SEXUALIDADE E EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO - por Marco Antonio Coutinho
(Texto postado originalmente na lista Viagem Astral da Internet*)
- Por Marco Antonio Coutinho -
É importante a gente colocar que o sexo extrafísico não é necessariamente uma coisa ruim, pesada. Da mesma forma que em corpo físico, a gente encontra diferentes atitudes fora dele. O sexo inclui atitude. Então, você pode encontrar atividades sexuais realizadas de várias formas, com vários estados de ânimos diferentes. O problema em si não é o sexo, mas a mente dos humanos. Principalmente em nossa cultura, que é muito mal resolvida em torno do sexo. E se é mal resolvida intrafisicamente, isto não quer dizer que será bem resolvida automaticamente, pelo simples fato de estar fora do corpo.
A meu ver, as relações sexuais, tais como as conhecemos fisicamente, assim como aquelas que podemos conhecer extrafisicamente - tanto as que acontecem de maneira semelhante às físicas, como aquelas que acontecem por fusão total dos dois parceiros - são manifestações de algo mais amplo, de um princípio criativo e criador, o qual assume características diferentes (mas aparentadas) dependendo do plano ou do estado de consciência em que se manifeste.
Reproduzo aqui três textos diferentes sobre o assunto.
AOs dois primeiros são experiências pessoais, na seguinte ordem:
- O primeiro narra um encontro extrafísico com duas entidades que realmente, como diziam meus avós, não eram "boa bisca". Trata-se, portanto, de um encontro extrafísico de cunho sexual, mas nada recomendável.
- O segundo é mais para o neutro. Minhas reservas ficaram mais por conta de meus próprios medos, e fui chamado atenção por um amigo extrafísico, não pela questão do sexo em si, mas pela minha atitude descontrolada e sem critério. Ou pelo menos é assim que interpreto a coisa.
O terceiro texto é muito longo para que eu o poste aqui. Trata-se de um artigo sobre experiências fora do corpo e sexualidade, que está no meu site e que eu já sugeri aos amigos que lessem, quando começamos essa discussão sobre as relações sexuais fora do corpo. Ali há não apenas os meus pontos de vista, mas o de várias outros pesquisadores e projetores, como a Silvia Malamud, o Geraldo Medeiros Jr, o Dráuzio Milagres, o Dr. Luiz Zahar (colunista da revista on line do site do IPPB), e outros. Reproduzo também no texto algumas considerações de Robert Allan Monroe** que achei muito esclarecedoras e pertinentes. Esse texto pode ser acessado em:
http://www.marco.antonio.nom.br?SPS_sex_efc.htm
Assim, vamos lá:
1º Relato Projetivo
ENCONTRO PESADO
A experiência que vou narrar aqui - acontecida no começo dos anos 90 - foi bastante breve, mas teve um impacto muito grande sobre minha consciência. Não apenas pelo fato em si, mas pela própria condição vibratória que reinou sobre todo o acontecimento.
Eu havia ido me deitar, e não estava particularmente interessado em me projetar. Só me dei conta de estar projetado quando efetivamente já estava fora de meu corpo físico e longe de meu quarto, ou de qualquer lugar que pudesse conhecer. O “local” onde eu estava era denso, pesado. Não havia nada de visível, apenas uma escuridão difusa, aliviada em alguns pontos por uma penumbra mais leve. Minha consciência raciocinava com dificuldade, como se ela própria fosse afetada pela condição vibratória daquela área.
De repente, surgiram à minha frente duas mulheres, ambas mulatas. Uma delas era bem jovem, talvez algo em torno de 16 ou 17 anos, e um pouco mirrada. Já a outra era uma mulher bem desenvolvida. Emanava uma sensualidade pesada, um “sentimento” de sexualidade obsessiva, com uma ponta de crueldade, sem que houvesse sadismo de sua parte. Tinha um rosto interessante, carismático, de uma certa beleza exótica e angulosa. Os cabelos eram curtos, e pareciam ser tratados com gel, porque eram luzidios, aparentemente macios e com cachos longos. O corpo era muito bem feito, embora exagerado nas formas, particularmente as coxas os quadris e as nádegas, que contrastavam com os seios formosos, mas pequeninos. Entretanto, isso não comprometia a harmonia do corpo dela. Mas essa figura não parecia ser totalmente humana. Parecia-me que, do joelho para baixo, as pernas se animalizavam, e tive a impressão - embora não tenha realmente visto - que, abaixo das coxas, tinha pêlos de animal e patas no lugar dos pés. Ela estava nua, ou
seminua, e embora eu quase nunca preste atenção ao que estou vestindo, enquanto fora do corpo, notei dessa vez que estava completamente despido. Ela olhou-me com um misto de excitação, deboche e agressividade e, antes que eu pudesse me dar conta do que ia acontecer, estirou a língua. Era uma língua enorme, que nenhum ser humano poderia ter . Tinha o formato aproximado de uma língua humana, apenas pouco mais fina e muito, muito comprida. A ponto de, rapidamente, ela se curvar e passá-la entre as minhas pernas, percorrendo rapidamente meu sexo. O que senti foi muito curioso e contraditório. De um lado, um prazer irrefreável e esmagador; de outro, repugnância e terror, que me fizeram retornar com um baque ao meu corpo físico.
