotar as idéias.
A idéia não é coisa técnica, não exige técnica para se manifestar e é por isso que, mesmo pessoas sem a cultura das letras do mundo, transmitem às vezes mensagens espantosas, do ponto de vista intelectual.
Possivelmente, o médium tem arquivado no seu passado reencanatório, experiências no campo de sua mediunidade expressiva.
Então, quando se manifesta a mediunidade numa de suas vidas, como por exemplo na literatura, nas artes plásticas ou na música, o médium terá muita facilidade para receber a mensagem do além, porque o seu campo de força magnética estará em afinidade com a matéria transmitida, devido às suas outras vivências na área.
Beethoven dizia:"O gênio é trabalho de séculos".
Sabemos que nada se improvisa na natureza das coisas.
A MEDIUNIDADE NA MÚSICA
Como diferenciar o pensamento próprio daquele outro que é inspirado?
De modo geral sabemos sobre nós mesmos algumas coisas fundamentais, conhecemos nossos gostos e tendências, estilos etc.
A partir do autoconhecimento vamos percebendo que outros estilos que não nos são particulares, acontecem através de nós. Isso é fato mediúnico.
O interessante no fato mediúnico são as singularidades próprias de cada espírito comunicante. A construção de frases, a dinâmica impressa, a escolha dos timbres orquestrais, o material temático, a acentuação rítmica, a variedade de planos sonoros.
O estilo de cada compositor, que se delineia no somatório desses valores selecionados por cada individualidade, próprio, porque carregado do elemento "ethos", vital na emoção própria com que elaboram a peça.
No meu entendimento, a questão que os negadores do fenômeno mediúnico propõem quando pretendem sintetizar toda a complexidade do fenômeno através da argumentação de cópia de estilos, do fazer à la maniere, é muito inconsistente.
Primeiro porque, se o trabalho de cópia de estilos técnicos é coisa mais ou menos possível, no que concerne à estrutura arquitetônica da forma e à escolha dos materiais, no entanto, se você se dispõe a imitar alguém, depois dos dez primeiros compassos, já fica evidenciado o pastiche, porque a emoção de cada artista, sua maneira de fazer com a sua emoção é dado unicamente dele (do artista). Não se repete. A técnica pode se repetir no pastiche, a emoção não.
UM REMÉDIO PARA A ALMA
A "música espírita", pelo seu teor moral, tem também o dom da profilaxia sobre as doenças mentais e estados de fragilidade do indivíduo.
A música espiritualizada estimula o homem para a fonte da cura, auxiliando-o a melhorar o seu padrão vibratório e a própria vida.
A música tem um papel importante a desempenhar nesse instante de transição do planeta: o de auxiliar e reequilibrar as relações do Homem com o seu Pai, Deus, encontrando para si e seus irmãos melhores condições de vida.
O mundo do terceiro milênio será, com certeza, povoado pelos espíritos que se ajustarem ao campo vibratório do Cristo, produzindo com Ele a canção que vem dos Divinos Lábios e beneficiando, incansavelmente, seus irmãos daqui ou de outros mundos.
(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 02, páginas 55-58)
Essa experiência é conhecida como monocórdio de Pitágoras, que queria estudar as vibrações produzidas numa corda entre dois limites, tensionada, e posteriormente o que se daria com a sua subdivisão e assim sucessivamente.
A observação de Pitágoras é muito valiosa, porque a vibração do som é a primeira questão científica do conhecimento musical.
Lavignac, célebre professor do Conservatório de Paris na década de 40, conta em seu livro La musique et les musiclens, que o número das vibrações do som alcançado pelo ouvido humano está limitado entre 32 vibrações para o som mais grave (a nota mais grave do órgão de tubos) e 8.276 vibrações para o som mais agudo (do flautim).
Ainda sobre o estudo de Pitágoras podemos retirar o ensinamento de que um som vibrando, em movimento, estimula outros sons vizinhos a acompanharem o seu movimento. Provoca um movimento em massa de outros sons, ou seja provoca a série harmônica.
A Física do século XX prosseguiu com estudos cada vez mais detalhados sobre a vibração do corpo sonoro, analisando o seu caminho duplo e classificando-o de oscilações. Dependendo do número de oscilações por segundo, temos a freqüência. A oscilação em movimento chama-se onda.
Torres Pastorino, em seu livro Técnica da mediunidade observa que: "a onda é uma partícula que se desloca com movimento oscilatório. Acontece, porém, que ao deslocar-se, provoca um campo magnético.
