PAIS E FILHOS, ESTRELAS E ESTRELINHAS III

(E-mail direcionado a um amigo do meu amigo Lázaro Freire, que perdeu recentemente uma filha)

Olá.
Não conheço você pessoalmente, mas sei que a sua estrelinha partiu.
Algumas vozes, suas amigas, me falaram de sua perda.
Embora eu não o conheça, conheço agora a sua dor.
Porém, não é disso que quero falar com você.
Outras vozes vieram me falar de você e de sua estrelinha.
Vozes de amigos de outras esferas, que falam direto ao coração.
Que me acordaram ainda agora, e com carinho me disseram:
"Escreve ao amigo do seu amigo, direto ao coração.
Diga-lhe que jamais estrela alguma beijou o chão de um túmulo,
Muito menos a dele.
Muitas vezes, o Pai Celestial envolve a estrelinha num corpinho,
E a envia com jeito de criança ao mundo dos homens.
Por um tempo, ela parece filha, mas é estrelinha de Deus.
Até parece gente, mas é estelar.
Brinca e ri, mas o fogo estelar brilha em seus olhinhos.
O seu corpo e seu jeitinho são infantis, mas ela é do Céu.
Possui a idade sideral, e a sua natureza é o infinito.
Às vezes, seja por manifestações cármicas que os homens não entendem,
Ou mesmo porque a estrelinha sentiu falta da casa estelar,
Ela parte... e voa de volta para a grandeza sideral.
Para os seus amores que ficaram chumbados à vida terrena,
Fica a saudade e a dor da perda.
Porém, repetimos: jamais alguma estrela do Pai beijou um túmulo.
Não se crema ou enterra o esplendor do Eterno!
E antes da estrelinha descer a Terra, ela já era amada.
Já cantavam para ela no Céu as harmonias das esferas.
Por isso, quando a estrelinha voou para fora do corpo,
Quem cantava para ela antes, veio buscá-la.
Embalou-a num canto celestial e voou com ela ao Mentor de todos.
Devolveu-a ao Pai original, Estrela-Guia Maior, Pai-Mãe de todos.
Antes de mergulhar no infinito, ela lembrou-se de seus pais terrenos.
Sabia de sua dor e do quanto a amavam.
Tocado pelo sentimento, O Pai-Mãe sorriu e disse-lhe:
‘Enviarei algumas de minhas vozes a Terra para um recado.
A sua lembrança amorosa chegará até eles.
E lhes dirá que jamais alguma de minhas estrelinhas beijou o túmulo.
E que eles, antes de serem pais, também são meus filhos queridos.
Também são estrelas minhas vestidas de corpos perecíveis.
Cresceram um pouco mais na aparência da carne adulta,
Mas também são minhas criancinhas estelares.
Na hora certa, de acordo com o mérito de cada um,
Vocês se encontrarão no infinito, muitas e muitas vezes...
Então, será hora de secar as lágrimas e sorrir por entre às estrelas.
No momento, apenas voe e desfrute de sua liberdade.
Minhas vozes levarão o recado a quem de direito,
E essas palavras chegarão até os seus pais.
Voe, querida...
Jamais estrela alguma beijou o pó da Terra.
Eles saberão!’
E a estrelinha voou feliz, pois os seus amores terrenos seriam notificados
De que ela estava voltando para o infinito, além dos olhos da carne,
Na morada do espírito, fonte eterna de vida e esplendor.
Ela voou contente, pois o Pai-Mãe enviaria as vozes espirituais
Com um recado de amor e imortalidade.
Os seus pais e sua irmãzinha saberiam que ela estava em boa companhia,
Nas mãos de Deus, em meio às estrelas, em eterna florescência.
Assim, cumprindo o que o Pai-Mãe prometeu, trouxemos o recado estelar.
Escreve ao amigo do seu amigo o que o seu coração escutou.
Diga-lhe das muitas canções que ele ainda irá fazer e tocar.
E que a outra estrelinha ainda está com ele, e irá crescer e cantar.
E que ele também é filho e estrelinha de Deus.
Que ele se encante com as virtudes das canções que ainda não aconteceram.
Que ela faça com que elas aconteçam!
Jamais alguma estrelinha de Deus foi cremada ou enterrada.
O Eterno é o Eterno, e o seu esplendor não é criança ou adulto,
É apenas o brilho de Deus se expressando na carne.
É florescência imperecível."

PS.: No centro da madrugada, as vozes espirituais vieram, acordaram-me e deram o seu recado. E agora eu vou ligar e acordar o meu amigo, para que ele repasse ao seu amigo o recado que o Pai-Mãe enviou direto ao seu coração.
Tenho duas filhas e sei do amor que se abre no coração quando o Eterno empresta algumas de suas estrelinhas, para que na condição de tutores temporários as eduquemos aqui na Terra da melhor forma possível.
Quando elas chegam, o coração derrete de amor.
Quando elas partem, o coração também derrete de amor.
E, aí, surgem algumas vozes espirituais que ensinam, que na chegada ou na partida das estrelinhas, o que importa é o amor.
Dentro ou fora do corpo, elas sempre estarão vivas, não na saudade ou em seus pertences pessoais que ficaram, mas no amor vivo do coração. Esse mesmo amor que aquece o espírito na hora da dor da separação, e que ordena viver, amar, sorrir e seguir... Forever!
Esse mesmo amor que me fez ter a ousadia de escrever para uma pessoa que não conheço pessoalmente, ainda mais em momento tão difícil para ela. E tudo isso sem saber como ela irá reagir.
Esse mesmo amor que me faz agradecer de coração às vozes espirituais pela honra de ser intermediário de um recado celeste desses.