Hoje, com mais experiência, posso analisar aqueles dias. Eu havia me separado e estava sem qualquer companhia feminina: todas as mulheres que eu conhecia eram minhas amigas, e eu não estava com a mínima vontade de sair por aí, "conhecendo pessoas" para colocar em dia minhas necessidades. Mas houve um descompasso entre o que eu achava que devia fazer e as minhas necessidades físicas. Não gostava de me masturbar, porque achava frustrante. De modo que, várias vezes, fui dormir “em ponto de bala”. Por mais frustrante que tivesse sido uma masturbação, teria evitado essa experiência terrível. A meu favor, tive alguma sensibilidade para perceber a natureza daquela personagem. Tão terrível, baixa e densa ela era, que mesmo o desejo intenso não foi suficiente para impedir-me de perceber o inconveniente da situação.
Coragem e Paz.
- Marco Antonio Coutinho -
* * *
2º Relato Projetivo
SIMPÁTICA ASSEDIADORA
Em 1995, eu havia me projetado e estava passeando pela rua Muniz Barreto, que fica em Botafogo, bairro da cidade do Rio de Janeiro, onde resido há muitos anos.
Era uma projeção tranqüila, um pouco de recreação, um pouco de pesquisa. Várias coisas aconteceram durante essa projeção, mas o que desejo narrar aqui é o meu encontro com uma simpática assediadora. Ainda agora, enquanto escrevo, chamá-la de assediadora soa um pouco pesado. Ela não tinha a aparência nem a vibração que se costuma perceber em figuras obsessoras e vampirizantes. Era loura, olhos muito azuis e um rosto agradável, sem ser necessariamente bonita. Estava vestida com um tipo de uniforme, desses usados por aeromoças ou recepcionistas de convenções. Era um uniforme azul-claro, com jaqueta e saia. Era um pouco gordinha, mas proporcional e bem-feita. Nada havia de espetacular em seu corpo, nenhuma forma provocante ou excitante. Seu comportamento também não era sexualmente agressivo. Era simpática, tranqüila, quase cândida, apenas levemente maliciosa.
No entanto, quando flutuei para junto dela, fui tomado por uma irresistível atração sexual. Um desejo esmagador é o mínimo que posso dizer daquilo que ela exercia sobre mim, com toda aquela tranqüilidade e simpatia. Olhou-me bem nos olhos e tomou minha mão. Sem que eu pudesse entender o que ela ia fazer, colocou meu dedo indicador em sua boca e chupou-o com suavidade, enquanto dizia mentalmente: “Deve ser gostoso transar com um fantasma...”
Havia uma leve ironia e um inegável bom-humor em suas palavras. Ainda assim, algo em mim reagiu e todo o desejo desapareceu. Retirei rapidamente meu dedo de sua boca e flutuei para mais adiante. Cheguei perto de um restaurante que existe na Muniz Barreto, na esquina com uma outra rua. Sem saber porque, atravessei a porta do restaurante, àquela hora vazio, e dei de cara com um indivíduo que me olhava. Ele estava vestido com simplicidade: uma camisa clara, de mangas curtas, e calças comuns. Os cabelos curtos, um pouco crescidos, e nenhuma barba daquelas que muitas vezes nós atribuímos a mestres ou guias espiritiuais. E, no entanto, emanava dele uma forte autoridade espiritual. Nada que indicasse uma presença iluminadíssima, ou coisa parecida, mas uma firme e inegável, embora suave, autoridade espiritual. Ele não me disse nada. Apenas olhou-me e apontou o dedo para mim, como se me advertisse. Ficou assim por longos segundos, até que baixou a mão. Logo depois, retornei a meu corpo físico.