Ou seja, toda vibração cria oscilações e quando entra em movimento é uma onda e que ao se movimentar cria um campo magnético.
Pois bem. O meu raciocínio é o de que o estímulo é o espírito compositor, encarnado ou desencarnado. Ele é o criador da vibração, da onda e do campo magnético.
Creio que ele movimenta na natureza externa, aquilo que traz consigo internamente e que produz as vibrações que conhece, aquelas que o seu conhecimento científico e sua bagagem espiritual podem transmitir, concretizar, exteriorizar, fazer sair fora de si.
IDENTIDADE MAGNÉTICA
Como vemos, há milênios que a humanidade se relaciona através das vibrações, criando campos magnéticos para a comédia e tragédia humanas, para a alegria e para a dor, para o nascimento das luzes na Renascença ou para abrigar o obscurantismo da Idade Média, para conter o pensamento na forma no Barroco ou para a sua ampliação máxima no Clássico, para a valorização do sentimento e da emoção no Romantismo, para o Nacionalismo, Impressionismo, o Moderno, pós-Moderno, o Contemporâneo, etc...
A postura estética de uma época representa a síntese que ela expressa através do pensamento, seja na música, na pintura ou literatura. O artista representa o porta-voz de uma geração. Quando é gênio, normalmente ele estará transcrevendo o futuro e moldando vibracionalmente um campo magnético onde venham a se desenvolver as suas idéias.
Imprime nas vibrações do seu discurso musical a idade da sua crença, a energia da sua psique, as cores tímbricas do seu desenvolvimento gradativo na sabedoria. Como artífice de uma mensagem que borbulha em seus ouvidos internos, aproveita a forma usual ou cria outra que o satisfaça a intenção.
É de Emmanuel a conceituação mais próxima do que penso:
“O artista verdadeiro é sempre o médium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor".
No livro Evolução em dois mundos, do espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, o autor acrescenta: “Todos os seres vivos, por isso, dos mai rudimentares aos mais complexos, se revestem de um halo magnético que lhes corresponde à natureza. No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que em se ajustando às emoções do campo celular, modela em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura".
No livro Vozes do Grande Além, também uma psicografia de Francisco Xavier, Labouriau completa: "Assim é que cada corpo em movimento, dos átomos às galáxias, possui um campo próprio de tensão e influência, constituído pela ondulação que produz".
Mais à frente continua:" qual ocorre com a matéria densa, sob estrita observação científica, nosso espírito é um fulcro de criação mental incessante, formando para si mesmo um halo de eflúvios magnéticos, com o teor de força gravitativa que lhes diz respeito. Nossos pensamentos, assim, tecendo a nossa auréola de emanações vitais ou a ondulação que nos identifica, representam o campo em que nos identifica, representam o campo em que nos desenvolvemos.
Sentimentos e idéias, palavras e ato são recursos íntimos de transformação e purificação da nossa esfera vibratória, de conformidade com a direção que lhes imprimimos, tanto quanto as dores e as provas, as aflições externos de luta que nos impelem a movimento renovador”.
Considerações e apontamentos a respeito da aura ou campo magnético da criatura são pertinentes à afirmação inicial, quando defendo a idéia de que o compositor é o responsável pelo campo magnético onde os espíritos afins procuram pousar idéias sob a aparência de intuições, inspiração, de modo sutil, ou então de modo mais concreto na forma da clariaudiência.
Schumann dizia ouvir o espírito de Mendelsohn lhe ditar sinfonias e esta foi uma das razões pelas quais foi internado num sanatório para doentes mentais.
George Sand conta-nos na sua autobiografia História da vida, que muitas vezes vira Chopin chorar pela impossibilidade de passar para o papel, uma melodia tal qual ele ouvira e que estava a compor.
Stockhausen revela em entrevista inserida no livro A música contemporânea, que comumente estabelece contatos com criaturas de outros mundos. Diz ele: "Tenho desde a minha infância a intuição de não ser daqui deste planeta, e de que o essencial de minha missão na Terra consiste em estabelecer, através da música, laços entre os terrestres e os extraterrestres. Tenho dito freqüentemente que como compositor, guardo a impressão de ser um mensageiro que transporta as notícias sem saber na realidade o que elas contém. Capto a música como um receptor de rádio e transmito-a".