Paz e Luz.
- Wagner Borges – ser humano com qualidades e defeitos, espiritualista que não segue nenhuma doutrina criada pelos homens da Terra, mas que se sente um sortudo pelos lances espirituais que rolam em sua vida.
São Paulo, 29 de outubro de 2003, às 03h49min

- Nota: Lázaro, agora são 05h12min. A aurora irá surgir a qualquer momento, e irei esperá-la contente. Vou me encantar mais uma vez com a festa da luz surgindo no horizonte. Vou agradecer mais uma vez ao Grande Arquiteto Do Universo por todas as oportunidades.
Enquanto espero, seleciono alguns textos já postados no site anteriormente entre os anos de 1999 e 2002. Eles estão sendo colados logo na seqüência, e possuem uma certa ressonância com esses escritos atuais. Poderão ser úteis para o seu amigo, quando lidos em conjunto. Mesmo sendo extensos, vale a pena ele tirar um tempinho para dar uma olhadinha neles.
Escrevi tudo isso ouvindo um belo Cd New Age de Space Music do tecladista americano Herb Ernest: "Dreamflight" – 1986.
Se o seu amigo quiser, gostaria de presenteá-lo com esse CD. Seria a trilha sonora desses escritos.
Até mais.
(Tomara que da próxima vez os amparadores extrafísicos acordem você para escrever... hehehehehehe.)




PAIS E FILHOS, ESTRELAS E ESTRELINHAS II

Todos nós somos espíritos imortais. Somos imperecíveis.
Carregamos o fogo estelar em nossos corações e somos muito mais do que aparentamos nessa jornada transitória pelos caminhos terrestres. Somos centelhas divinas viajando nas ondas da evolução.
Estamos matriculados num curso cósmico de manifestação, e portanto, sujeitos às regras de causa e efeito reguladas pela Cosmoética** e pelas consciências avançadas que monitoram o nosso progresso infinito.
Ciclicamente, e de acordo com as necessidades de aprendizado consciencial de cada um, somos levados ao jogo da vida, à roda de Samsara*** e seus desdobramentos vitais. Apesar de sermos estrelas imperecíveis, precisamos "descer a carne" para algumas experiências.
Então, reencarnamos e perdemos temporariamente a lembrança da herança divina que carregamos oculta dentro do coração. Laços vitais nos prendem ao corpo físico para a nova jornada de aprendizado e nos tornamos pássaros espirituais presos na gaiola carnal. Revestidos de corpo infantil ficamos restritos inicialmente ao ventre materno, esquecidos de nossa natureza eterna e ligados ao ambiente intra-uterino, que é semelhante a uma pequena cápsula energética cheia de pulsações vitais.
Dentro desse casulo vital, somos agasalhados pelas energias maternas sob o comando instintivo da Mãe Terra que age sobre a mãe humana e aciona os mecanismos da natureza para a formação e manutenção do pequeno corpo que abriga a estrelinha em nova vivência. Nessa etapa, somos indefesos e estamos adormecidos, mas percebemos pensamentos e emoções que nos chegam através de nosso mãe. Também sentimos a presença de seres espirituais que nos protegem e que nos acompanham desde o espaço.

Sentimos o aconchego vibracional e espiritual dando suporte a nossa viagem vital. Sentimos a segurança dos nossos amparadores extrafísicos, da Mãe Terra e da mãe humana, também estrela imortal e moradora mais velha do plano físico.
O tempo passa e nos expressamos no mundo. Somos adultos no corpo e passamos pelas experiências necessárias ao burilamento de nossas consciências. Continuamos sendo estrelinhas imperecíveis, mas diante de tantas coisas que acontecem na experiência diária e submetidos as agruras da vida carnal, muitas vezes nos deixamos anestesiar pelos limitados sentidos físicos e nos portamos como corpo sem alma. Apesar de sermos centelhas divinas, pensamos, sentimos e fazemos coisas estranhas, como se fossemos seres transitórios e perdidos na vida, deserdados de nossa herança estelar.
Em muitos momentos, choramos confusos e nos ferimos profundamente nas farpas emocionais projetadas no jogo da vida entre as pessoas. Não parecemos mais aqueles deuses estelares cheios de pulsação imortal, nos tornamos pequenos duendes humanos atormentados por nossas confusões sensoriais.
É absurdo, mas as estrelinhas perderam a confiança em si mesmas e em seu brilho. Trocaram o fogo estelar pelo frio da insegurança. Esqueceram dos amparadores, da Mãe Terra e do carinho da mãe humana naqueles dias de encapsulamento vital.
Porém, é possível sintonizar aquela segurança novamente. Basta fechar os olhos e pensar que se é eterno, mesmo na carne transitória.
Basta sentir que a luz do coração é terna e eterna nas ondas de um amor que não se explica, só se sente naqueles momentos de interiorização e nutrição espiritual da meditação. Sentir-se dentro do organismo vivo da Mãe Terra, que nos hospeda com carinho em nossas jornadas carnais e nos oferece a experiência. Sentir-se agradecido aos genitores que nos propiciaram o corpo para a jornada atual. Sentir-se ligado aqueles seres espirituais que patrocinaram nossa jornada no mundo e que continuam ligados aos nossos propósitos de vida.
Basta fechar os olhos e sentir-se ainda como criança de Brahman!****
Mesmo vivendo dias difíceis na jornada, ainda assim reconhecendo-se como centelha imperecível. Perceber-se cheio da pulsação cósmica, aquela mesma que sustenta zilhões de sóis na imensidão sideral e que faz as infinitesimais partículas energéticas dançarem alegremente nos microuniversos.
É, basta fechar os olhos, erguer os pensamentos, abrir o coração agradecido, ouvir música graciosa e viajar na sintonia estelar de si mesmo, fonte de toda segurança, pois é dotada da imortalidade e dos atributos divinos inerentes a sua própria natureza.

