AEROBUS
- Alô? Aqui é a Dri... Tem um aerobus na lavanderia do meu prédio...
- Como é que é?
- Um aerobus. Fui lá em cima lavar umas roupas e ele estava lá...
- Ora, Dri, você anda indo fundo demais... Aerobus é coisa de projeção astral, colônias de desencarnados, essas maluquices... Não existem essas coisas, no mundo real... Como é que ia aparecer um desses aí, no alto do prédio?
- Não sei. Pousou...
- "Ah, um aerobus pousou na minha sorte..."
- Sacrílego... Mesmo que não esteja nem aí pra mim, pelo menos deixe Augusto dos Anjos em paz...
Para irritá-la mais um pouquinho, continuei parodiando:
- "Mas também das pererecas da lagoa
A virginal película se esbroa
Ao contato da verga do consorte..."
- Insensível... Você não merece consideração. Adeus. Para sempre.
Desligou. Eu tinha exagerado...
Enquanto fazia um café, fiquei pensando se não seria melhor ir lá, talvez a Dri tivesse mesmo pirado com essas coisas, e estivesse precisando de ajuda, ou de conselhos.
Morávamos perto, o porteiro me conhecia e, em quinze minutos, eu estava lá em cima, tocando a campainha do apartamento dela.
Ninguém atendia e comecei a me preocupar de verdade... Vai que a doida decidiu se atirar, lá da cobertura...
Subi correndo, pelas escadas mesmo, já meio apreensivo.
Ofegante, logo que cheguei percebi que havia algo estranho acontecendo ali, no pátio descoberto da lavanderia.
Afastando da cara os lençóis molhados que serpenteavam loucamente nos varais, repelidos pelo vácuo que a decolagem produzia no centro do pátio, pude ainda ver um colossal veículo luminoso e prateado, que se deslocava primeiro devagarzinho, na vertical, depois muito rápido, na horizontal, até sumir de vista, levando dentro dele, para sempre, o amor da minha vida.
- Bene -
- Nota: * Aerobus: Veículo extrafísico descrito nos livros da série “Nosso Lar” do espírito André Luiz (pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier).
- Como é que é?
- Um aerobus. Fui lá em cima lavar umas roupas e ele estava lá...
- Ora, Dri, você anda indo fundo demais... Aerobus é coisa de projeção astral, colônias de desencarnados, essas maluquices... Não existem essas coisas, no mundo real... Como é que ia aparecer um desses aí, no alto do prédio?
- Não sei. Pousou...
- "Ah, um aerobus pousou na minha sorte..."
- Sacrílego... Mesmo que não esteja nem aí pra mim, pelo menos deixe Augusto dos Anjos em paz...
Para irritá-la mais um pouquinho, continuei parodiando:
- "Mas também das pererecas da lagoa
A virginal película se esbroa
Ao contato da verga do consorte..."
- Insensível... Você não merece consideração. Adeus. Para sempre.
Desligou. Eu tinha exagerado...
Enquanto fazia um café, fiquei pensando se não seria melhor ir lá, talvez a Dri tivesse mesmo pirado com essas coisas, e estivesse precisando de ajuda, ou de conselhos.
Morávamos perto, o porteiro me conhecia e, em quinze minutos, eu estava lá em cima, tocando a campainha do apartamento dela.
Ninguém atendia e comecei a me preocupar de verdade... Vai que a doida decidiu se atirar, lá da cobertura...
Subi correndo, pelas escadas mesmo, já meio apreensivo.
Ofegante, logo que cheguei percebi que havia algo estranho acontecendo ali, no pátio descoberto da lavanderia.
Afastando da cara os lençóis molhados que serpenteavam loucamente nos varais, repelidos pelo vácuo que a decolagem produzia no centro do pátio, pude ainda ver um colossal veículo luminoso e prateado, que se deslocava primeiro devagarzinho, na vertical, depois muito rápido, na horizontal, até sumir de vista, levando dentro dele, para sempre, o amor da minha vida.
- Bene -
- Nota: * Aerobus: Veículo extrafísico descrito nos livros da série “Nosso Lar” do espírito André Luiz (pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier).