ABERTURA DE UMA LIÇÃO EXTRATERRESTRE

(Prefácio do livro "Uma Lição Extraterrestre" do Prof. Wagner Borges, por Maurício Santini)
De antemão, o meu sincero agradecimento fraterno ao autor deste conto profundamente substancial, fruto da lucidez já costumeira. As imagens e o sentido embargado das palavras nos remetem ao convívio mais íntimo acerca do nosso real significado.

Um silêncio gritante marejou meus olhos ao ler as páginas deste livro inspirado! Era como se houvesse sido banhado nas águas sórdidas da minha inconsciência pretérita, na autoculpa de antanho e nos resíduos de agora. Era como se um tufão de resplandescência límpida e emoliente varresse a banalidade do meu pensamento pueril e irresponsável.

O homem necessita de palavras amargas que façam despertar a sua vã e rústica sobrevida. As preocupações imediatistas e iminentes da humanidade tangem às futilidades do seu dia-a-dia insípido. As necessidades primordiais da existência humana são verdadeiras olimpíadas de sobrevivência e luxúria, na competição melancólica da estagnação terrena.

A importância sacramentada pelas tradições vulgares e inconseqüentes faz com que os homens passem o tempo ao redor das vidas, consumindo nacos e porções levianas de ignorância.

Assim, sucumbimos à sedução das mazelas e cravamos no peito as lâminas da rudeza do nosso conhecimento parco, burlando a nossa visão com as viseiras da incompreensão.

Na sobrevida dos atos protagonistas em desmedidos excessos e cultos às supostas necessidades biológicas, o homem vai gastando a sua carga vital como coadjuvante amador do teatro da vida. Por conseqüência, pelo baixo teor de sabedoria e raciocínio lógico, escapa-lhe a intuição e ele morre de medo da morte, como se esta fosse o último ato da vida.

Quando vamos parar de representar o nosso próprio personagem no mundo, desempenhando o verdadeiro papel de nós mesmos? Quando poderemos estancar as feridas da hipocrisia, sendo honestos com a nossa divina existência? Quando iremos divisar o olhar de algum animal e perceber o brilho mais translúcido do Criador na expressão da criatura? Quando teremos a noção e a percepção que certifica que "irracionais" somos nós ontem e que "racionais" serão eles amanhã? E quantas vidas mais arrancaremos da terra, do ar, das águas e coziremos no fogo brando da nossa involução? O autor da obra focaliza a petulância daqueles que se consideram eleitos no pleito existente. A que partido limitante eles pertencem? Qual a plataforma de seus desgovernos? Quem de nós é o "Moisés da nova era", e quantos mandamentos devemos seguir? Quem deve arbitrar segundo os preceitos das novas tábuas da lei? Quem abrirá o Mar Vermelho, já tingido de sangue? Quem poderá colher a semeadura e arar a terra prometida?

Não se discute mais acerca da existência de orbes extraterrestes povoados. As inteligências extraplanetárias já são realidades quase palpáveis nas pautas das discussões humanas. A incidência e a propaganda dos irmãos siderais atestam e comprovam seus planos de expansão na nossa esfera. O intercâmbio e a comunicação entre a nossa civilização e outros mundos mais avançados já são quase viáveis no nosso contexto. Mas é preciso conter os passos mais estreitos e amortecidos de respeito, para não assustar o "bicho humano", acuado por seus próprios temores.

Atualmente, várias correntes ufológicas, místicas e pseudo-científicas querem abocanhar o filão desse mercado expansivo. Tal divisão demonstra o estádio da incapacidade do homem em unir-se a ideais mais altruístas. Ao invés de estreitar relacionamentos e integrar-se em novas experiências, o egocentrismo ilusório faz provocar injúrias e discórdias pela ilustre pecha de ignorantes especialistas da área, representantes exímios da raça terráquea. A honra de autoproclamar-se "ufólogo" deveria para alguns transmutar-se em "ufanistas" de si mesmos ou "ufólatras" por incapacidade própria"!

Muitos entoam a mesma indagação no tocante à possibilidade de naves faraônicas pousarem em plena Avenida Paulista, sobre os braços do Cristo Redentor, na cabeça da Estátua da Liberdade, no ápice da Torre Eiffel ou equilibrar-se no cume da Pirâmide de Queóps. Por que não participam de talk-shows televisivos, programas de auditório ou dos mega-espetáculos pelos coliseus do mundo afora? Qual o motivo crucial dessa imaginária antipatia pela nossa coletividade, já que estamos abertos a novas propostas no duro processo da evolução da espécie?

A resposta parte do princípio da nossa obscuridade histórica. O que sabemos nós sobre as sementes plantadas pelas mãos ancestrais dos nossos aliados galáticos ao longo da jornada? Qual a dimensão da colheita professada por estes semeadores de vida e de amor à nossa humanidade?

Por fim, aos que pleiteam incessantemente esse encontro inusitado, esse contato imediato sem escala, a réplica só pode ser de autoria desses fraternos pensantes irmãos do espaço, que não se cansam de afirmar, com compaixão e sabedoria, a frase mais verdadeira sobre a nossa falsidade:

- Quando vocês se encontrarem, nós nos encontraremos!!!

São Paulo, 21 de novembro de 1996.

Nota: Maurício Santini tem 41 anos, é jornalista, escritor e pesquisador de temas ufológicos e espirituais há muitos anos.

O livro "Uma Lição Extraterrestre" (Autor: Wagner Borges; Editora Universalista) está disponibilizado em nosso site para leitura gratuita.

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