CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE
O físico e pesquisador francês Patrick Drouot é considerado um dos principais estudiosos de temas espirituais do mundo, procurando fazer uma ponte para a interpretação desses temas do ponto de vista da física.
Wagner Borges
Wagner Borges
Quando esteve no Brasil há uns anos, Patrick Drouot deu uma entrevista a Wagner Borges em seu programa Viagem Espiritual, da Rádio Mundial. Drouot já foi chamado de “cientista do futuro” e vendeu mais de um milhão de livros. Um deles, Cura Espiritual e Imortalidade (Editora Nova Era), fala muito de chacras, nádis, kundalini e sobre as pesquisas que o autor vem fazendo, às quais ele une o conhecimento xamânico e o oriental, fazendo uma fusão.
Reproduzimos a seguir trechos dessa entrevista, em que ele fala sobre esses e outros assuntos.
Gostaria que você nos contasse um pouco de sua história, como você começou e o que o motivou para a pesquisa.
É uma historia um pouco longa. Eu vou resumir vinte anos de trabalho e quinze anos de pesquisas em cinco minutos. Há vinte anos eu era um homem socialmente normal – eu sou físico teórico – e me interessei pelos fenômenos anormais ligados às atividades cerebrais. Eu estudei o cérebro durante um ano e me especializei em neurofísica. Percebi que os médicos e os neurologistas conheciam somente as atividades da superfície do cérebro, mas ninguém era capaz de me explicar o que é que fazia o cérebro funcionar. Ouvi falar de fenômenos que estavam ligados ao conjunto das tradições da humanidade e que as nossas tradições científicas são incapazes de explicar. Comecei a fazer o que os estudiosos fazem: comecei a estudar.
Comecei a estudar as diferentes escolas da Índia, principalmente a Kriya Yoga, os elementos do budismo tibetano e da medicina tibetana; trabalhei e vivi com os índios da América do Norte e com as populações da Polinésia, do Pacífico Sul. Percebi que essas pessoas tinham um conhecimento excepcional, um tipo de herança que nós esquecemos, e que eles tinham o que nós podemos chamar de técnicas para abrir a consciência.
Por volta dos anos de 1983-84, comecei a ter experiências que não pertencem ao mundo clássico, e a pergunta era sempre a mesma: será que podemos explicar esses fenômenos com o avanço da física quântica? E, respeitosamente, pelo conjunto de todas essas tradições, eu acredito que todos os sábios, todos os xamãs, todos os santos que existiram desde o inicio, eram físicos antes mesmo que a ciência existisse, porque eles explicavam o que acontecia além da realidade ordinária, comum, exatamente o que o avanço da física quântica tenta fazer atualmente.
E, para finalizar a resposta, acredito que essa busca científica do início se tornou uma espécie de missão do Graal. O que é realmente o ser humano?
Inclusive, os xamãs dos vários povos indígenas sempre falaram desses estados alterados de consciência e, nesse caso, eles são desbravadores, bandeirantes conscienciais.
O que deixou os antropólogos estupefatos nos anos 40, 50 e 60, é que nas tradições nativas eles utilizam, como vocês sabem, ritmos de tambor, sejam os polinésios, os índios da América do Norte ou mesmo do Brasil. Os pesquisadores modernos descobriram que o ritmo do tambor corresponde exatamente ao ritmo do cérebro; quer dizer, eles eram capazes de induzir estados alterados de consciência através dos batimentos expressivos do tambor.
Isso, sem sombra de dúvida, influencia diretamente as ondas cerebrais.
Os fisiologistas dos anos 50 percebiam que o cérebro reagia aos sons e às luzes; isso significa que o cérebro vai se colocar em sincronismo com os ritmos repetitivos. O exemplo mais simples e mais conhecido é o metrônomo do hipnotizador.
Eu sei que você esteve fazendo algumas pesquisas no Monroe Institute (fundado por Robert Monroe), na Virgínia, Estados Unidos; pesquisas com ondas cerebrais e experiências fora do corpo. Eu queria que você comentasse um pouco sobre esses assuntos.
Aconteceu um fenômeno muito particular comigo nos anos 1985-86: eu comecei a ver o duplo, o corpo sutil. Ao olhar para alguém, era como se um filme passasse diante dos meus olhos e eu sabia, por exemplo, que a pessoa tinha tido um acidente; não apenas que a pessoa tinha, por exemplo, uma doença, mas eu via a origem dessa doença. Eu sou físico, e então ficava perguntando: “O que acontece no meu cérebro?”
