TERAPIA DA MENTE, DO CORPO E DO ESPÍRITO

Tratar a mente é tratar o espírito, e por meio de ambos atingir o equilíbrio físico. Com essa filosofia, Judith Benevides une os principais nomes da vanguarda científica, terapêutica e holística internacional numa visão inovadora de como cuidar do homem em todos os seus aspectos.
Vários Pesquisadores, como o dr. Deepak Chopra e o físico Amit Goswami, desenvolveram trabalhos nos quais unem os mundos científico e espiritual para permitir ao ser humano não só a compreensão de outras realidades, mas a possibilidade de atingir novos níveis de saúde e bem-estar.

Contudo, vários pesquisadores que estiveram envolvidos com os estudos que formaram a base sobre a qual foi criada a moderna física quântica, já anteviam a união filosófica dos conceitos energéticos da física de partículas com a psicologia, explicando assim vários fenômenos que têm sido um mistério para o ser humano há vários milênios.

A terapeuta Judith de Sá Benevides desenvolveu seu trabalho unindo essas visões à estrutura terapêutica – tanto da psicologia quanto da psicanálise e das técnicas ligadas aos estudos holísticos. Nesta entrevista, ela revela diversas faces do seu trabalho.

Como se desenvolve seu trabalho de terapia, e em que ele consiste

No processo terapêutico energético eu trabalho com a integração dos quatro níveis básicos: físico, emocional, mental e espiritual. Eu utilizo procedimentos para a parte física (como o trabalho com massagens e com ritmos), integrando a parte emocional, a mental e a espiritual; pois nós somos uma complexidade de densidades, de freqüências energéticas diferentes. Essa concepção existe há muito tempo. Também próximo a nós, além dos campos da biologia e da química, encontramos as próprias transformações quânticas. Por exemplo, quando você diz “isso aqui tem um conteúdo inconsciente” o quando uma pessoa tem uma queixa, uma dor, e ela sabe que tem aquele problema, já é algo consciente, mas o que está causando aquilo é inconsciente. Então, à medida que nós tornamos esse inconsciente consciente, nós estamos transformando uma qualidade de onda de vibração em partícula. Na ciência, esse procedimento se baseia nessa concepção e, no campo da filosofia, ele está relacionado ao idealismo monista, que é a mesma linha do dr. Deepak Chopra e do físico Amit Goswami, que consideram que a realidade quântica, psicoespirtitual, com a realidade conhecida como concreta.

E como esse processo se conecta com o processo de terapia de cura?

Conecta-se da seguinte maneira: dentro de nós temos algo muito sábio funcionando, que nós podemos chamar de self, nosso centro de cura; afinal, você precisa ensinar seu corpo a cicatrizar ! Não! Você precisa ensinar seu coração a funcionar ! Não! Todos os demais sistemas a funcionar! Não! O fígado é um laboratório que tem 98 funções; os rins, a bexiga, o sistema imunológico sabem naturalmente como funcionar. Lógico que existem problemas que vão surgir às vezes em um ou outro órgão, mas provenientes de uma interferência. Então, podemos dizer que, energeticamente, são campos de energia que estão interferindo no bom funcionamento. Uma vez que você retira essas energias do corpo – sejam energias etéricas, emocionais ou mentais – e aciona os níveis de cura, o todo é reorganizado, porque ele sabe como fazer isso. Assim, paralelamente existe tanto a programação quanto as interferências que ocorrem do sistema psicofísico de uma pessoa, em que você aprende a acionar as energias adequadas. E se há uma interferência de um campo maior, aí você tem de saber localizar essas interferências e acionar os procedimentos adequados para retirar essa energia do campo, e fechar o campo.

E como isso atua nos diversos corpos ! Eles se comunicam entre si e com o meio externo! Como isso acontece?

Nós temos todos os corpos integrados e funcionando harmonicamente entre si, com as conexões energéticas entre um e outro feitas em canais que não estão obstruídos, ou não estão rompidos. Então, quando alguma coisa não está indo bem é porque um dos corpos não está deixando a energia central, ou superior, fluir adequadamente por ali, causando, então, um impedimento no fluxo geral das energias. Uma pessoa que tem uma tristeza fica com seu campo energético aberto para as energias de tristeza.

É como se tivesse um radio sintonizado no canal da tristeza.

Isso! Além da sua própria tristeza, ela vai começar a absorver outras tristezas do ambiente. Assim, quando uma pessoa está bem, está alegre, contente, produtiva, satisfeita, ela vai se conectar, estabelecer essa sintonia com coisas boas. Então, podemos dizer que existe uma sintonia vibratória entre as pessoas. Muitas cargas são absorvidas através disso e a pessoa não sabe como se desfazer.

É como se fosse algo intocável?

E como se fosse só ela. E, muitas vezes, não é; a pessoa absorve cargas da sua própria casa, de pessoas próximas. Às vezes, alguns trazem a carga, mas não são afetados por ela. É muito curioso.

Como se dá esse processo de cura na aura humana, nos campos energéticos humanos?

Os chakras naturalmente são reenergizados e curados, mas todo problema emocional ou mental tem um aspecto no campo áurico. Então, você pode detectar ali uma forma, uma cor e uma densidade. As pessoas podem até sentir cheiro: quando as energias se transformam, aqueles que sentem cheiros sentem um odor desagradável indo embora; quando vem a energia curativa, e o campo é recomposto, elas começam a sentir o aroma de perfumes. Então, esse procedimento é como uma cirurgia psíquica, porque você retira aquela energia que causa um conflito, um problema, uma menos-valia, uma irritação, um medo, uma fobia. Até existem casos de pânico nos quais uma grande parte da resolução do problema está na separação de campos de energia. Inclusive de pessoas que já faleceram.

