UMA VISÃO MÉDICA SOBRE AS PROJEÇÕES ASTRAIS

(Entrevista Publicada na Edição Especial de Viagem Astral da Revista Cristã de Espiritismo)


“Nesta entrevista, o Dr. Luiz Otávio Zahar fala como a classe médica e científica, em geral, encara a questão da saída fora do corpo.


- Por Érika Silveira e Victor Rebelo -


Dr. Luiz Otávio Zahar é médico com especialização em homeopatia, acupuntura e urologia, mestre em saúde ocupacional e formação em hipnologia .

Seu primeiro contato com a projeção astral aconteceu aos 15 anos de idade, em decorrência de uma grave infecção pulmonar. Dr. Zahar relata que tudo começou quando se encontrava na cama tremendo em febre, e sentiu subitamente uma pontada forte em seu peito, seguida de falta de ar, chegando quase a desfalecer. Repentinamente sentiu-se bem, como se já não estivesse mais doente e a dor desaparecera completamente. Ao tentar se levantar, teve uma grande surpresa, estava flutuando no quarto enquanto seu corpo permanecia deitado. Passou alguns momentos refletindo sobre a situação quando se deu conta que sua mãe estava no quarto em prantos. Pensou, então, que estava realmente morto. Imediatamente, sentiu-se tragado para o corpo de volta. Mais tarde, levado a um hospital do Rio de Janeiro e examinado por um pneumologista, recebeu os medicamentos necessários e conseguiu superar o problema.

Filho de livreiro e editor, desde cedo adquiriu o gosto pela leitura, entre diversas obras devoradas, principalmente no período de convalescença. Conta que o livro “A Terceira Visão”, de Lobsang Rampa, foi o que mais lhe marcou, por relatar processos de viagens astrais. “Foi um choque para um garoto de 15 anos saber que aquilo que havia acontecido comigo, outras pessoas também tinham vivenciado e a projeção astral poderia ser provocada de forma voluntária”, diz. A partir disso, nasceu sua busca cada vez maior sobre o assunto. Freqüentou cursos, aprendeu a meditar e não parou mais de ler e pesquisar. Desde então, as projeções astrais, ou, experiências extracorpóreas, passaram a fazer parte constante de sua vida.
- Qual é a visão atual da medicina sobre as experiências fora do corpo e quase-morte?

Desde o trabalho pioneiro de Raymond Moody Jr. e Elizabeth Kubler-Ross, as experiências de quase morte (EQM) e as experiências fora do corpo (EFC) têm merecido a atenção e o respeito da classe médica, mas ainda não existe consenso a respeito destes assuntos. Alguns pesquisadores acreditam que as EQMs se devam a uma baixa oxigenação, levando o paciente a um estado semi-alucinatório. Outros afirmam que as drogas usadas no processo de ressuscitação cardiopulmonar podem ser as responsáveis pelas experiências vivenciadas nesse processo. Em 2001, Van Lommel e colaboradores publicaram na conceituada revista médica Lancet, o resultado de uma pesquisa feita em 10 hospitais da Holanda, envolvendo 344 pacientes que haviam sofrido ataques cardíacos, com diagnóstico de morte e foram ressuscitados com os métodos da moderna medicina. Entre eles, dezoito por cento dos pacientes relataram EQMs.

Numa pesquisa rápida num dos maiores bancos de dados mundial de pesquisas médicas, o MEDLINE, no período de 1998 à 2003, encontramos cerca de 200 trabalhos publicados, ou seja, aos poucos a Medicina oficial está aceitando a ocorrência das EQMs. Penso que no futuro, questões como a sobrevivência após a morte e a reencarnação, farão parte das mesas-redondas dos congressos médicos.



- Um paciente em estado de coma pode realizar projeção astral?

Penso que sim, embora não existam comprovações para este fato. Os projetores experientes sabem que durante o sono e o estado de coma, o corpo astral encontra-se projetado fora do corpo. A projeção é um processo natural e ocorre sempre que o corpo físico adormece. Porém, estar projetado, nem sempre, significa estar consciente disso, e nem que, ao retornar ao corpo, lembraremos do ocorrido.



- Segundo a visão médica em geral, a projeção astral é considerada algum tipo de alteração cerebral?

Não existe um consenso a respeito das viagens astrais emitido pelas entidades médicas. Cada pesquisador elabora as suas conclusões, e estas, têm que ser discutidas e pesquisadas. Infelizmente, as projeções astrais não recebem a atenção necessária ao seu desenvolvimento nos meios científicos.

A explicação mais comum é a de que se trata de um fenômeno alucinatório causado por um mau funcionamento do cérebro, por hipóxia ou pelo efeito de drogas.



- O que acontece com o cérebro e com o corpo no momento da projeção?

As projeções astrais acontecem nas fases de sono profundo sem sonhos, quando o cérebro emite ondas Teta e Delta. Descobriu-se que a atividade cerebral produz faixas específicas para certos estados de consciência básicos, medidos em ´Hz´ (Hertz, ou ciclos/ vibrações por segundo): Delta 0,2-3,5 Hz (sono profundo, estado de transe); Teta 3,5-7,5 Hz (sonho diurno, memória); Alfa 7,5-13 Hz (tranqüilidade, consciência aumentada, meditação) e Beta 13-28 Hz (vigília, tensão, consciência “normal”).



- O que seria o estado Alfa da mente ?

Um estado mental em que predominam as ondas Alfa no cérebro. No exato momento em que estamos em vigília, nosso cérebro emite ao eletroencefalograma, grande quantidade de ondas Beta (cerca de 21 ciclos por segundo), à medida que relaxamos, meditamos, ou simplesmente dormimos, os nossos padrões de ondas mentais vão caindo paulatinamente. As ondas Alfa se caracterizam por ficarem numa faixa de 7 a 14 ciclos por segundo. A entrada neste estado mental coincide com um maior relaxamento e bem-estar. Métodos de relaxamento consciente, meditação, biofeedback, Yoga, respiração holotrópica, entre outros, permitem que entremos neste estado de forma consciente. O corpo recebe todos os benefícios de um sono reparador, sem realmente precisar dormir para tanto.



- Como classificaria a projeção astral, um fenômeno da mente ou do espírito?

Não gosto desta separação, prefiro classificar a projeção astral como uma das capacidades humanas, estando a mente e o espírito nela integrados de forma indissociável.



- É possível durante a meditação ocorrer uma projeção astral?

Sim, embora este não seja em princípio o objetivo da meditação.



- Como estão atualmente as pesquisas a respeito da projeção?

As pesquisas científicas demandam tempo e dinheiro. Infelizmente, num mundo que tem entre as empresas mais lucrativas das superpotências, as fábricas de armamentos, não existe lugar para pesquisas da consciência. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido no despertar consciencial humano. Esperamos que aconteça a tempo e a ação predatória do homem sobre a Terra seja interrompida o mais breve possível.



- Poderia citar alguns casos de projeção estudados pela ciência?

Diria que a pesquisa cientifica das projeções astrais encontra-se ainda em sua fase embrionária. Na década de 60, no auge da Guerra Fria, estudos foram desenvolvidos nos Estados Unidos, financiados pelo governo, no sentido de se pesquisar o potencial das viagens astrais como instrumento de espionagem. Pouco se sabe sobre os resultados obtidos nesses estudos e sobre os projetores estudados. Talvez o mais conhecido dos projetores envolvidos nessas pesquisas seja Keith Harary, que mais tarde se dedicou a dar cursos e escrever sobre sonhos lúcidos e projeções astrais.

Como mencionei anteriormente, a primeira pesquisa médica feita entre pacientes que passaram pela experiência de sofrer morte clínica seguida de ressuscitação cardiopulmonar foi publicada em 2001. O simples fato de uma revista séria como a Lancet ter aceitado o artigo para publicação, mostra que as coisas estão mudando.



- Acredita que em breve a ciência aceitará a projeção astral como uma característica espiritual também?

Acho que ainda temos um longo caminho a percorrer, mas já evoluímos muito. Há 30 anos, se alguém dissesse que havia saído do corpo e percorrido longas distâncias em seu corpo espiritual, seria classificado como louco e encaminhado para tratamento. Hoje, o tema é debatido livremente. As livrarias estão abarrotadas de livros sobre o assunto, e mesmo no meio científico já existe quem queira desenvolver pesquisas sobre as projeções em bases científicas. Em nossa lista de discussão sobre as viagens astrais na internet, existem médicos de diversas especialidades e até psiquiatras.



Quais são os principais institutos que estudam a projeção ?

No Brasil, destacam-se o IPPB (Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bionergéticas – www.ippb.org.br), criado pelo pesquisador e grande projetor Wagner Borges; o Instituto de Pesquisa da Consciência (IIPC – www.iipc.com.br), mantido pelo pesquisador Waldo Vieira, que de todos os institutos em atividade no Brasil atualmente, é aquele que mais se mantém fiel à linha projeciológica clássica, com um vasto currículo de cursos, dedicando-se também às publicações, e o Instituto Medeiros de Pesquisas Conscienciais (IMPC – www.institutomedeiros.com.br), de Geraldo Medeiros Júnior.



(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo – Edição Especial nº 7 - Viagem Astral – páginas 38-40).

- Nota de Wagner Borges: Luiz Otávio Zahar é um dos maiores pesquisadores das experiências fora do corpo do país. É médico há 23 anos, com especialização em medicina do trabalho, homeopatia, acupuntura e urologia. Mestrando em saúde ocupacional. Formação em hipnologia médica e PNL.

Nos anos 70 e 80 praticou hatha e raja yoga, além de fazer o curso de Meditação Transcendental®. Criou, em 1999, a lista de discussão pela internet VIAGEM-ASTRAL (http://br.groups.yahoo.com/group/viagemastral/), que conta atualmente com 675 membros.

Teve sua primeira projeção espontânea aos 15 anos, e desde então vem estudando e pesquisando as experiências fora do corpo.

É colunista da revista on line do site do IPPB.

Home Page: http://hps.infolink.com.br/lzahar/obe/

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