LONDON, LONDON
Céu cinzento. Tempo úmido.
Lá se inicia um novo dia, uma nova chance na senda evolutiva.
Os seres terrenos acordam da sua vida espiritual e encaram a materialidade.
Uns conscientes, outros tantos sem ter noção disso.
O garoto se prepara para rever o aprendizado na escola, enquanto seus pais se preparam para ganhar o pão de cada dia.
Lá se inicia um novo dia, uma nova chance na senda evolutiva.
Os seres terrenos acordam da sua vida espiritual e encaram a materialidade.
Uns conscientes, outros tantos sem ter noção disso.
O garoto se prepara para rever o aprendizado na escola, enquanto seus pais se preparam para ganhar o pão de cada dia.
Alguns dizem que a volta do Mestre é iminente... questão de poucos anos, quiçá meses...
E as igrejas se abarrotam de fiéis, buscando a libertação nem que para isso seja necessário vender seu cérebro e seu discernimento, pois o importante é conseguir um belo lote no paraíso, de frente para o mar e no bairro em que o Mestre reside.
As mesquitas se abarrotam de pessoas que rezam elevando seus pensamentos ao Criador, mesmo que seja de forma fundamentalista, pois os inimigos ocidentais devem ser derrotados.
Da mesma forma que o garoto e os pais, ele se prepara.
Irá de encontro ao que seu Deus pediu. Tem certeza do ato e não questiona o resultado.
Simplesmente age, absorto em seu fundamentalismo, hipnótico e absurdo... inebriante.
Está na hora. Enquanto o casal segue com seu filho para a estação do metrô, o radical vai de encontro a tudo aquilo que acredita ser a verdade e a libertação.
E todos eles, em coisa de "destino", entram no mesmo trem para que o futuro se cumpra. Mactub!
Os pais olham seu filho, e traçam seu futuro.
Será Engenheiro? Médico? Economista? Não importa.
Querem que ele seja feliz e que encontre no seu futuro um mundo mais feliz e menos violento.
E os olhos se enchem de brilho, de vida!
O fundamentalista também pensa em seu futuro, e nas promessas oferecidas pela sua religião.
Ao servir seu Deus com tanta firmeza e determinação, elas, as promessas, são suficientes, e ele aceita o pagamento para executar o serviço "abençoado".
Chegou a hora. Os anjos extraterrenos simplesmente olham absortos o episódio que está para acontecer. E, calados, assistem a mais um show de horrores que essa dita espécie humana evoluída tem a oferecer para o Universo.
Uma explosão. A poeira se levanta, e o pânico se instala.
Gritos, pedidos de socorro. Tensão. Dor e sofrimento.
Feridos disputam com os mortos espaço dentre os escombros.
O fundamentalista religioso devolve à terra seu corpo, em pedaços, destruídos pela sua ignorância.
Da mesma forma, o casal com seu filho devolve ao planeta o instrumento de evolução que servira até aquela data, mesmo que em pedaços lançados longe pelo impacto da explosão.
E alguns dizem que a volta do Mestre é iminente.
Quem sabe dentro de alguns dias... ou apenas meses.
E o que oferecemos, como pano de fundo para que a Sua volta se faça realidade, é o tamanho de nossa ignorância, da falta de capacidade de realizar o que Ele já nos pediu há mais de dois mil anos.
* * *
Amar.
Essa é a prova de que o ser humano não está preparado para receber um novo Mestre ou Messias, pois estamos tão absortos na materialidade, que pouco importa o que Ele vai nos mostrar.
Não nos interessa esse papo de Amor. Queremos tecnologia, dinheiro, poder. Queremos subjugar os menos favorecidos.
Queremos poder continuar julgando a atitude dos próximos, independentemente de termos gabarito ou não para tal julgamento.
Queremos evoluir comendo qualquer coisa e bebendo álcool, até nos embriagarmos na cegueira da minha ilusão.
Logo, não venha me pedir mudanças. O mundo deve mudar. Eu não.
* * *
Vemos o mundo absorto e aterrorizado com mais uma prova de que a ação de causa (e seu efeito) existe.
Vemos nas folhas dos principais jornais de hoje fotos mostrando os pedaços de corpos que se desfizeram com todos os seus respectivos sonhos.
E o que sempre consola é que o Espírito não morre.
E que a perfeição de Deus é grandiosa, e que os ajustes cármicos são necessários, e que um dia, quem sabe, poderemos encontrar esses episódios apenas nas folhas manchadas de sangue dos jornais do passado.
Enquanto os restos do instrumento evolutivo material são juntados, E a ordem tenta se fazer novamente presente, os espíritos daqueles que se foram são encaminhados aos seus respectivos mundos e realidades. Eles merecem continuar sua evolução.
Foram apenas instrumentos da ação de Deus, mostrando em que grau o ser humano, dito soberano no Planeta se encontra.
Mas Mestre, se é que posso Lhe dar um conselho:
Aguarde um pouco mais. Não volte logo, não.
É provável que nós o crucifiquemos de novo, como animais que ainda somos, emocionais, passionais, irracionais e fundamentalistas.
E o Senhor, que é só AMOR, nada poderá fazer, a não ser, novamente, pedir ao Criador que nos perdoe, pois todos aqui somos “homens-bomba” em nossos atos e pensamentos, disparando a todo momento, ferindo para não ferir.
Matando, mesmo que inocentes, para que não sejamos mortos.
Como se isso fosse o mais importante da evolução.