Não posso dizer que a mocinha que me convidou ao sexo fora do corpo fosse exatamente um obsessor. Talvez fosse alguém carente de contato sexual e projetada fora do corpo (voluntária ou involuntariamente), ou talvez uma pessoa já desencarnada que, por algum motivo, ainda mantivesse prementes as suas necessidades sexuais, conforme conhecidas no plano físico. O fato é que, por mais forte que fosse o magnetismo sexual que ela exerceu sobre mim naquele momento, alguma coisa contrária aconteceu comigo. Não foi um medo, nem qualquer forma de insegurança puramente psicológica. Foi algo como um aviso.
Quanto ao companheiro que encontrei logo depois, estou certo de que ele era alguma forma de guia, auxiliar ou amparador, e apenas tentava advertir-me contra minha fragilidade diante de apelos sexuais no mundo astral.
Coragem e Paz.
- Marco Antonio Coutinho -
* * *
O terceiro texto é o "Sexualidade e Experiências Fora do Corpo”.
Leia-o em http://www.marco.antonio.nom.br/SPS_sex_efc.htm
Abraços a todos.
- Marco Antonio Coutinho -
Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2004.
- Notas do texto:
* A lista Viagem Astral é uma das principais listas de discussão na Internet sobre as experiências fora do corpo. O Marco Antonio Coutinho, mais conhecido como MAC, é um dos moderadores da lista. O endereço na Internet é http://br.groups.yahoo.com/group/viagem-astral/
** Robert Allan Monroe (1916-1995) foi um dos maiores pesquisadores e incentivadores das experiências fora do corpo da segunda metade do século XX. Ele próprio um projetor, procurou desenvolver técnicas para reproduzir e pesquisar as saídas do corpo de forma organizada, clara e acessível. Fundou em 1971 nos E.U.A o Instituto Monroe para pesquisa da consciência.
Além do livro "Viagens Fora do Corpo" (publicado em 1971, e uma das referências clássicas no estudo das projeções da consciência, com presença obrigatória na biblioteca de qualquer projetor e pesquisador sério do tema), ele também lançou os livros ""Viagens Além do Universo" (1987) e "A Última Jornada" (1996) - todos pela Editora Record. Para maiores detalhes sobre o seu trabalho, sugiro ao leitor que visite o site do Instituto Monroe (em inglês): www.monroe-inst.com - e o site de extensão do Instituto Monroe no Brasil (coordenado pela pesquisadora Déborah Sachs): www.portalmonroebrasil.com
*** Para o leitor ter uma idéia da qualidade dos temas projetivos postados no site do MAC, reproduzo na seqüência os tópicos do último boletim enviado por ele:
Tem novidade no site do Spiritu Psique Soma...
“Uma bruxa narra a sua primeira saída do corpo”
“Congressos e workshops”
“L´Initation discute a cremação dos corpos”
Nesta edição do SPS, leia sobre mais um inspirador relato projetivo. Desta vez quem partilha a sua experiência — na verdade a sua primeira EFC — é Jade, uma bruxa que hoje dedica-se com bastante interesse às saídas do corpo, convencida de que este é o verdadeiro vôo das bruxas, e que a vontade é mais poderosa do que qualquer técnica.
Confira também mais lançamentos de grande interesse para quem gosta de ler: a publicação L´Initiation, em língua portuguesa, traz vários artigos muito interessantes, inclusive uma intrigante reflexão sobre a incineração dos corpos após a morte, tão discutida entre os espiritualistas atualmente. Consulte também a seção Agenda, para programar os seus eventos culturais. Anote as coordenadas de dois congressos importantes — um sobre as experiências fora do corpo e outro sobre a terapia de vidas passadas - e do I Módulo de Formação para Facilitadores da Respiração Holotrópica.
E se ainda não leu, não deixe de apreciar a entrevista com Wagner Borges, na qual ele fala sobre suas primeiras EFCs, a mania de obsessores que assola muitos projetores e de seus próximos lançamentos em livro, dentre muitos outros assuntos.
Leia também o texto de Saint-Yves d´Alveydre — Notas sobre a Tradição Cabalística — que foi transmitido a Papus, e traz dados pouco conhecidos sobre as verdadeiras origens da Cabala.
Depois de tudo isso, você ainda pode acessar os artigos sobre experiências fora do corpo, e a seção A pessoa/Os fatos.
O Boletim SPS é uma cooperação do site Spiritu Psique Soma, página pessoal de Marco Antonio Coutinho, dedicada às experiências fora do corpo, cultura e espiritualidade.