Perguntado sobre qual a missão mais importante da música, respondeu: "O essencial, creio eu, é que a música é um médium do espírito, o médium mais sutil, já que penetra até os átomos do homem, através de toda a pele, do corpo inteiro, e não apenas através dos ouvidos, e pode fazê-lo vibrar. É o meio mais importante para colocar o homem em contato com seu criador. É isto o que, em meu entender, a maioria das pessoas esqueceu, ou não quer admitir. Mas no íntimo estou convencido disto e acho que deve ser dito".
Vale a pena considerar que se trata aqui, a nosso ver, da música meramente mediúnica, pois que o mediunismo nem sempre irá tratar das questões espirituais, filosófico-científico-artisticamente embasadas na doutrina espírita.
E ONDE ESTÁ A MÚSICA ESPÍRITA?
Ela está onde estiverem as premissas de amor, caridade, perdão exaradas nas promessas do consolador promeitdo por Jesus de Nazaré e aportando na Terra sob a forma de O Livro dos Espíritos, desde 1857.
Como vimos, a estética espírita possui um comprometimento com a doutrina espírita, com seus postulados que revivem o Evangelho de Jesus, o Criador.
Mediunidade musical se produz de pensamento para pensamento. Ou seja, do pensamento do espírito comunicante (encarnado ou desencarnado) para o espírito receptor anotar as idéias.
A idéia não é coisa técnica, não exige técnica para se manifestar e é por isso que, mesmo pessoas sem a cultura das letras do mundo, transmitem às vezes mensagens espantosas, do ponto de vista intelectual.
Possivelmente, o médium tem arquivado no seu passado reencanatório, experiências no campo de sua mediunidade expressiva.
Então, quando se manifesta a mediunidade numa de suas vidas, como por exemplo na literatura, nas artes plásticas ou na música, o médium terá muita facilidade para receber a mensagem do além, porque o seu campo de força magnética estará em afinidade com a matéria transmitida, devido às suas outras vivências na área.
Beethoven dizia:"O gênio é trabalho de séculos".
Sabemos que nada se improvisa na natureza das coisas.
A MEDIUNIDADE NA MÚSICA
Como diferenciar o pensamento próprio daquele outro que é inspirado?
De modo geral sabemos sobre nós mesmos algumas coisas fundamentais, conhecemos nossos gostos e tendências, estilos etc.
A partir do autoconhecimento vamos percebendo que outros estilos que não nos são particulares, acontecem através de nós. Isso é fato mediúnico.
O interessante no fato mediúnico são as singularidades próprias de cada espírito comunicante. A construção de frases, a dinâmica impressa, a escolha dos timbres orquestrais, o material temático, a acentuação rítmica, a variedade de planos sonoros.
O estilo de cada compositor, que se delineia no somatório desses valores selecionados por cada individualidade, próprio, porque carregado do elemento "ethos", vital na emoção própria com que elaboram a peça.
No meu entendimento, a questão que os negadores do fenômeno mediúnico propõem quando pretendem sintetizar toda a complexidade do fenômeno através da argumentação de cópia de estilos, do fazer à la maniere, é muito inconsistente.
Primeiro porque, se o trabalho de cópia de estilos técnicos é coisa mais ou menos possível, no que concerne à estrutura arquitetônica da forma e à escolha dos materiais, no entanto, se você se dispõe a imitar alguém, depois dos dez primeiros compassos, já fica evidenciado o pastiche, porque a emoção de cada artista, sua maneira de fazer com a sua emoção é dado unicamente dele (do artista). Não se repete. A técnica pode se repetir no pastiche, a emoção não.
UM REMÉDIO PARA A ALMA
A "música espírita", pelo seu teor moral, tem também o dom da profilaxia sobre as doenças mentais e estados de fragilidade do indivíduo.
A música espiritualizada estimula o homem para a fonte da cura, auxiliando-o a melhorar o seu padrão vibratório e a própria vida.
A música tem um papel importante a desempenhar nesse instante de transição do planeta: o de auxiliar e reequilibrar as relações do Homem com o seu Pai, Deus, encontrando para si e seus irmãos melhores condições de vida.
O mundo do terceiro milênio será, com certeza, povoado pelos espíritos que se ajustarem ao campo vibratório do Cristo, produzindo com Ele a canção que vem dos Divinos Lábios e beneficiando, incansavelmente, seus irmãos daqui ou de outros mundos.
(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 02, páginas 55-58)