Estamos no útero de Brahman. Somos suas crianças-estrelas imperecíveis. Somos mais do que aparentamos. Somos lindos, mesmo que não tenhamos consciência ainda da Luz eterna que carregamos em nossos corações.
Às vezes, somos estranhos mesmo, mas ainda somos estrelas!
Dentro de nós está o Pai-Mãe de todos. Essa é nossa segurança maior.
Como dizia o meu amigo extrafísico Rama, somos "estrelinhas espirituais viajando nas pulsações eternas do coração de Deus, nosso Pai-Mãe-Amigo-Mentor-Sol-Ananda".*****
Finalizando esses escritos, lembro-me de dois ensinamentos atribuídos ao sábio Hermes Trismegisto:
"Medite: Você veste o vestido para descer, e tira o vestido para subir." "Medite: Você veio de uma estrela, está em uma estrela, e irá para outra estrela. Pouse suave, pois os mestres orientam."
Somos viajantes eternos, e apesar de nossas confusões, ainda somos estrelinhas viajando no coração do Grande Arquiteto Do Universo.

PS: Nenhuma criança compreende o amor de seus pais. Isso só acontecerá quando ela mesma crescer e receber dos céus como filho alguma estrelinha enviada por Deus. Então, ela saberá que há coisas que não se explicam em palavras e nem são percebidas pelos cinco sentidos, apenas são sentidas em silêncio, apenas são expressões de um amor que nunca será explicado, só sentido no brilho do coração, que se expressa pelo olhar dos pais.
Pais e filhos, filhos e pais, estrelinhas imperecíveis, filhas de Brahman, o Pai-Mãe de todos.

Paz e Luz.

- Wagner Borges -
São Paulo, 02 de julho de 2002, às 20h17min

- Nota: Após ler esse texto, o meu amigo Luiz Ortiz escreveu um poema que enriquece bastante esses escritos. Reproduzo-o logo abaixo:


A ÁRVORE QUE BALANÇA, SINTONIA-CRIANÇA

Sob a Luz da Humildade
Não há a vergonha ou qualquer medo.
Serenidade...
Este é o grande segredo da "criança";
Ela observa cada Arvore que Balança.
Vivencia a Sintonia...
Movimento que traz paz ao coração;
A novidade a cada segundo;
Renovação...;
Realidade que move "o mundo";
Faz da vida "O Pulsar" de uma eterna oração;
Sensação terna, alem de qualquer emoção;
Uma Canção...;
Sentimento ao Vento,
Uma semente a procura de alento,
Descobre, no presente, "O Intento":
Um Sorriso...;
Reconhece; pois reflete a essência da mais pura existência;
"No riso de uma criança"
A mais bela presença (Real)
da esperança (Sem igual).
Enfim...
Tudo (de) novo...

- Luis Ortiz –

-  Notas:
* O texto "Pais e Filhos, Estrelas e Estrelinhas I" está em nosso site na
seção de textos periódicos projetivos e espiritualistas – É o texto 187. (http://www.ippb.org.br/texto187.htm)
** Cosmoética: Código de Ética Superior; Ética Cósmica; Ética Espiritual.
*** Samsara (do sânscrito): Roda reencarnatória compulsória.
**** Brahman (do sânscrito): O Todo; O Supremo; Deus; O Grande Arquiteto Do Universo; O Pai-Mãe de todos.
***** Ananda (do sânscrito): Bem-Aventurança.



A SABEDORIA DE SRY AUROBINDO


...Levanta teus olhos em direção ao Sol.
Ele está lá nesse maravilhoso coração de vida e luz e esplendor.
Observa à noite as inúmeras constelações cintilando como outras tantas fogueiras solenes do Eterno no silêncio ilimitado, que não é nenhum vazio, mas pulsa com a presença de uma única existência calma e tremenda.