Para visitar-nos, é só dar um pulinho em www.marco.antonio.nom.br
- Por Marco Antonio Coutinho -
É importante a gente colocar que o sexo extrafísico não é necessariamente uma coisa ruim, pesada. Da mesma forma que em corpo físico, a gente encontra diferentes atitudes fora dele. O sexo inclui atitude. Então, você pode encontrar atividades sexuais realizadas de várias formas, com vários estados de ânimos diferentes. O problema em si não é o sexo, mas a mente dos humanos. Principalmente em nossa cultura, que é muito mal resolvida em torno do sexo. E se é mal resolvida intrafisicamente, isto não quer dizer que será bem resolvida automaticamente, pelo simples fato de estar fora do corpo.
A meu ver, as relações sexuais, tais como as conhecemos fisicamente, assim como aquelas que podemos conhecer extrafisicamente - tanto as que acontecem de maneira semelhante às físicas, como aquelas que acontecem por fusão total dos dois parceiros - são manifestações de algo mais amplo, de um princípio criativo e criador, o qual assume características diferentes (mas aparentadas) dependendo do plano ou do estado de consciência em que se manifeste.
Reproduzo aqui três textos diferentes sobre o assunto.
AOs dois primeiros são experiências pessoais, na seguinte ordem:
- O primeiro narra um encontro extrafísico com duas entidades que realmente, como diziam meus avós, não eram "boa bisca". Trata-se, portanto, de um encontro extrafísico de cunho sexual, mas nada recomendável.
- O segundo é mais para o neutro. Minhas reservas ficaram mais por conta de meus próprios medos, e fui chamado atenção por um amigo extrafísico, não pela questão do sexo em si, mas pela minha atitude descontrolada e sem critério. Ou pelo menos é assim que interpreto a coisa.
O terceiro texto é muito longo para que eu o poste aqui. Trata-se de um artigo sobre experiências fora do corpo e sexualidade, que está no meu site e que eu já sugeri aos amigos que lessem, quando começamos essa discussão sobre as relações sexuais fora do corpo. Ali há não apenas os meus pontos de vista, mas o de várias outros pesquisadores e projetores, como a Silvia Malamud, o Geraldo Medeiros Jr, o Dráuzio Milagres, o Dr. Luiz Zahar (colunista da revista on line do site do IPPB), e outros. Reproduzo também no texto algumas considerações de Robert Allan Monroe** que achei muito esclarecedoras e pertinentes. Esse texto pode ser acessado em:
http://www.marco.antonio.nom.br?SPS_sex_efc.htm
Assim, vamos lá:
1º Relato Projetivo
ENCONTRO PESADO
A experiência que vou narrar aqui - acontecida no começo dos anos 90 - foi bastante breve, mas teve um impacto muito grande sobre minha consciência. Não apenas pelo fato em si, mas pela própria condição vibratória que reinou sobre todo o acontecimento.
Eu havia ido me deitar, e não estava particularmente interessado em me projetar. Só me dei conta de estar projetado quando efetivamente já estava fora de meu corpo físico e longe de meu quarto, ou de qualquer lugar que pudesse conhecer. O “local” onde eu estava era denso, pesado. Não havia nada de visível, apenas uma escuridão difusa, aliviada em alguns pontos por uma penumbra mais leve. Minha consciência raciocinava com dificuldade, como se ela própria fosse afetada pela condição vibratória daquela área.
De repente, surgiram à minha frente duas mulheres, ambas mulatas. Uma delas era bem jovem, talvez algo em torno de 16 ou 17 anos, e um pouco mirrada. Já a outra era uma mulher bem desenvolvida. Emanava uma sensualidade pesada, um “sentimento” de sexualidade obsessiva, com uma ponta de crueldade, sem que houvesse sadismo de sua parte. Tinha um rosto interessante, carismático, de uma certa beleza exótica e angulosa. Os cabelos eram curtos, e pareciam ser tratados com gel, porque eram luzidios, aparentemente macios e com cachos longos. O corpo era muito bem feito, embora exagerado nas formas, particularmente as coxas os quadris e as nádegas, que contrastavam com os seios formosos, mas pequeninos. Entretanto, isso não comprometia a harmonia do corpo dela. Mas essa figura não parecia ser totalmente humana. Parecia-me que, do joelho para baixo, as pernas se animalizavam, e tive a impressão - embora não tenha realmente visto - que, abaixo das coxas, tinha pêlos de animal e patas no lugar dos pés. Ela estava nua, ou
seminua, e embora eu quase nunca preste atenção ao que estou vestindo, enquanto fora do corpo, notei dessa vez que estava completamente despido. Ela olhou-me com um misto de excitação, deboche e agressividade e, antes que eu pudesse me dar conta do que ia acontecer, estirou a língua. Era uma língua enorme, que nenhum ser humano poderia ter . Tinha o formato aproximado de uma língua humana, apenas pouco mais fina e muito, muito comprida. A ponto de, rapidamente, ela se curvar e passá-la entre as minhas pernas, percorrendo rapidamente meu sexo. O que senti foi muito curioso e contraditório. De um lado, um prazer irrefreável e esmagador; de outro, repugnância e terror, que me fizeram retornar com um baque ao meu corpo físico.
