WILLIAM STAINTON MOSES
William Stainton Moses foi uma figura essencial nos primórdios das experiências e descobertas psíquicas, seja participando de sessões como médium, seja atuando na formação de alguns dos principais grupos de pesquisa do século 19.
Gilberto Schoereder
Gilberto Schoereder
Além de ser um médium notável, William Stainton Moses (1839-1892) foi uma das figuras mais importantes do chamado espiritualismo europeu, participando ativamente das experiências de paranormalidade realizadas na época, bem como sendo membro ativo de algumas das mais importantes associações a grupos de pesquisa científica dos fenômenos psíquicos. Esteve presente na fundação da Associação Nacional Britânica dos Espiritualistas (1873) e da Sociedade Psicológica da Grã-Bretanha (1875), da qual chegou a ser um dos primeiros membros do Conselho; também participou da fundação da lendária Sociedade de Pesquisas Psíquicas (1882), além da Aliança Espiritualista de Londres, da qual foi presidente, desde a fundação até seu desencarne.
Moses nasceu em Domington, Lincolnshire, Inglaterra, em 5 de novembro de 1839 e, desde cedo, demonstrou enorme aptidão para os estudos. Em 1855, ingressou na Escola de Gramática de Bedford, onde estudou por três anos e recebeu muitos prêmios. Em 1858, entrou para o Exeter College, de Oxford.
Moses ficou doente e, para convalescer, passou um ano viajando pela Europa. Depois, passou seis meses no mosteiro grego do Monte Athos, sentindo uma necessidade de isolamento e meditação. Anos depois, seu mentor espiritual, conhecido por Imperator, explicou-lhe que nessa época ele já vinha sendo influenciado por entidades espirituais que queriam ajudar em sua educação espiritual.
Ele retornou a Oxford aos 23 anos de idade, recebeu seu diploma e deixou a universidade em 1863. Apesar de já estar melhor de saúde, resolveu viver no campo e acabou aceitando um cargo como pároco em Maughold, na Ilha de Man. Em 1868, passou a ocupar um cargo na paróquia de Saint George, também na Ilha de Man, onde ficou gravemente enfermo. Em 1870, obteve um cargo de professor na University College School, onde permaneceu até 1889.
O INTERESSE DE STAINTON MOSES pelo Espiritismo foi despertado em 1870, mas ele começou a pesquisá-lo a fundo em 1872, quando assistiu a algumas sessões espíritas. Também foi mais ou menos nessa época que a mediunidade de Moses começou a aparecer e se desenvolver. Nas sessões em que participou como médium, manifestava cerca de dez espécies diferentes de fenômenos, especialmente quando as condições eram favoráveis: ouviam-se sons musicais, pancadas e passos de um espírito que atendia pelo nome de Rector; sentia-se o cheiro de perfumes; ocorria a levitação de corpos pesados como mesas e cadeiras, transposição de matéria, voz-direta, e muitos outros fenômenos.
Com o tempo, no entanto, essas capacidades mediúnicas foram decrescendo, ainda que ele tenha conservado a faculdade da psicografia. As mensagens recebidas por meio da escrita automática, ou psicografia, eram fornecidas por uma série de espíritos-guia, sob a supervisão do espírito Imperator, e tinham origem teológica. Alguns desses ensinamentos foram reunidos no livro de Moses, Ensinamentos dos Espíritos (Spirit Teachings).
Entre os fenômenos comentados produzidos por William Stainton Moses, está o da levitação. Os observadores das sessões com Moses dizem que, numa ocasião, ele levitou com a cadeira em que estava sentado a cerca de 40 centímetros do chão; na seqüência, separou-se da cadeira e ergueu-se mais um tanto. Moses levava um lápis consigo e, ao chegar próximo à parede, fez nela uma marca. A meditação posterior indicou que ele estava a 1,80m do chão.
Na verdade, Moses afirmou que não gostava desse tipo de experiência, que ocorreu cerca de nove vezes, uma vez que sentia uma certa dificuldade em respirar, e sentia que prejudicava sua saúde, já não muito boa.
Os fenômenos envolvendo a produção de sons chegaram a ser estudados por Ernesto Bozzano, um dos grandes pesquisadores da época. Os sons musicais eram produzidos através de um espírito-guia que Moses chamava de Groyon, e Bozzano disse que, em alguns momentos, esses sons chegavam a ser assustadores, tal a potência com que surgiam, como se fossem instrumentos gigantes, tocados por um gigante. Em algumas ocasiões, Moses também conseguia ler livros fechados.