Olha lá Orion com sua espada e cinto brilhando como brilhou aos antepassados Arianos há dez mil anos atrás, no começo da era Ariana, Sirius no seu esplendor, Lyra percorrendo bilhões de milhas no oceano do espaço.
Lembra-te que estes mundos inumeráveis, a maior parte deles mais poderosos que o nosso próprio, estão girando com velocidade indescritível ao aceno desse Ancião dos Dias, a quem ninguém, exceto Ele, conhece e contudo, são milhões de vezes mais antigos que teu Himalaia, mais firme que as raízes de tuas colinas e assim permanecerão até que Ele, à sua mercê, sacuda-os como folhas murchas da eterna árvore do Universo.
Imagina a perpetuidade do Tempo, considera a incomensurabilidade do Espaço; e então lembra-te que, quando estes mundos ainda não existiam, Ele era ainda o Mesmo.
Observa que além de Lyra, Ele está. E no longínquo Espaço onde as estrelas do Cruzeiro do Sul não podem ser vistas, ainda assim Ele lá está.
E então volta à terra e considera quem é este Ele.
Ele está bem perto de ti.
Repara naquele homem idoso que passa perto de ti, abatido e curvado, apoiado em seu bastão?
Imaginas tu que é Deus quem está passando?
Há uma criança rindo e correndo ao sol.
Podes tu ouvi-lo nesse riso?
Não, Ele está ainda mais próximo de ti.
Ele está em ti, Ele é tu mesmo.
És tu quem ardes lá longe, há milhares de milhas de distância, nas infinitas extensões do Espaço, és tu que caminhas com passos confiantes sobre os turbulentos vagalhões do mar etérico.
És tu quem colocaste as estrelas em seus lugares e teceste o colar de sóis, não com mãos, mas por este Yoga, esta Vontade silenciosa, impessoal e inativa, que te colocou hoje aqui, ouvindo a ti mesmo em mim.
Olha para cima, oh filho do Yoga antigo e não sejas mais medroso e cético; não temas, não duvides, não lamentes, porque em teu aparente corpo está Aquele que pode criar e destruir mundos com um sopro.

- Sry Aurobindo –

(Texto extraído do livro "Sabedoria de Sry Aurobindo" da Editora Shakti).


RECADO DAS ESTRELAS III

Ele surgiu em meio a uma atmosfera azulada. Era um ser das estrelas, irmão das outras esferas. Ele sorriu e disse:
"Cemitério não é casa de ninguém! Enquanto os homens choram embaixo, as naves flutuam logo acima. Porém, eles não sentem: as suas feridas emocionais bloqueiam os seus canais. Eles choram e reclamam apenas porque uma estrelinha espiritual largou o invólucro carnal e voltou para a casa cósmica. Eles não sabem e até negam, mas a estrelinha nunca foi deles. Ela sempre pertenceu aos céus do Criador. No cemitério, lar de bactérias e depósitos de ossos, não há nenhum dos nossos. As tumbas e os esquifes são elos do passado."
Enquanto isso, as estrelas cantam e as naves observam a tristeza da humanidade. Uma estrelinha saiu da terra e voltou para a abóbada celeste. Ela escutou a canção do céu e desprendeu-se do orbe terráqueo cheia de alegria. No cemitério, "homens mortos" enterrando cadáveres ocos e chorando as dores de sua ignorância. Nos ares, uma frota de naves assistindo ao desprendimento da estrelinha espiritual. No céu, a ascensão da estrelinha. Na terra, o drama dos homens cegos! Tanta dor acompanhou o cadáver oco para o seio da terra. Contudo, tanta vida acompanhou a estrelinha em seu rumo. Enquanto os homens choravam , as estrelas riam muito. Depois de se despedirem do cadáver oco, os "homens mortos" foram lamber as suas feridas e vestir-se com o luto de sua ignorância. As naves voltaram para o Cosmos. No entanto, alguém ficou para uma mensagem. Um irmão das estrelas, amigo dos homens infelizes, um amigo com um recado azul:
"Cemitério não é casa de ninguém! Quem quiser ver as estrelas que olhe para o céu! Na terra, os homens mortos e os seus cadáveres ocos, elos do passado! No espaço, lar das estrelinhas brilhantes, o futuro da humanidade! Cada Homem é um pedaço do céu em forma de gente. Por isso ninguém morre, é só a estrelinha que sobe!" **

Paz e luz.

- Wagner Borges -
São Paulo, 17 de agosto de 2001.

- Nota: * Os textos "Recado das Estrelas I e II" estão no nosso site na seção de textos periódicos projetivos e espiritualistas (respectivamente os textos 29 e 36).


SORRINDO COM O PAI DA AURORA

Enquanto eu respondia um monte de e-mails acumulados na caixa postal, surgiu um amparador extrafísico e passou-me o seguinte:
"Meu amigo das artes espirituais, que tal mergulharmos juntos na criação de mais uma canção?

O coração das pessoas é tão triste e suas emoções são tão doloridas.
É preciso brincar e rir mais, soltar-se no movimento da vida, seguir a canção e comungar com o fluxo da vida.
Muitas pessoas carregam um verdadeiro cemitério emocional dentro de si mesmas e suas vidas são um velório contínuo.
Que vontade de desintegrar as lápides de suas memórias e dramas mal-resolvidos e plantar no lugar um monte de flores abertas ao carinho do sol de amor, ao sabor do vento da harmonia e das gotinhas do orvalho cristalino da vida.
Viver é aprender e bailar pelos salões das múltiplas experiências.
Viver enterrado nos dramas existenciais é fenecer por dentro.
O resultado é o mal-cheiro exalando dos cadáveres das emoções antigas amontoados no cemitério de si mesmo.
Ah, que vontade de encher de flores o coração de todas essas pessoas!
Que vontade de fazer cócegas em suas almas e fazê-las rir mais por dentro, inclusive de si mesmas.
Que vontade de explicar-lhes o ridículo de tantas coisas que são valorizadas em demasia na Terra. Dizer-lhes do ridículo de se aborrecerem tantas vezes por pequenos motivos ou daqueles momentos interiores de esquisitice que nem elas mesmas entendem. Falar do ridículo de desperdiçar uma boa oportunidade de rir sem compromisso ou de sentir prazer na caminhada sadia pela existência.
Quem é sadio espiritualmente faz questão de exumar os antigos cadáveres putrefatos de suas emoções pegajosas e mal-resolvidas e incinerá-las no fogo de uma boa risada.
Quem ri descongestiona as energias e torna-se parceiro das risadas invisíveis do ´Papai do Céu´.
Sim, ele também ri! Principalmente do ridículo dos homens procurá-lo em templos obscuros e cheios de ameaças infernais e nos livros pesados de julgamento e não no sorriso da vida que canta, chama, ensina e faz dançar em vários planos da vida universal.
Ah, que vontade de dizer a todas as pessoas tristes, que diante da vida e do ´Papai de todos´ elas também são semelhantes às flores e que a luz do sol brilha sobre suas cabeças e que a gotinha de orvalho cristalina está nas folhas vivas de suas existências.
Que vontade de dançar, meu amigo! Bailar pelas energias cheio de luz e contentamento.
O meu Ioga, a minha disciplina espiritual é essa: dançar e sorrir por entre as dimensões e corações. Fazendo assim, torno-me parceiro do ´Papai legal´ e sinto-me aliado da própria vida em sua totalidade.

