QUESTÕES ESPIRITUAIS II - por Flávia Shimizu

- Por Flávia Shimizu -

(Reflexões com o Mestre II)

Estava novamente a caminhar com o meu mestre e refletindo sobre alguns pontos que ainda me eram obscuros e perguntei:

- Mestre, por que o ser humano possui língua tão ferina?
R. Caro discípulo, o ser humano ainda não consegue controlar seu ego, e este, na ganância do desequilíbrio alheio, projeta lanças por meio de palavras, por vezes, tão mortais quanto uma arma real.

- Mestre, nascemos desmemoriados a cada reencarnação, mas quando crianças temos a inocência, a sinceridade e o sentimento de que à medida que vamos crescendo nos tornamos desmemoriados novamente.
R. Caro discípulo, triste é o ser humano que se deixa corromper pelas leis sociais. Envolve-se na correria do dia-a-dia, na produção a todo custo, freneticamente sem rumo! Deixa de olhar para si e preservar a sua individualidade. É o próprio ser humano que se anestesia quando cresce! Enquanto que a Vida bloqueia sua memória integral na reencarnação para poupá-lo de cometer os mesmos erros...

- Mestre, hoje o conhecimento é vendido em qualquer livraria, o CD proporciona viagens musicais fabulosas e a Internet fornece todo o tipo de abordagem. Por que mesmo assim o ser humano continua à frente da TV que fornece somente produtos prontos para serem consumidos?
R. Caro discípulo, é triste observar que mesmo tendo acesso a um mundo de oportunidades, a grande maioria das pessoas prefere alienar-se diante de uma máquina de produção de atmosferas visuais, muitas vezes destrutiva, a ter que se auto-avaliar e obter novos conhecimentos, ou seja, tornar-se um ser pensante.
Porém, o corpo é inteligente e ele mesmo produz meios de fazer o ser humano mexer-se um pouco, como na fabricação de doenças.

- Mestre, ainda não compreendo, se o ser humano fica doente, ele fica acamado, e aí sim assistirá mais TV!
R. Caro discípulo, cada um com sua doença. Para aqueles que quando doentes vêem TV, o corpo produz a doença para ele andar, como a cardiopatia. Outros ficarão tão absortos na própria doença, que a TV perderá seu interesse. Pensarão mais em si, pois todos têm medo da morte e a doença os faz lembrar disso, e aí acabam voltando para si mesmos de alguma forma.

- Mestre, com a globalização o mundo não deveria estar mais unido? Mas o que vemos é a guerra e a violência em expansão.
R. Caro discípulo, a globalização foi um meio de tornar explícito que somente alguns países detém e ditam as "regras do jogo".
A verdadeira globalização é aquela que faz unir todos os corações em um único sentimento de paz, harmonia e amor.

- Mestre, temo que isto não ocorrerá. O ser humano é muito egoísta, e só é "altruísta" quando percebe que terá vantagens com esse ato.
R. Caro discípulo, não seja tão pessimista! A violência, fruto do desequilíbrio do próprio ser humano, cresce vertiginosamente, e tão rápida ela cresce que incita nele a necessidade de mudança.

- Mestre, caminhando por estas terras penso como seria bom a aplicação da teoria dos três bons para o ser humano!
R. Caro discípulo, ter bom senso, bom humor e bom estudo exige do ser humano outro bom como pré-requisito: boa vontade!


- Nota: Flávia Shimizu é uma moça simpática e inteligente, filha de um casal de nisseis aqui de São Paulo. Atualmente mora em Botucatu, cidade do interior paulista, onde está terminando a faculdade. Ela estudou comigo durante alguns anos (no grupo de estudos de projeção e chacras do IPPB) e sempre se mostrou muito aplicada. Desenvolveu várias capacidades parapsíquicas e, por isso, tem uma uma intuição afiadíssima e muitos contatos anímico-mediúnicos com seres extrafísicos. Ela escreveu este texto em 22 de julho de 1997 (quando tinha 22 anos de idade) e enviou-me por carta. Recentemente, conversando com ela sobre os E-mails que enviamos semanalmente, ela me autorizou a compartilhar este texto na seção de convidados de nosso site.

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