No entanto, apesar de seus dons mediúnicos e seu trabalho para o desenvolvimento dos estudos espiritualistas, os que conheceram William Stainton Moses registraram que sua maior contribuição para a humanidade foi a forma como ele se relacionou com as pessoas, sempre com imensa paciência, justiça e modéstia.
(Revista Espiritismo e Ciência, Ano 2, Número 9, página 6-8)
Moses nasceu em Domington, Lincolnshire, Inglaterra, em 5 de novembro de 1839 e, desde cedo, demonstrou enorme aptidão para os estudos. Em 1855, ingressou na Escola de Gramática de Bedford, onde estudou por três anos e recebeu muitos prêmios. Em 1858, entrou para o Exeter College, de Oxford.
Moses ficou doente e, para convalescer, passou um ano viajando pela Europa. Depois, passou seis meses no mosteiro grego do Monte Athos, sentindo uma necessidade de isolamento e meditação. Anos depois, seu mentor espiritual, conhecido por Imperator, explicou-lhe que nessa época ele já vinha sendo influenciado por entidades espirituais que queriam ajudar em sua educação espiritual.
Ele retornou a Oxford aos 23 anos de idade, recebeu seu diploma e deixou a universidade em 1863. Apesar de já estar melhor de saúde, resolveu viver no campo e acabou aceitando um cargo como pároco em Maughold, na Ilha de Man. Em 1868, passou a ocupar um cargo na paróquia de Saint George, também na Ilha de Man, onde ficou gravemente enfermo. Em 1870, obteve um cargo de professor na University College School, onde permaneceu até 1889.
O INTERESSE DE STAINTON MOSES pelo Espiritismo foi despertado em 1870, mas ele começou a pesquisá-lo a fundo em 1872, quando assistiu a algumas sessões espíritas. Também foi mais ou menos nessa época que a mediunidade de Moses começou a aparecer e se desenvolver. Nas sessões em que participou como médium, manifestava cerca de dez espécies diferentes de fenômenos, especialmente quando as condições eram favoráveis: ouviam-se sons musicais, pancadas e passos de um espírito que atendia pelo nome de Rector; sentia-se o cheiro de perfumes; ocorria a levitação de corpos pesados como mesas e cadeiras, transposição de matéria, voz-direta, e muitos outros fenômenos.
Com o tempo, no entanto, essas capacidades mediúnicas foram decrescendo, ainda que ele tenha conservado a faculdade da psicografia. As mensagens recebidas por meio da escrita automática, ou psicografia, eram fornecidas por uma série de espíritos-guia, sob a supervisão do espírito Imperator, e tinham origem teológica. Alguns desses ensinamentos foram reunidos no livro de Moses, Ensinamentos dos Espíritos (Spirit Teachings).
Entre os fenômenos comentados produzidos por William Stainton Moses, está o da levitação. Os observadores das sessões com Moses dizem que, numa ocasião, ele levitou com a cadeira em que estava sentado a cerca de 40 centímetros do chão; na seqüência, separou-se da cadeira e ergueu-se mais um tanto. Moses levava um lápis consigo e, ao chegar próximo à parede, fez nela uma marca. A meditação posterior indicou que ele estava a 1,80m do chão.
Na verdade, Moses afirmou que não gostava desse tipo de experiência, que ocorreu cerca de nove vezes, uma vez que sentia uma certa dificuldade em respirar, e sentia que prejudicava sua saúde, já não muito boa.
Os fenômenos envolvendo a produção de sons chegaram a ser estudados por Ernesto Bozzano, um dos grandes pesquisadores da época. Os sons musicais eram produzidos através de um espírito-guia que Moses chamava de Groyon, e Bozzano disse que, em alguns momentos, esses sons chegavam a ser assustadores, tal a potência com que surgiam, como se fossem instrumentos gigantes, tocados por um gigante. Em algumas ocasiões, Moses também conseguia ler livros fechados.
No entanto, apesar de seus dons mediúnicos e seu trabalho para o desenvolvimento dos estudos espiritualistas, os que conheceram William Stainton Moses registraram que sua maior contribuição para a humanidade foi a forma como ele se relacionou com as pessoas, sempre com imensa paciência, justiça e modéstia.
(Revista Espiritismo e Ciência, Ano 2, Número 9, página 6-8)