Hoje, com mais experiência, posso analisar aqueles dias. Eu havia me separado e estava sem qualquer companhia feminina: todas as mulheres que eu conhecia eram minhas amigas, e eu não estava com a mínima vontade de sair por aí, "conhecendo pessoas" para colocar em dia minhas necessidades. Mas houve um descompasso entre o que eu achava que devia fazer e as minhas necessidades físicas. Não gostava de me masturbar, porque achava frustrante. De modo que, várias vezes, fui dormir “em ponto de bala”. Por mais frustrante que tivesse sido uma masturbação, teria evitado essa experiência terrível. A meu favor, tive alguma sensibilidade para perceber a natureza daquela personagem. Tão terrível, baixa e densa ela era, que mesmo o desejo intenso não foi suficiente para impedir-me de perceber o inconveniente da situação.
Coragem e Paz.
- Marco Antonio Coutinho -
* * *
2º Relato Projetivo
SIMPÁTICA ASSEDIADORA
Em 1995, eu havia me projetado e estava passeando pela rua Muniz Barreto, que fica em Botafogo, bairro da cidade do Rio de Janeiro, onde resido há muitos anos.
Era uma projeção tranqüila, um pouco de recreação, um pouco de pesquisa. Várias coisas aconteceram durante essa projeção, mas o que desejo narrar aqui é o meu encontro com uma simpática assediadora. Ainda agora, enquanto escrevo, chamá-la de assediadora soa um pouco pesado. Ela não tinha a aparência nem a vibração que se costuma perceber em figuras obsessoras e vampirizantes. Era loura, olhos muito azuis e um rosto agradável, sem ser necessariamente bonita. Estava vestida com um tipo de uniforme, desses usados por aeromoças ou recepcionistas de convenções. Era um uniforme azul-claro, com jaqueta e saia. Era um pouco gordinha, mas proporcional e bem-feita. Nada havia de espetacular em seu corpo, nenhuma forma provocante ou excitante. Seu comportamento também não era sexualmente agressivo. Era simpática, tranqüila, quase cândida, apenas levemente maliciosa.
No entanto, quando flutuei para junto dela, fui tomado por uma irresistível atração sexual. Um desejo esmagador é o mínimo que posso dizer daquilo que ela exercia sobre mim, com toda aquela tranqüilidade e simpatia. Olhou-me bem nos olhos e tomou minha mão. Sem que eu pudesse entender o que ela ia fazer, colocou meu dedo indicador em sua boca e chupou-o com suavidade, enquanto dizia mentalmente: “Deve ser gostoso transar com um fantasma...”
Havia uma leve ironia e um inegável bom-humor em suas palavras. Ainda assim, algo em mim reagiu e todo o desejo desapareceu. Retirei rapidamente meu dedo de sua boca e flutuei para mais adiante. Cheguei perto de um restaurante que existe na Muniz Barreto, na esquina com uma outra rua. Sem saber porque, atravessei a porta do restaurante, àquela hora vazio, e dei de cara com um indivíduo que me olhava. Ele estava vestido com simplicidade: uma camisa clara, de mangas curtas, e calças comuns. Os cabelos curtos, um pouco crescidos, e nenhuma barba daquelas que muitas vezes nós atribuímos a mestres ou guias espiritiuais. E, no entanto, emanava dele uma forte autoridade espiritual. Nada que indicasse uma presença iluminadíssima, ou coisa parecida, mas uma firme e inegável, embora suave, autoridade espiritual. Ele não me disse nada. Apenas olhou-me e apontou o dedo para mim, como se me advertisse. Ficou assim por longos segundos, até que baixou a mão. Logo depois, retornei a meu corpo físico.