Eu atendi uma pessoa que tinha medo de sair sozinha, sentia pânico de estar na rua e precisava estar sempre acompanhada; caso contrário ela se perdia, não sabendo mais onde estava. Quando ela veio para terapia, já estava com 50 anos, tinha feito terapia toda a vida e não tinha conseguido resolver esse problema. Ela contou que teve um pai extremamente autoritário, que provavelmente gerou muitos medos e ameaças nela, e esse foi um dos trabalhos feitos com ela: a separação da energia do pai, que ainda era vivo. Outra parte muito importante para sua cura foi a separação da energia dela da energia do irmão, já falecido. Quando tinha uns quatro anos, ela teve um irmão que havia nascido com paralisia cerebral, e os pais colocaram os dois no mesmo quarto. Só que ele tinha crises de espasticidade, isso é, uma tensão que toma conta do corpo e faz com que ele fique estático, rijo e tremendo; a pessoa não tem controle sobre si, como se estivesse tendo uma crise epilética. Quando ele sobre esses espasmos, ele berrava desesperado, e ela era pequena, ale ao lado dele. Ele teve uma vida breve faleceu quando ela tinha onze anos, mas enquanto viveu, as duas crianças habitaram o mesmo quarto. Então, o trabalho consistiu em separar a energia dela da do irmão falecido, e só depois desse trabalho é que o medo que ela tinha de sair foi embora, porque ela havia absorvido o pavor dele, a falta de orientação, o medo do descontrole, a solidão em que estava. Afinal, quando aquilo acontecia com ele, estando sozinho ou acompanhado, ele estava, na verdade, só, vivendo aquilo, e ninguém podia ajuda-lo naquele momento. O pavor desse menino estava impregnado nela, e quando isso foi retirado, o pânico dela desapareceu.

Então, o ser humano é um conjunto de experiências nos diversos campos. E, terapeuticamente, apesar das doenças, dos problemas psicológicos ou de qualquer problema que possa ter, ele pode ser moldado, reestruturado, para se atingir um nível considerável de bem-estar?

Exatamente! Um nível considerável de bem-estar. A terapia energética é uma parte muito grande da terapia, além da regressão de memória, porque muitos problemas só podem ser tratados dessa forma. Se uma pessoa é permeável ao negativismo, ela é permeável ao positivo também. Então, através dessa concepção de que ela é permeável ao positivo, muitos recursos internos no campo da energia podem ser acionados para incrementar as forças dessa pessoa. O positivo atrai o positivo. Por exemplo, se uma pessoa precisa de coragem para enfrentar uma determinada situação, então eu não vou trabalhar só com o medo dela; eu vou trabalhar incrementando a coragem.

Eu também posso trabalhar simbolicamente, trabalhar em nível de arquétipo. Como, por exemplo, qual seria para ela um símbolo de coragem!

Uma espada, uma figura de herói ou até mesmo uma pessoa que ela conheça. Então, eu a faço entrar em contato com o que ela percebe nessa imagem, que é a força, e a faço absorver essa força para si. Eu não indico em que parte do corpo essa força tem que entrar. Acontece espontaneamente devido à conexão com o Eu superior; é ela, enquanto Eu superior, quem sabe. Curiosamente, às vezes entra na testa, outras no cardíaco, outras pelo coronário ou pelo segundo chakra. Tem-se a impressão, então, de que realmente existe um centro inteligente que, quando acionado, responde ao processo terapêutico, do mesmo modo do que com as cores. Quando ela entra em contato com essa fonte de cura interna, começam a chegar certas cores que não obedecem às cores dos chakras e à simbologia que nós damos a elas. É por isso que eu trabalho com cores espontâneas. Por exemplo, que cor você associa com coragem !

Vermelho!

Eu lhe perguntei, e você fez essa associação. Mas se você está em um estado interiorizado e eu digo para você deixar vir a energia de coragem de que você necessita, pode ser que venha azul, que é a cor que vem para completar aquele processo naquele instante, e não surgirá, pois, necessariamente, uma cor padrão.

Hoje, todo esse procedimento pode ser inserido naquilo que se chama de hipnose moderna, que entende que um estado focado sobre qualquer objeto, quer interno quer externo, é um estado hipnótico. Então eu trabalho com uma arquitetura interna que eu mesma criei, e com uma configuração interna; eu trabalho dentro dessa configuração, que não deixa de ser uma hipnose, na qual existe toda uma transformação da energia com a sua correspondência emocional, física e mental. Trata-se de um estado de hipnose a ponto que a terapia energética é uma terapia baseada nas transformações que o foco internalizado permite: esse foco internalizado é hipnose. Então, todas as manobras internas feitas dentro de uma configuração que eu estruturei são consideradas hipnose. É um processo terapêutico fundamentado na concepção de hipnose moderna, que é a focalização de um determinado objeto interno ou externo. Por exemplo, é considerada hipnose quando você vai ao cinema e entra na história que está sendo contada ou quando você lê um livro e também entra na história.

Extraído da revista sexto Sentido 44; páginas 09-12

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