Já há alguns anos eu tinha ouvido falar dos trabalhos do Instituto Monroe e, em 1987, eu fui visitá-lo. Eles têm um laboratório muito bem equipado, e contei a Robert Monroe o que acontecia, porque tinha algo muito estranho acontecendo na minha cabeça: “Eu vejo a história das pessoas, olhando para elas. Eu gostaria de fazer experimentos com você. Coloque os eletrodos na minha cabeça, pois quero saber o que está acontecendo.”
Eles me colocaram num quadrado fechado, coberto com cobre, e uma cama de água; colocaram eletrodos na minha cabeça ligados ao sistema de informática. Eu tenho uma particularidade; eu tenho memória visual, posso fotografar mentalmente alguém, e isso para mim era muito prático quando eu era estudante, porque eu fotografava a lousa, o quadro-negro com os escritos do professor, e me lembrava disso em casa.
Eles me mostraram a foto de uma mulher que se encontrava a 1500 quilômetros dali. Eu olhei para a foto, representei-a em luz e comecei a descrevê-la (eu estava flutuando nessa cama de água): um nódulo canceroso, problemas dentários e a sua vida; eu via o divórcio, o antigo marido e fui voltando na sua vida, pouco a pouco. Vi uma reunião de família com um primo que estava voltando do Vietnã e cheguei até aos seus sete anos de idade.
Eu estava isolado, tinha fones de ouvido e havia um microfone na altura da minha boca, mas ninguém me dizia nada. Eu descrevi essa moça num campo com um disco voador sobre ela. Fiquei chocado e pensei: “Eles vão achar que estou ficando louco.” E eu disse em inglês: “Estou vendo algo, é um alienígena.” E, pela primeira vez, o diretor do laboratório falou através dos fones de ouvidos: “Seja mais específico”. Eu disse: “Estou vendo um UFO”. Ele pediu: “Você pode se projetar até ele?” E eu disse: “Sim, a minha consciência não é local, eu posso projetá-la no Universo.” Eu me projetei a esse local e, por dez segundos, tive a impressão de me tornar inteligente. Eu soube quem eles eram, sabia o que era a raça humana, tive milhares de informações, alguns aspectos do espaço-tempo. Fiquei dez segundos, saí daquele local e a minha consciência se fechou novamente, e perdi cerca de 98% daquilo.
E o interessante é que o meu cérebro estava ligado ao sistema de informática; o que apareceu na tela do computador foi que o cérebro subiu numa freqüência que neurologicamente é impossível: o centro do cérebro subiu a 60 hertz; são freqüências impossíveis de se atingir normalmente.
Porque em ondas Beta funciona numa faixa de 14 a 30 ciclos?
Os epilépticos vão até 35 [o nosso cérebro apresenta quatro tipos de ondas cerebrais: Beta (vigília, 30-14 ciclos por segundo); Alfa (relaxamento/cochilo, 13-8 cicios por segundo); Teta (sono leve, 7-4 ciclos por segundo); Delta sono pesadíssimo, 3-1 ciclos por segundo). Ocasionalmente, algumas ondas aparecem um pouco fora dessa escala, o que confunde um pouco os pesquisadores. As pessoas chamam isso de ondas Gama (acima de 35 ciclos por segundo, totalmente fora da escala considerada normal), e elas podem aparecer nas experiências mediúnicas, kundalínicas ou projetivas].
E isso também corresponde às oscilações de ondas cerebrais em vários iogues, também com o despertar da kundalini.
Exatamente! E então nós supomos que essas ondas gama, muito elevadas, seriam uma das chaves da mediunidade. O que foi importante para mim é que isso foi feito num ambiente estritamente cientifico. Para nós, ainda há todo um conjunto da ciência e da ciência espiritual que falta ser descoberto.
Você também fez uma música, Voyage Astral (Viagem Astral), incluída no CD Songs. Você poderia nos explicar como você se inspirou na festa de Wesak para compor a música?
A festa do Wesak é uma das maiores festas espirituais da humanidade; ela é anunciada pelas Nações Unidas, em Nova York. O Wesak é uma planície ao norte da Índia e a festa ocorre todos os anos, durante a lua cheia de Touro; é a energia de Cristo, que vem do leste, e a energia de Buda, que vem do oeste. Dezenas de milhares de peregrinos vão a essa festa, e o ponto máximo do Wesak é quando a energia de Cristo e de Buda se unem. Até há uns dez anos, eu nunca tinha ouvido falar do Wesak; mas num trabalho de expansão de consciência, vi uma planície onde as energias crísticas e búdicas se uniam. Fui tomado por essa sensação, por essa experiência e, algum tempo depois, eu contei essa experiência a alguns iogues, que me explicaram sobre o Wesak. Eu tentei transmitir em som essa experiência.