Que os seres que se encontram humanos possam tentar entender o real sentido da encarnação, e que cada um de nós possa deixar de ser homem-bomba, para sermos Amor Incondicional.
Amor! Apenas.
- Fernando Golfar -
São Paulo, 08 de julho de 2005.
P.S.: Dedico esse texto ao meu amigo Frank e sua esposa, que há pouco chegaram de Londres, escapando da atmosfera de violência dos atentados terroristas nas terras da rainha, e que certamente nada foi por acaso.
E as igrejas se abarrotam de fiéis, buscando a libertação nem que para isso seja necessário vender seu cérebro e seu discernimento, pois o importante é conseguir um belo lote no paraíso, de frente para o mar e no bairro em que o Mestre reside.
As mesquitas se abarrotam de pessoas que rezam elevando seus pensamentos ao Criador, mesmo que seja de forma fundamentalista, pois os inimigos ocidentais devem ser derrotados.
Da mesma forma que o garoto e os pais, ele se prepara.
Irá de encontro ao que seu Deus pediu. Tem certeza do ato e não questiona o resultado.
Simplesmente age, absorto em seu fundamentalismo, hipnótico e absurdo... inebriante.
Está na hora. Enquanto o casal segue com seu filho para a estação do metrô, o radical vai de encontro a tudo aquilo que acredita ser a verdade e a libertação.
E todos eles, em coisa de "destino", entram no mesmo trem para que o futuro se cumpra. Mactub!
Os pais olham seu filho, e traçam seu futuro.
Será Engenheiro? Médico? Economista? Não importa.
Querem que ele seja feliz e que encontre no seu futuro um mundo mais feliz e menos violento.
E os olhos se enchem de brilho, de vida!
O fundamentalista também pensa em seu futuro, e nas promessas oferecidas pela sua religião.
Ao servir seu Deus com tanta firmeza e determinação, elas, as promessas, são suficientes, e ele aceita o pagamento para executar o serviço "abençoado".
Chegou a hora. Os anjos extraterrenos simplesmente olham absortos o episódio que está para acontecer. E, calados, assistem a mais um show de horrores que essa dita espécie humana evoluída tem a oferecer para o Universo.
Uma explosão. A poeira se levanta, e o pânico se instala.
Gritos, pedidos de socorro. Tensão. Dor e sofrimento.
Feridos disputam com os mortos espaço dentre os escombros.
O fundamentalista religioso devolve à terra seu corpo, em pedaços, destruídos pela sua ignorância.
Da mesma forma, o casal com seu filho devolve ao planeta o instrumento de evolução que servira até aquela data, mesmo que em pedaços lançados longe pelo impacto da explosão.
E alguns dizem que a volta do Mestre é iminente.
Quem sabe dentro de alguns dias... ou apenas meses.
E o que oferecemos, como pano de fundo para que a Sua volta se faça realidade, é o tamanho de nossa ignorância, da falta de capacidade de realizar o que Ele já nos pediu há mais de dois mil anos.
* * *
Amar.
Essa é a prova de que o ser humano não está preparado para receber um novo Mestre ou Messias, pois estamos tão absortos na materialidade, que pouco importa o que Ele vai nos mostrar.
Não nos interessa esse papo de Amor. Queremos tecnologia, dinheiro, poder. Queremos subjugar os menos favorecidos.
Queremos poder continuar julgando a atitude dos próximos, independentemente de termos gabarito ou não para tal julgamento.
Queremos evoluir comendo qualquer coisa e bebendo álcool, até nos embriagarmos na cegueira da minha ilusão.
Logo, não venha me pedir mudanças. O mundo deve mudar. Eu não.
* * *
Vemos o mundo absorto e aterrorizado com mais uma prova de que a ação de causa (e seu efeito) existe.
Vemos nas folhas dos principais jornais de hoje fotos mostrando os pedaços de corpos que se desfizeram com todos os seus respectivos sonhos.
E o que sempre consola é que o Espírito não morre.
E que a perfeição de Deus é grandiosa, e que os ajustes cármicos são necessários, e que um dia, quem sabe, poderemos encontrar esses episódios apenas nas folhas manchadas de sangue dos jornais do passado.
Enquanto os restos do instrumento evolutivo material são juntados, E a ordem tenta se fazer novamente presente, os espíritos daqueles que se foram são encaminhados aos seus respectivos mundos e realidades. Eles merecem continuar sua evolução.
Foram apenas instrumentos da ação de Deus, mostrando em que grau o ser humano, dito soberano no Planeta se encontra.
Mas Mestre, se é que posso Lhe dar um conselho:
Aguarde um pouco mais. Não volte logo, não.
É provável que nós o crucifiquemos de novo, como animais que ainda somos, emocionais, passionais, irracionais e fundamentalistas.
E o Senhor, que é só AMOR, nada poderá fazer, a não ser, novamente, pedir ao Criador que nos perdoe, pois todos aqui somos “homens-bomba” em nossos atos e pensamentos, disparando a todo momento, ferindo para não ferir.
Matando, mesmo que inocentes, para que não sejamos mortos.
Como se isso fosse o mais importante da evolução.
Que os seres que se encontram humanos possam tentar entender o real sentido da encarnação, e que cada um de nós possa deixar de ser homem-bomba, para sermos Amor Incondicional.
Amor! Apenas.
- Fernando Golfar -
São Paulo, 08 de julho de 2005.
P.S.: Dedico esse texto ao meu amigo Frank e sua esposa, que há pouco chegaram de Londres, escapando da atmosfera de violência dos atentados terroristas nas terras da rainha, e que certamente nada foi por acaso.