Outrora, também carreguei túmulos enegrecidos de desespero e de muita dor em meu coração.
Mas, fui possuído por um sorriso espiritual que dissolveu todas as cruzes, esquifes e cadáveres emocionais turbulentos que infestavam meu viver íntimo.
Tomei consciência do meu pesar e de que sempre colocava a culpa de meus dramas nos outros ou no destino cego.
Conscientizei-me de que minhas desavenças interiores atraiam várias das encrencas em que eu me metia. Eu não me dava bem comigo mesmo!
Ah! E isso doía muito.
Eu era coveiro de mim mesmo! E meu cemitério emocional era imenso e cheio de covas mal-humoradas que eu mesmo cavara com a minha intemperança.
Hoje, quando me lembro dessa época, dou um monte de risadas do meu ridículo desempenho na prova de viver. Porém, naquele tempo eu era uma verdadeira toupeira e só sofria por não ver direito. Eu mesmo me machucava nas lascas de meus pensamentos e emoções transtornadas. Mas sempre dizia que os meus infortúnios eram causados pelos outros ou pelas circunstâncias.
Meu amigo, ainda bem que aprendi a rir de mim mesmo.
Fui possuído mediunicamente por uma risada espiritual que se apossou de mim de tal maneira que até hoje ainda estou rindo. Era a risada invisível do ´Papai de tudo´ aconchegando-se no meu coração e na minha vida.
Quando percebi que Ele era puro sorriso entre as dimensões e seres, ocorreu a minha grande iluminação interior.
Fui tomado por um imenso agradecimento a Ele por tudo. Eu ria e chorava ao mesmo tempo.
Então, meu cemitério foi lavado pelas minhas lágrimas e as tumbas cheias de minha podridão sumiram como por encanto. Em seu lugar, surgiram as flores e a minha terra interior foi toda adubada por um monte de sorrisos legais.
Como dizia um mestre da antiguidade: "Caíram as escamas dos meus olhos".
E eu vi uma luz que era pura alegria viajando por entre os corações.
Ela não me ofuscava, só me fazia chorar de gratidão e rir do ridículo de nunca tê-la percebido antes.
Deixei de ser toupeira e tornei-me médium dessa alegria cristalina.
Deixei de ser coveiro e transformei-me em doador de sorrisos e dançarino luminoso.
Só sei dançar na luz e sorrir... E isso é o melhor de tudo.
Quando se chega a conclusão de que muitas coisas que acontecem na vida de cada um são ridículas, a única coisa a fazer é rir disso e parar de aborrecer-se tanto. Já não importa mais o porquê disso ou daquilo, pois a risada varre tudo e destrói o cemitério das dúvidas.
Sabe o que é melhor nisso tudo? É que muitos que lerão esses escritos descobrirão que são coveiros de si mesmos.
Se eles irão rir disso ou não, eu não sei. Mas, sei por experiência própria, que ninguém gosta de desenterrar suas emoções esquisitas.
Talvez, alguns entendam o recado: "SER RIDÍCULO NÃO SIGNIFICA CHORAR OU RIR, SIGNIFICA APENAS NÃO RIR DISSO. QUEM RI, SABE QUE O PAPAI DO CÉU TAMBÉM ESTÁ SORRINDO JUNTO!"
Meu amigo, voltando ao nosso assunto inicial, que tal mergulharmos naquela canção?
Já falei demais, agora é sua vez.
Convide seu coração para a canção, movimente os dedos para escrever e deixe o sorriso comandar o nascimento de mais uma canção.
E agradeça ao ´Papai da Aurora´ por tudo."

"AURORA"

Baby, não chores mais
O que parecia fim era só fantasia
O Amor não machuca, só verte luz
As sombras dessa dor não são perenes
Só o amor é que é...
Liberte-se da dor e vamos caminhar juntos
No jardim daqueles sonhos que nunca fenecem
Sua longa noite terminou e a aurora está chegando
Não quer balançar os cabelos nos raios de sol?
Olhe, as flores estão desabrochando
Será que elas estão rindo para o sol que vem aí?
Ou será que elas perceberam aquele que partiu
Viajando espiritualmente nos primeiros raios da aurora?
Querida, tire o manto da dor e não sinta-se sozinha
Os anjos da aurora estão chegando
Eles vêm deslizando nos raios de sol
E portando uma canção
Escute-a no coração e receba sua mensagem:
Ninguém morre, ninguém morre, ninguém morre...
O espírito só ascende além da ponte do arco-íris
E surfa nos raios de sol, forever!