Um ouvinte está perguntando como se dá essa alteração das ondas cerebrais no momento de mediunidade e da incorporação. O que os pesquisadores perceberam é que existe uma diferença entre o nível das ondas cerebrais e o nível de consciência. Nós pensamos que a atividade cerebral é ligada a sinais elétricos emitidos pelo cérebro, mas o nível de consciência é ligado ao campo magnético emitido pelo cérebro. Nós pensamos que todas as pessoas com capacidades ditas mediúnicas têm uma atividade cerebral elétrica e magnética particular, que é algo inato, algo que a pessoa já tinha; ou poderia ser alguma coisa aprendida. Mas eu acredito que isso também tenha uma ligação com a estrutura do corpo de energia da pessoa. Cada um tem uma estrutura particular, e essa estrutura permite que a pessoa tenha essas experiências; é algo que precisa ser cultivado para o belo e para o bem.
Temos mais um ouvinte que diz o seguinte: “Eu sou cego e, às vezes, escuto certas coisas e, de repente, parece que minha mente traduz essas coisas em frações de segundo para mim com som. E essas experiências nos canais auditivos começaram a acontecer comigo depois que comecei a fazer Ioga.”
O objetivo do caminho espiritual é a realização. No caminho dos iogues, você vai encontrar o que eles chamam de ativação dos sidhis. Eles são o que a gente chama aqui no Ocidente de dons paranormais: clarividência, clariaudiência, etc. Então, de acordo com a sua estrutura psíquica, pode haver a clariaudiência (audição de sons psíquicos), ou a clarividência (paravisão), ou os dois. Na França, nós trabalhamos com pessoas cegas, pessoas que tiveram experiências de percepções de guias espirituais; para elas foram experiências muito emocionantes, e eu me lembro de uma pessoa que era cega de nascença e tentava descrever a luz colorida que ela percebeu em torno de um guia; e você também pode ouvir o que a tradição chama de “música das esferas”. Você pode ouvir vozes, músicas, cantos, sons. Também, como o Wagner já disse, pelo fato de ter perdido um dos sentidos, os outros se sobressaem; você tem sempre cinco sentidos porque, mesmo que você tenha perdido um, o seu sexto sentido começa a se ativar.
Para saber mais:
Nós Somos Todos Imortais
Reencarnação e Imortalidade
Cura Espiritual e Imortalidade
Memórias de um Viajante do Tempo
O Físico, o Xamã e o Místico
Patrick Druout
Editora Nova Era
(Extraído da Revista Sexto Sentido 45, páginas 18-23)
Reproduzimos a seguir trechos dessa entrevista, em que ele fala sobre esses e outros assuntos.
Gostaria que você nos contasse um pouco de sua história, como você começou e o que o motivou para a pesquisa.
É uma historia um pouco longa. Eu vou resumir vinte anos de trabalho e quinze anos de pesquisas em cinco minutos. Há vinte anos eu era um homem socialmente normal – eu sou físico teórico – e me interessei pelos fenômenos anormais ligados às atividades cerebrais. Eu estudei o cérebro durante um ano e me especializei em neurofísica. Percebi que os médicos e os neurologistas conheciam somente as atividades da superfície do cérebro, mas ninguém era capaz de me explicar o que é que fazia o cérebro funcionar. Ouvi falar de fenômenos que estavam ligados ao conjunto das tradições da humanidade e que as nossas tradições científicas são incapazes de explicar. Comecei a fazer o que os estudiosos fazem: comecei a estudar.
Comecei a estudar as diferentes escolas da Índia, principalmente a Kriya Yoga, os elementos do budismo tibetano e da medicina tibetana; trabalhei e vivi com os índios da América do Norte e com as populações da Polinésia, do Pacífico Sul. Percebi que essas pessoas tinham um conhecimento excepcional, um tipo de herança que nós esquecemos, e que eles tinham o que nós podemos chamar de técnicas para abrir a consciência.
Por volta dos anos de 1983-84, comecei a ter experiências que não pertencem ao mundo clássico, e a pergunta era sempre a mesma: será que podemos explicar esses fenômenos com o avanço da física quântica? E, respeitosamente, pelo conjunto de todas essas tradições, eu acredito que todos os sábios, todos os xamãs, todos os santos que existiram desde o inicio, eram físicos antes mesmo que a ciência existisse, porque eles explicavam o que acontecia além da realidade ordinária, comum, exatamente o que o avanço da física quântica tenta fazer atualmente.
