GENTE, GENTE... TUDO PASSARIM!

(Atrás da Pedra Tem Estrelas)

Tem gente que parece de pedra.
Mas é gente!
E tem coração.

Ó, Senhor!
Tenha piedade dessa gente.
E lhe dê um grande amor.
Transforme a pedra dessa gente... Em flores.
Não parece, mas eles também têm coração!
Atrás da pedra tem estrelas...

Então, Senhor, inspire-os a ver o céu.
Eles são gente, gente...
E dentro da pedra tem música.

Ah, Senhor!
Faça-os cantar.
Essa gente, que também veio do céu...

Que também sonha com as estrelas, mesmo sem saber...
Essa galera que parece de pedra, mas que é gente, como a gente!
E tem coração!

Ah, Senhor!
Abençoe essa gente.
Pois eles também sonham com as flores e a música...

Então, Senhor, inspire-os a ver o céu.
Eles são gente, gente...
E dentro da pedra tem amor.

Ah, Senhor!
Faça-os cantar.
Dentro da pedra tem música.

Ah, essa gente, gente...
Parece de pedra, mas é passarim.
Igual a gente mesmo, também sonham em voar.

Então, Senhor, por favor, faça-os voar...
Para além da pedra.
Porque atrás tem estrelas...

Ah, essa gente, gente...
Igual a gente, eles também querem ser felizes.
Então, Senhor, por favor, abençoe-os.

Ah, essa gente, gente...
Parece de pedra, mas tem coração.
É tudo passarim, passarim...

P.S.:
O Papai do Céu sabe:
Passarim gosta de voar.
Mas, primeiro precisa aprender a amar.
Para com o amor voar...
E ir bem lá em cima, para saudar o sol.
E, depois, dar a volta e beijar a lua.
Com as estrelas de testemunha.
Passarim, passarim...
É tudo gente de Deus.
E o Papai do Céu sabe quem é quem.
Porque Ele vê dentro do coração da gente.
Gente, gente...
É tudo passarim de Deus.
E o vôo verdadeiro é dentro do coração.

Um beijo para os leitores.
(Voem. Voem, voem... Com amor.)

(Dedicado aos músicos brasileiros que ainda se atrevem a verter música de qualidade, pois eles são embaixadores do som e honram o Brasil com sua arte; e aos companheiros que se atrevem a voar para além da pedra...)

- Companhia do Amor* –
A Turma dos Poetas em Flor**.

(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 09 de julho de 2009.)


- Notas:
* A Companhia do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.
Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros "Companhia do Amor - A Turma dos Poetas em Flor – Volumes 1 e 2" - Edição independente - Wagner Borges, e sua coluna no site do IPPB (que é uma das seções mais visitadas no site): www.ippb.org.br.
** Enquanto eu digitava essas linhas, lembrei-me de uma linda canção de Tom Jobim, um dos gênios da música brasileira de todos os tempos. Para enriquecer esses escritos, deixo a letra da mesma na sequência.



PASSARIM

Tom Jobim
(Composição: Antonio Carlos Jobim / Paulo Jobim)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro partiu, mas não pegou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que eu também não fui feliz?
Me diz, o que eu faço da paixão?
Que me devora o coração...
Que me devora o coração...
Que me maltrata o coração...
Que me maltrata o coração...

E o mato que é bom, o fogo queimou
Cadê o fogo? A água apagou
E cadê a água? O boi bebeu
Cadê o amor? O gato comeu
E a cinza se espalhou
E a chuva carregou
Cadê meu amor que o vento levou?
(Passarim quis pousar, não deu, voou)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu, mas não matou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração...
Que me alegrava o coração...
Que iluminava o coração...
Que iluminava a escuridão...

Cadê meu caminho? A água levou
Cadê meu rastro? A chuva apagou
E a minha casa? O rio carregou
E o meu amor me abandonou
Voou, voou, voou
Voou, voou, voou
E passou o tempo e o vento levou

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu, mas não matou
Passarinho, me conta, então, me diz:
Por que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração...
Que me alegrava o coração...
Que iluminava o coração...
Que iluminava a escuridão...

E a luz da manhã? O dia queimou
Cadê o dia? Envelheceu
E a tarde caiu e o sol morreu
E de repente escureceu
E a lua, então, brilhou
Depois sumiu no breu
E ficou tão frio que amanheceu
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar não deu
Voou, voou, voou, voou, voou

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