PS: Esses escritos são dedicados ao meu amigo Vitor França e aos meus amigos Evaldo e Tomás, companheiros da técnica da Rádio Mundial, onde algumas horas atrás eu estava fazendo o programa "Viagem Espiritual" e rindo com eles de algumas brincadeiras, pois o clima no estúdio é sensacional devido a esse bom humor aliado a responsabilidade de veicular um programa com discernimento e amor na proposta do mesmo.

- Wagner Borges -
São Paulo, 16 de março de 2001.


- Nota: O espírito que me passou estes escritos deslizava no ar a minha esquerda fazendo piruetas e rindo muito. Tinha a aparência de um menino branco de cerca de 11 anos. Tinha cabelos pretos e emanava uma atmosfera de grande sabedoria aliada a simplicidade. Vestia calça jeans com tênis azul e camisa vermelha quadriculada. Por intuição, sei que ele é um espírito chinês bem experimentado nas lidas reencarnatórias e que sua aparência anterior é a de um chinês bem idoso. Isso só demonstra que a forma do corpo espiritual é plasmável de acordo com a vontade do espírito e que a aparência é maya (ilusão). E também comprova que nem todo mestre espiritual aparece com aquela indumentária característica de santidade que todo mundo imagina e que até mesmo os sábios espirituais utilizam-se de linguagem simples e acessível ao público (e adaptada também a época) a quem é destinada sua mensagem.
Textos assim são vertidos espiritualmente no mundo com a clara intenção de forjar na consciência dos leitores alguns questionamentos saudáveis em relação a própria vida. Para facilitar isso, a linguagem utilizada é bem simples e direta.
É bem universalista e remonta a inspiração do Grande Arquiteto do Universo.
Ao compartilhar um texto assim não é minha intenção e nem do espírito nenhuma espécie de doutrinação espiritual. Acho que isso fica bem claro na própria maneira como o texto está apresentado. O objetivo é um só: "viver, cantar, sorrir, destruir o cemitério de dentro, viajar espiritualmente com os anjos pelos raios de sol e seguir sempre vivo, na Terra ou no Além... Forever!
Enquanto eu escrevia rolava no som o belo cd "The Celestine Suite" (1999) do flautista italiano "Andrea Ceccomori". Trata-se de um trabalho new age de flauta e orquestra muito inspirado no livro "A Profecia Celestina" de James Redfield´s. O cd é importado e sua gravadora é a "Amiata Records". A série do cd é ARNR 1098 - Itália.
É um belo disco e serve como ótima trilha sonora desses escritos. Para quem gosta de um trabalho atmosférico bastante suave e inspirador para meditação ou momentos intimistas, esse é o disco!



PASSAGEM INTERDIMENSIONAL

(Trechos de uma mensagem passada para uma mãe que perdeu uma filha de 4 anos recentemente).

Há algum tempo, recebi um e-mail de uma pessoa de Fortaleza dizendo-me que recebia os textos que passamos. Seu nome é Inês e ela estava passando por uma situação muito difícil. Sua filha de 4 anos estava internada com uma doença séria e as perspectivas não eram boas. Ela escreveu para agradecer pelos textos que enviamos e que estavam sendo úteis para dar uma força para ela.
No dia 17 de maio, enviei um e-mail perguntando sobre o estado da menina. Era por volta de 03:30h da manhã quando eu escrevia. Naquele mesmo momento, a menina estava partindo do plano físico e indo morar no plano extrafísico. Só vim a saber disso dois dias depois, quando ela enviou-me o seguinte e-mail:

Mensagem da mãe: Minha filha foi a óbito em 17/05 às 3:30h. A presença física dela veio me socorrer de difíceis momentos aqui no plano físico. Agora que ela se foi, está um grande vazio. É difícil descrever a dor da ida de um filho para o mundo espiritual.Viverei cada minuto esperando o dia do nosso encontro. Parecia que era ela que precisava de mim, mas era eu que precisava dela. Deus me dê consolo, pois às vezes penso que não suportarei essa perda.
- INÊS -

Na sexta feira, 19 de maio, cheguei em casa bem tarde, por volta da 01:00h da madrugada. Havia feito uma palestra no IPPB para 200 pessoas (esse é o público médio das palestras há mais de 10 anos aqui no IPPB) e saíra para jantar com alguns amigos. Estava cansado, mas não dava para ir deitar, por ter jantado bem tarde.
Liguei o computador para ver os e-mails e mostrar algumas imagens e piadas para minha namorada que estava comigo. O primeiro e-mail que abri era justamente o da Inês comunicando a passagem da filha para o "andar de cima".
Senti algo tocar o fundo de minha alma. Resolvi escrever algo para ela. Subitamente, entrei em um estado alterado de consciência e senti uma vontade forte de escrever várias coisas para ela. Uma onda de amor tomou-me por completo e o resultado é essa mensagem que poderá ajudar a outras pessoas que também estão tristes com a partida de seus entes queridos.
A Inês me autorizou a reproduzir esses escritos e ficou feliz de poder dividi-lo com outras mães, principalmente.

Mensagem que escrevi para ela:

Oi Inês.