E, para finalizar a resposta, acredito que essa busca científica do início se tornou uma espécie de missão do Graal. O que é realmente o ser humano?
Inclusive, os xamãs dos vários povos indígenas sempre falaram desses estados alterados de consciência e, nesse caso, eles são desbravadores, bandeirantes conscienciais.
O que deixou os antropólogos estupefatos nos anos 40, 50 e 60, é que nas tradições nativas eles utilizam, como vocês sabem, ritmos de tambor, sejam os polinésios, os índios da América do Norte ou mesmo do Brasil. Os pesquisadores modernos descobriram que o ritmo do tambor corresponde exatamente ao ritmo do cérebro; quer dizer, eles eram capazes de induzir estados alterados de consciência através dos batimentos expressivos do tambor.
Isso, sem sombra de dúvida, influencia diretamente as ondas cerebrais.
Os fisiologistas dos anos 50 percebiam que o cérebro reagia aos sons e às luzes; isso significa que o cérebro vai se colocar em sincronismo com os ritmos repetitivos. O exemplo mais simples e mais conhecido é o metrônomo do hipnotizador.
Eu sei que você esteve fazendo algumas pesquisas no Monroe Institute (fundado por Robert Monroe), na Virgínia, Estados Unidos; pesquisas com ondas cerebrais e experiências fora do corpo. Eu queria que você comentasse um pouco sobre esses assuntos.
Aconteceu um fenômeno muito particular comigo nos anos 1985-86: eu comecei a ver o duplo, o corpo sutil. Ao olhar para alguém, era como se um filme passasse diante dos meus olhos e eu sabia, por exemplo, que a pessoa tinha tido um acidente; não apenas que a pessoa tinha, por exemplo, uma doença, mas eu via a origem dessa doença. Eu sou físico, e então ficava perguntando: “O que acontece no meu cérebro?”
Já há alguns anos eu tinha ouvido falar dos trabalhos do Instituto Monroe e, em 1987, eu fui visitá-lo. Eles têm um laboratório muito bem equipado, e contei a Robert Monroe o que acontecia, porque tinha algo muito estranho acontecendo na minha cabeça: “Eu vejo a história das pessoas, olhando para elas. Eu gostaria de fazer experimentos com você. Coloque os eletrodos na minha cabeça, pois quero saber o que está acontecendo.”
Eles me colocaram num quadrado fechado, coberto com cobre, e uma cama de água; colocaram eletrodos na minha cabeça ligados ao sistema de informática. Eu tenho uma particularidade; eu tenho memória visual, posso fotografar mentalmente alguém, e isso para mim era muito prático quando eu era estudante, porque eu fotografava a lousa, o quadro-negro com os escritos do professor, e me lembrava disso em casa.
Eles me mostraram a foto de uma mulher que se encontrava a 1500 quilômetros dali. Eu olhei para a foto, representei-a em luz e comecei a descrevê-la (eu estava flutuando nessa cama de água): um nódulo canceroso, problemas dentários e a sua vida; eu via o divórcio, o antigo marido e fui voltando na sua vida, pouco a pouco. Vi uma reunião de família com um primo que estava voltando do Vietnã e cheguei até aos seus sete anos de idade.
Eu estava isolado, tinha fones de ouvido e havia um microfone na altura da minha boca, mas ninguém me dizia nada. Eu descrevi essa moça num campo com um disco voador sobre ela. Fiquei chocado e pensei: “Eles vão achar que estou ficando louco.” E eu disse em inglês: “Estou vendo algo, é um alienígena.” E, pela primeira vez, o diretor do laboratório falou através dos fones de ouvidos: “Seja mais específico”. Eu disse: “Estou vendo um UFO”. Ele pediu: “Você pode se projetar até ele?” E eu disse: “Sim, a minha consciência não é local, eu posso projetá-la no Universo.” Eu me projetei a esse local e, por dez segundos, tive a impressão de me tornar inteligente. Eu soube quem eles eram, sabia o que era a raça humana, tive milhares de informações, alguns aspectos do espaço-tempo. Fiquei dez segundos, saí daquele local e a minha consciência se fechou novamente, e perdi cerca de 98% daquilo.
E o interessante é que o meu cérebro estava ligado ao sistema de informática; o que apareceu na tela do computador foi que o cérebro subiu numa freqüência que neurologicamente é impossível: o centro do cérebro subiu a 60 hertz; são freqüências impossíveis de se atingir normalmente.
Porque em ondas Beta funciona numa faixa de 14 a 30 ciclos?
