Viveka Chuda Mani - II*
VIVEKA CHUDA MANI – II*
Toques conscienciais que dizem muito mais do que aparentam...
“Você se lembra quando nós voávamos livres?
O céu era o limite, você mesmo dizia.
Ah, o zimbório celeste era só uma amostra grátis do infinito.
Às vezes, você dava uma de poeta e dedicava odes às estrelas...
E eu ficava ali embevecido com a sua arte de tecer palavras.
Acima de nós flutuavam nuvens luminosas, cheias de paz celeste...
E o canto dos devas** impregnava os nossos sentidos astrais.
Era canto do Alto mesclado com a inspiração das almas livres.
Eu me lembro como os seus olhos brilhavam de admiração pela Luz.
Então, certo dia, o Senhor Shiva*** veio buscá-lo para uma tarefa...
Ele lhe disse: “Desça nas lides da matéria e fale aos homens sobre o Eterno.
Escreva sobre a sabedoria perene dos rishis**** e a inspiração das almas livres.
Pegue um pedacinho do infinito e leve em seu coração.
Agora, vá, meu pequeno Shankara*****, e cumpra sua missão com alegria.”
E, assim, você desceu ao mundo dos homens para estimular o discernimento.
E, daqui, das luzes acima do mundo, eu vi você escrevendo o seu épico...
Sim, eu vi o “Viveka Chuda Mani” surgir de suas mãos e do seu coração.
Acima do alto de sua cabeça brilhava a Luz de Shiva...
Esta mesma Luz que nos une, mesmo em planos diferentes, na força do Amor.
Eu sinto muitas saudades de você, mas o Senhor Shiva conta com você.
Então, trabalhe, meu amigo, por onde o Senhor determinar...
Até que nos encontremos novamente, lá nas luzes da consciência cósmica.
O Olho Espiritual do Senhor está aberto em sua testa, nas lides do bem.
De vez em quando eu virei vê-lo, mas você não me perceberá.
E assim será, ao longo dos éons e éons...
Até que nos encontremos novamente, lá nas luzes da consciência cósmica.
Sim, quando o Grande Shankara assim decidir.
Meu amigo, a joia do supremo discernimento brilha em seu coração.
E essa é a glória que Shiva lhe deu: levar discernimento espiritual aos homens.
Agora, volte para o seu corpo e ative o olho espiritual em sua testa...
E que, por onde você for, os devas o acompanhem.”
P.S.:
Estas palavras foram ditas a Shankara por um amigo espiritual secreto, durante uma de suas saídas do corpo. Reza a lenda que se tratava do sábio Vyasa. Outros dizem, todvia, que era um deva enviado por Shiva. E alguns afrimam que era o deus Ganesha... O que se sabe mesmo é que a Luz do Viveka Chuda Mani continua brilhando nos chacras daqueles que conhecem a sintonia espiritual correta.
Talvez, hoje, alguns leitores peguem a pista espiritual disso******.
Oxalá Shiva os ilumine nesta senda tão linda.
(Às vezes, eu me sinto como um pequeno cisco girando em frente ao sol.)
Om.
Paz e Luz!
- Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 13 de março de 2021.
- Notas:
* A primeira parte deste texto está postada neste link:
** Devas – do sânscrito, seres de luz; divindades.
*** Shiva (do sânscrito): no Hinduísmo, o divino é representado em três aspectos fenomênicos em sua manifestação vital: Brahma (O Criador), Vishnu (O Preservador) e Shiva (O Transformador).
Obs.: Para melhor compreensão a respeito, ver o texto “Shiva – O Mahadeva”, postado no link a seguir, cujas notas apresentam uma coletânea de textos realtivos a Shiva, postados antes como textos periódicos do site ao longo dos anos...
**** Rishis – do sânscrito – sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos Upanishads.
***** Shankara – o célebre autor de um dos grandes clássicos do Hinduísmo, o livro “Viveka Chuda Mani” (“A Joia Suprema do Discernimento”); nasceu em Káladi, vilarejo do Malabar ocidental, no Sul da Índia, por volta de 686 d.C.
Iogue, filósofo e poeta era um prodígio acadêmico e dotado de rara didática para escrever sobre os temas do espírito. Foi um dos grandes iogues da Índia e seu nome é evocativo do Deus Shiva, que é reverenciado com o epíteto de Shankara, que é o “Doador de Bênçãos”.
****** Esta pista espiritual está descrita no texto “Iniciação e Práticas Espirituais” (do livro “Ensinamentos Extrafísicos e Projetivos”, que pode ser baixado na seção de download gratuito do site do IPPB – www.ippb.org.br). Então, deixo, na sequência, um trecho revelador deste texto (sendo que o ideal é lê-lo na íntegra)...
“Além da influência invisível dos amparadores, talvez o que tenha iniciado essa expansão energética no chacra cardíaco seja um mantra que concentrei em sua boca energética posterior. Trata-se do ‘Viveka Chuda Mani’. Inclusive, na semana passada, ensinei essa técnica ancestral dos iogues para o pessoal do grupo de estudos do IPPB. Nunca havia comentado isso com outra turma, mas o nome do livro de Shankara é um mantra fabuloso.
Aliás, por que você não aproveita e pratica esta técnica? É simples. Basta fechar os olhos e deslocar o foco da atenção para o ponto da coluna onde está a raiz do chacra cardíaco. A partir dali, visualize o vórtice do chacra abrindo suavemente para trás. Concentre, mentalmente, o mantra, dentro do vórtice que se expande para trás. Faça isto por alguns minutos, mas sem nenhuma espécie de tensão: trabalhe com suavidade.
Enquanto pratica, coloque uma música que toque o seu coração e o faça se lembrar do Amor que gera a vida.
Se possível, um pouco antes de começar, converse, mentalmente, com os seus amparadores e peça a eles uma ajuda espiritual no seu desenvolvimento.
O ideal é você praticar sentado, durante a meditação, ou num trabalho com os chacras. Contudo, pode ser feito deitado, em qualquer posição. Inclusive, pode acarretar algumas projeções conscientes e uma melhor sintonia com os amparadores.
O legal disso é que você pode abrir a sua espiritualidade de maneira simples, como deve ser nesses tempos modernos. Já pensou se eu fosse esconder o jogo e só passasse o que sei por meio de alguma iniciação espiritual? Ainda bem que os amigos espirituais me instruíram, perfeitamente, para tirar o véu das coisas e colocá-las de frente para quem quiser aproveitar a chance de crescimento espiritual, bem franco e aberto. Se as pessoas não aproveitarem a oportunidade do crescimento espiritual aberto, aí o problema é delas, não é mesmo?”
Obs.: Enquanto eu editava estas linhas, rolava aqui no meu som uma linda versão do mantra “Om Namah Shivaya”, do vocalista indiano Hermant Chauan. Então, deixo, na sequência, o seu link no YouTube...