Não tenho o que dizer a você, só sei que ninguém morre! Seu coração despedaçou-se e só o amor e uma consciência maior podem unificá-lo na sintonia da aceitação dessa dura prova. Você é mais forte do que pensa e tem mais três filhos para cuidar. A menina alçou vôo para casa. Talvez, ela tenha vindo só cumprir uma etapa cármica e, ao mesmo tempo, preencher por um tempo o seu coração.
Tenha confiança! Sua dor passará daqui a pouco. Uma luz invisível tocará sua consciência e harmonizará seus sentimentos.
Você é mãe e eu sou um homem. Portanto, nunca poderei sentir o que você sente. Contudo, meu coração não é masculino ou feminino. A luz que mora nele orienta-me nesse presente instante a dizer-lhe: "Quem enviou a menina para renascer na Terra, por seu intermédio, é o mesmo que levou-a de volta para a casa espiritual além das luzes da terrestres. É o mesmo que está cuidando dela agora. Chamá-lo de tutor extrafísico ou de amparador de sua filha, tanto faz. O que importa é que ela está no colo dele nos planos luminosos. Está sem dor e não há confusão em seus pensamentos.
Inês, sabe o que é viajar na luz? É o que a sua filha está fazendo nesse momento. A dor que você sente agora não chega nela, devido a diferença dimensional, é só sua.
Você pode sofrer essa perda e lamuriar-se durante anos. Ou, então, continuar a ser a mulher forte e espiritualizada que sempre foi. É duro, mas, ACEITE!
Você pode sentir a perda, chorar e ficar com saudades, pois você é humana e não é a super-mulher ou a mulher maravilha. Mas, você não pode entrar nas ondas da revolta e sentir-se injustiçada. Você tem conhecimentos espirituais que podem lhe ajudar a superar essa perda. Use-os, não por frieza ou para não sentir saudades, mas porque eles são o que você tem de mais forte.
São eles que guiarão seus sentimentos nesse momento, fazendo-a lembrar da imortalidade da consciência, dos planos invisíveis, dos amparadores, das realidades além da carne transitória e das luzes que inspiram silenciosamente.
Há seres luminosos invisíveis que abraçam silenciosamente as pessoas que perderam familiares e amigos queridos. Eles revestem a aura delas com a mais pura serenidade em forma de várias cores que espraiam-se em torno e dentro de seus chacras, levando-lhes os eflúvios que balsamizam as feridas do coração. Uma inundação de cores virtuosas apazigua a alma e dá forças para vencer a dura prova da separação. Sim, Inês, tenho certeza da presença desses seres amigos abraçando-a invisivelmente em meio a uma massa de energias rosa, lilás, dourada, azul e verde. Se não tivesse essa certeza, não estaria lhe escrevendo agora. Não estou preocupado em consolar você. Minha tarefa agora é comunicar-lhe que há pessoas invisíveis a sua volta e de seus familiares. Eles são portadores de cores curativas e sabem que o tempo os fará sorrir novamente a frente.
Sua filha está no colo de alguém extrafísico, que a ama tanto quanto você, apenas mora do lado de lá. Se quiser sofrer e remoer a perda, fique a vontade. A Natureza e o tempo não ligarão a mínima para isso. Mas, se você, mesmo em meio a dor da saudade, erguer os pensamentos e abrir o coração sem revolta, a natureza e o tempo lhe abrirão mil brilhos em seu coração. Então, você saberá o que ocorre além...
Você sentirá sua filha e ela lhe sentirá, mesmo sem vocês se deslocarem interdimensionalmente. Vocês estarão juntas na casa do coração, mesmo sem se verem por um tempo. Mas, vocês saberão... além...
Inês, são 02:21h da madrugada. Estou sentado aqui em frente ao computador há mais ou menos uma hora escrevendo-lhe. Não estou aqui à toa. Fui arrebatado por uma onda invisível que me fez sentar aqui e escrever-lhe. Sei que ler isso não acabará com a sua dor e nem fará o que só o tempo tem o poder de fazer: impulsionar-lhe para a frente na senda da vida e guiar-lhe os passos na aceitação de que é preciso seguir... Contudo, sei que ler esses escritos poderá fazer seus olhos de mãe brilharem muito. Em meio as suas lágrimas, haverá compreensão, não drama. E você saberá... além...
Permita-me abraçá-la por meio desses escritos e desejar-lhe PAZ e LUZ nesse momento.
Sua filha está sentada no colo de alguém muito querido do lado de lá. Você está em meio as cores e os seres invisíveis que lhe abraçam.
E eu estou aqui escrevendo-lhe por obra de uma onda de amor.
Parece-me que sua filha, você e eu fomos abençoados por uma LUZ invisível, "PAI-MÃE" DE NÓS TODOS, que só fala no silêncio e só se manifesta no coração. Pura serenidade em ondas magnânimas, é nossa fonte de inspiração. É o PODER que dá e tira alguém de nossas vidas. É quem ordena entrar e sair de um corpo transitório e perecível. É quem nos fez imortais e sempre seguindo... Tenho duas filhas e sei o que é esse amor que brota em nossos corações de pais por essas pequenas luzes que o Grande Arquiteto do Universo nos emprestou como filhos apenas por um tempo. Pois é esse mesmo amor que me faz escrever com o coração cheio de compreensão pela sua perda. É ele que faz meus olhos brilharem e uma luz suave irradiar a favor de todos aqueles que também passam a prova da separação carnal (seja a de ontem, a de hoje, ou a que chegará amanhã).