Os epilépticos vão até 35 [o nosso cérebro apresenta quatro tipos de ondas cerebrais: Beta (vigília, 30-14 ciclos por segundo); Alfa (relaxamento/cochilo, 13-8 cicios por segundo); Teta (sono leve, 7-4 ciclos por segundo); Delta sono pesadíssimo, 3-1 ciclos por segundo). Ocasionalmente, algumas ondas aparecem um pouco fora dessa escala, o que confunde um pouco os pesquisadores. As pessoas chamam isso de ondas Gama (acima de 35 ciclos por segundo, totalmente fora da escala considerada normal), e elas podem aparecer nas experiências mediúnicas, kundalínicas ou projetivas].
E isso também corresponde às oscilações de ondas cerebrais em vários iogues, também com o despertar da kundalini.
Exatamente! E então nós supomos que essas ondas gama, muito elevadas, seriam uma das chaves da mediunidade. O que foi importante para mim é que isso foi feito num ambiente estritamente cientifico. Para nós, ainda há todo um conjunto da ciência e da ciência espiritual que falta ser descoberto.
Você também fez uma música, Voyage Astral (Viagem Astral), incluída no CD Songs. Você poderia nos explicar como você se inspirou na festa de Wesak para compor a música?
A festa do Wesak é uma das maiores festas espirituais da humanidade; ela é anunciada pelas Nações Unidas, em Nova York. O Wesak é uma planície ao norte da Índia e a festa ocorre todos os anos, durante a lua cheia de Touro; é a energia de Cristo, que vem do leste, e a energia de Buda, que vem do oeste. Dezenas de milhares de peregrinos vão a essa festa, e o ponto máximo do Wesak é quando a energia de Cristo e de Buda se unem. Até há uns dez anos, eu nunca tinha ouvido falar do Wesak; mas num trabalho de expansão de consciência, vi uma planície onde as energias crísticas e búdicas se uniam. Fui tomado por essa sensação, por essa experiência e, algum tempo depois, eu contei essa experiência a alguns iogues, que me explicaram sobre o Wesak. Eu tentei transmitir em som essa experiência.
Um ouvinte está perguntando como se dá essa alteração das ondas cerebrais no momento de mediunidade e da incorporação. O que os pesquisadores perceberam é que existe uma diferença entre o nível das ondas cerebrais e o nível de consciência. Nós pensamos que a atividade cerebral é ligada a sinais elétricos emitidos pelo cérebro, mas o nível de consciência é ligado ao campo magnético emitido pelo cérebro. Nós pensamos que todas as pessoas com capacidades ditas mediúnicas têm uma atividade cerebral elétrica e magnética particular, que é algo inato, algo que a pessoa já tinha; ou poderia ser alguma coisa aprendida. Mas eu acredito que isso também tenha uma ligação com a estrutura do corpo de energia da pessoa. Cada um tem uma estrutura particular, e essa estrutura permite que a pessoa tenha essas experiências; é algo que precisa ser cultivado para o belo e para o bem.
Temos mais um ouvinte que diz o seguinte: “Eu sou cego e, às vezes, escuto certas coisas e, de repente, parece que minha mente traduz essas coisas em frações de segundo para mim com som. E essas experiências nos canais auditivos começaram a acontecer comigo depois que comecei a fazer Ioga.”
O objetivo do caminho espiritual é a realização. No caminho dos iogues, você vai encontrar o que eles chamam de ativação dos sidhis. Eles são o que a gente chama aqui no Ocidente de dons paranormais: clarividência, clariaudiência, etc. Então, de acordo com a sua estrutura psíquica, pode haver a clariaudiência (audição de sons psíquicos), ou a clarividência (paravisão), ou os dois. Na França, nós trabalhamos com pessoas cegas, pessoas que tiveram experiências de percepções de guias espirituais; para elas foram experiências muito emocionantes, e eu me lembro de uma pessoa que era cega de nascença e tentava descrever a luz colorida que ela percebeu em torno de um guia; e você também pode ouvir o que a tradição chama de “música das esferas”. Você pode ouvir vozes, músicas, cantos, sons. Também, como o Wagner já disse, pelo fato de ter perdido um dos sentidos, os outros se sobressaem; você tem sempre cinco sentidos porque, mesmo que você tenha perdido um, o seu sexto sentido começa a se ativar.
Para saber mais:
Nós Somos Todos Imortais
Reencarnação e Imortalidade
Cura Espiritual e Imortalidade
Memórias de um Viajante do Tempo
O Físico, o Xamã e o Místico
Patrick Druout
Editora Nova Era
(Extraído da Revista Sexto Sentido 45, páginas 18-23)