Não posso dizer que a mocinha que me convidou ao sexo fora do corpo fosse exatamente um obsessor. Talvez fosse alguém carente de contato sexual e projetada fora do corpo (voluntária ou involuntariamente), ou talvez uma pessoa já desencarnada que, por algum motivo, ainda mantivesse prementes as suas necessidades sexuais, conforme conhecidas no plano físico. O fato é que, por mais forte que fosse o magnetismo sexual que ela exerceu sobre mim naquele momento, alguma coisa contrária aconteceu comigo. Não foi um medo, nem qualquer forma de insegurança puramente psicológica. Foi algo como um aviso.
Quanto ao companheiro que encontrei logo depois, estou certo de que ele era alguma forma de guia, auxiliar ou amparador, e apenas tentava advertir-me contra minha fragilidade diante de apelos sexuais no mundo astral.
Coragem e Paz.
- Marco Antonio Coutinho -
* * *
O terceiro texto é o "Sexualidade e Experiências Fora do Corpo”.
Leia-o em http://www.marco.antonio.nom.br/SPS_sex_efc.htm
Abraços a todos.
- Marco Antonio Coutinho -
Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2004.
- Notas do texto:
* A lista Viagem Astral é uma das principais listas de discussão na Internet sobre as experiências fora do corpo. O Marco Antonio Coutinho, mais conhecido como MAC, é um dos moderadores da lista. O endereço na Internet é http://br.groups.yahoo.com/group/viagem-astral/
** Robert Allan Monroe (1916-1995) foi um dos maiores pesquisadores e incentivadores das experiências fora do corpo da segunda metade do século XX. Ele próprio um projetor, procurou desenvolver técnicas para reproduzir e pesquisar as saídas do corpo de forma organizada, clara e acessível. Fundou em 1971 nos E.U.A o Instituto Monroe para pesquisa da consciência.
Além do livro "Viagens Fora do Corpo" (publicado em 1971, e uma das referências clássicas no estudo das projeções da consciência, com presença obrigatória na biblioteca de qualquer projetor e pesquisador sério do tema), ele também lançou os livros ""Viagens Além do Universo" (1987) e "A Última Jornada" (1996) - todos pela Editora Record. Para maiores detalhes sobre o seu trabalho, sugiro ao leitor que visite o site do Instituto Monroe (em inglês): www.monroe-inst.com - e o site de extensão do Instituto Monroe no Brasil (coordenado pela pesquisadora Déborah Sachs): www.portalmonroebrasil.com
*** Para o leitor ter uma idéia da qualidade dos temas projetivos postados no site do MAC, reproduzo na seqüência os tópicos do último boletim enviado por ele:
Tem novidade no site do Spiritu Psique Soma...
“Uma bruxa narra a sua primeira saída do corpo”
“Congressos e workshops”
“L´Initation discute a cremação dos corpos”
Nesta edição do SPS, leia sobre mais um inspirador relato projetivo. Desta vez quem partilha a sua experiência — na verdade a sua primeira EFC — é Jade, uma bruxa que hoje dedica-se com bastante interesse às saídas do corpo, convencida de que este é o verdadeiro vôo das bruxas, e que a vontade é mais poderosa do que qualquer técnica.
Confira também mais lançamentos de grande interesse para quem gosta de ler: a publicação L´Initiation, em língua portuguesa, traz vários artigos muito interessantes, inclusive uma intrigante reflexão sobre a incineração dos corpos após a morte, tão discutida entre os espiritualistas atualmente. Consulte também a seção Agenda, para programar os seus eventos culturais. Anote as coordenadas de dois congressos importantes — um sobre as experiências fora do corpo e outro sobre a terapia de vidas passadas - e do I Módulo de Formação para Facilitadores da Respiração Holotrópica.
E se ainda não leu, não deixe de apreciar a entrevista com Wagner Borges, na qual ele fala sobre suas primeiras EFCs, a mania de obsessores que assola muitos projetores e de seus próximos lançamentos em livro, dentre muitos outros assuntos.
Leia também o texto de Saint-Yves d´Alveydre — Notas sobre a Tradição Cabalística — que foi transmitido a Papus, e traz dados pouco conhecidos sobre as verdadeiras origens da Cabala.
Depois de tudo isso, você ainda pode acessar os artigos sobre experiências fora do corpo, e a seção A pessoa/Os fatos.
O Boletim SPS é uma cooperação do site Spiritu Psique Soma, página pessoal de Marco Antonio Coutinho, dedicada às experiências fora do corpo, cultura e espiritualidade.
Para visitar-nos, é só dar um pulinho em www.marco.antonio.nom.br