Inês, sinta-se abraçada (por mim, pelo pessoal invisível e por uma onda de amor) e diga aos seus familiares e amigos que não tenho como dar as minhas condolências, pois há uma onda de amor aqui que só pediu-me para escrever-lhe e comunicar-lhe que sua casa está cheia de cores espirituais e que sua filha está no colo de alguém que muito lhe ama. Enquanto escrevo, estou escutando um maravilhoso cd do Bruce Becvar*. É um trabalho new age de teclados suaves, harpa e guitarras acústicas virtuosas. É bem atmosférico e descansa a mente. Você aceitaria que eu lhe desse um de presente? Assim, ele se tornaria a trilha sonora desses escritos e lhe inspiraria a pensar na menina sempre com amor, nunca com drama funesto. Suas músicas lhe farão viajar por suaves harmonias.
E você saberá... além... de um GRANDE AMOR!

Paz e luz para você e seus familiares!

- Wagner Borges - apenas um carioca que mora em São Paulo há dez anos e que escreve por ordem de um amor silencioso.
São Paulo, 20 de maio de 2000.

PS: Mais uma coisa: posso selecionar no site algumas mensagens para enviar-lhe para reflexão? São textos que poderão lhe ajudar e aos seus familiares nesse momento de adaptação a uma situação dessa natureza.

* * *

No dia seguinte ela me enviou esse e-mail:

"Tenho um carinho muito grande e especial por você, o sentimento de uma irmã para um irmão, não sei explicar, nem acho que precise. Caro amigo, muito obrigada pelas suas palavras tão confortadoras. Elas me caíram como um bálsamo. Gosto do seu jeito espirituoso de tratar os assuntos e as pessoas. Durante as vezes que estive internada com minha filha no hospital, eu sempre imprimia os textos que recebia do IPPB e os levava para ler com calma. Como ficava o dia todo, os lia várias vezes, grifava as frases que mais me tocavam e meditava sobre elas. Assim foram passando os meses, às vezes a minha alegria era chegar em casa e minha outra filha me dizer que haviam chegado mensagens novas do IPPB para mim e que ela já havia imprimido. Ficaria muito feliz, se mais uma vez, fosse os seus escritos que me confortassem, então eu quero sim que você selecione mensagens para minha reflexão."

OBS: Concordo com você quanto a aceitar toda essa situação com maturidade espiritual e não com desespero. Afinal, limão é azedo, mas se adicionarmos açúcar, água e gelo, vira uma refrescante limonada. Então, se eu adicionar alguns ingredientes que transformem essa minha dor, que isolada é amarga, eu consiga transformá-la em algo, que no fim sirva de bálsamo ou refrigerante, para mim ou para alguém.

* * *

Bom, é isso. Espero que esses escritos sejam benéficos para outras pessoas.
NÃO HÁ MORTE! SÓ HÁ MUDANÇA DE ENDEREÇO DIMENSIONAL! A CONSCIÊNCIA NÃO TEM FIM!
No final desses escritos, lembro-me de dois toques interessantes:

"Há corpos de agora,
com almas de outrora.
Corpo é vestido.
Alma é pessoa."
- Eça de Queirós -

"Maravilhosa é a força
que me vem da certeza
de não morrer jamais,
de fazer sem estorvo
a minha obra,
por mais que às vezes
o meu corpo sofra...
Bem sei:
aquilo que almejo e faço,
não cabe, de uma vida só,
no espaço."
- Christian Morgenstern -

PAZ E LUZ!

- Wagner Borges -
São Paulo, 15 de junho de 2000.

- Nota: * Bruce Becvar, cd: "The Nature of Things"; grav: Shining Star; série: SSPCD-113 (importado).


HOMENS SERENOS

Os maiores homens passaram desconhecidos.
Os Budas e os Cristos que se conhecem são heróis de segunda ordem, em comparação com os maiores, dos quais o mundo nada conhece. Em cada país, viveram centenas desses heróis desconhecidos. Eles trabalharam em silêncio, viveram em silêncio e em silêncio morreram. Com o tempo, seus pensamentos encontraram uma expressão nos Budas e nos Cristos, que chegaram a ser conhecidos para nós. Os maiores homens não buscaram obter renome algum. Deixaram suas idéias ao mundo; nada pretendiam para si mesmos; não estabeleceram escolas, nem sistemas, que levaram seu nome. A sua natureza não permitiria. São os puros sattvikas*, que nunca fazem ruído, mas se fundem no amor.
Gautama Buda disse que era o vigésimo-quinto Buda. Os 24 anteriores a ele são desconhecidos na História, apesar do vigésimo-quinto que conhecemos ter construído em cima da base que os anteriores haviam criado. Os homens mais evoluídos são silenciosos. Sabem do real poder do pensamento. Sabem que, se entrarem numa caverna, fecharem a porta e irradiarem cinco pensamentos verdadeiros, que viverão na eternidade. Em verdade, esses pensamentos penetrarão as montanhas, atravessarão os oceanos, viajarão pelo mundo inteiro. Entrarão no fundo dos corações e dos cérebros, farão nascer homens e mulheres que lhes darão a expressão prática das ações da vida humana...
Os Budas e os Cristos foram de lugar em lugar, difundindo essas verdades. Mas os sattvikas estão muito perto de Deus para entrar na ação e combater, para pregar e para fazer, como se diz na Terra, o Bem da humanidade.

- Swami Vivekananda - (1862-1902)

- Nota: * Sattvikas: homens puros.
 

Imprimir Email