ALMA QUÂNTICA
Matéria e espírito reagindo entre si, energias construindo a realidade. O principio da vida e fruto de uma confluência de probabilidades quânticas unidas pela vontade da consciência, e essa e a alma quântica. O filosofo Alberto Cabral falou conosco sobre as conexões ocultas entre a física e a alma.
Estudioso vem erguendo novos alicerces, tanto na física quântica quanto nos campos mais avançados das ciências espiritualistas, para reunir numa visão holística os conceitos de ambas, oferecendo uma explicação para os vários níveis de existência em nosso universo.
Para tanto, e importante retomar os conceitos da física - unidos à filosofia para dai tirar um corpo coeso de propostas e idéias que contornem os obstáculos e estabeleçam um novo conjunto de conceitos psicofisico-espirituais, permitindo ao ser humano atingir novos níveis de consciência.
Alberto Cabral, graduado em Filosofia e criador do Centro de Estudos Filosóficos Laboratório Evolutivo (CEFLE), esta desenvolvendo suas pesquisas e buscas justamente neste sentido. Com profunda formação nas ciências exatas, ele também buscou nos estudos filosóficos as respostas para suas inquietações, descobrindo que na união do conhecimento cientifico e da espiritualidade surge um campo vasto e inovador.
Antigamente, quando se falava sobre qualquer parte do conhecimento humano, de alguma maneira ele estava ligado à filosofia. A separação real do conhecimento científico, do espiritual e do filosófico de seu quando o que nós chamamos hoje de idade Moderna tomou o lugar da Idade Média. Teve início uma visão antropocêntrica na qual o homem, e não mais Deus, ocupava o centro do universo. Mudou a visão, a maneira de enxergar o mundo, e o conhecimento não podia estar submetido às crenças; ele precisava ganhar liberdade e fugir das paredes dogmáticas da religião. Na Idade Média, todas as ações eram fruto da vontade divina; do movimento da roda ao surgimento das doenças, tudo estava conectado aos destinos ocultos de Deus. Ao romper com essa linha de pensamento, os cientistas e pensadores conduziram a razão à posição de mediadora do saber.
Essa posição de destaque para a lógica e para a razão permitiu que a ciência avançasse rapidamente sobre os terrenos antes ocupados pela fé. Todavia, com o tempo, a própria ciência estabeleceu dogmas, e tudo quanto é ligado à fé adquiriu um caráter negativo, sofrendo no processo uma perseguição tão feroz quanto à Inquisição católica.
Mas nos últimos cinqüenta anos, aconteceu um fato curioso. Vários pesquisadores, de diversos campos da ciência, iniciaram pesquisas importantes buscando soluções interdisciplinares, que abarcam tanto as explicações ligadas à própria ciência (medicina, física, sociologia, biologia, entre outras) como as ligadas à fé e à figura de Deus. Também nesse espaço de tempo a busca pelos conhecimentos das sabedorias antigas se tornou importante, com uma revalorização das sabedorias hindu e chinesa, entre outras.
O que está havendo, ultimamente, é um grande afluxo de pessoas da área científica buscando embasamento na área espiritual. “Há quem diga”, exemplifica Alberto Cabral, “que o mundo só é visível porque, na verdade, há um preceito matemático na criação que realiza o mundo. Isso é uma maneira de enxergar. Mas se existe um preceito matemático, de onde ele vem! O preceito matemático está além da matéria; então, ele seria um preceito espiritual, espiritual-matemático. Se você tentar separar não tem como. Fica um vazio no meio, uma vala. Não há como você separar o espiritual do físico no dia-a-dia. Mas, na mente, a gente separa por preconceito, por educação. É um conceito que foi embutido pelo meio ambiente, pela cultura de que as coisas estão separadas. Integralmente, você é um ser com um corpo físico e com preceito espiritual, com princípio espiritual”.
A FÍSICA SE USE À ESPIRITUALIDADE
No campo da consciência, mas é uma conexão que existe além da matéria, além até do que muitos chamam de matéria espiritual (ou matéria sutil); é um princípio, é a substância mais íntima do universo, como se fosse um “DNA” do universo. Essa consciência teria uma única função no universo, que seria existir, simplesmente existir; ela seria fruto de “algo” que muitos classificam como Deus. Na verdade, tal “consciência” estaria mais próxima do conceito chinês do Tão, ou da iluminação no Zen, pois não existiriam palavras para descreve-la pura e objetivamente. Ela seria o motor por trás de todas as coisas que existem em nosso universo.
A consciência não é a mesma coisa que o pensamento, como poderíamos supor; ela é o que está por trás do pensamento, por trás da energia ou da matéria. Contudo, essa consciência interage com o universo de várias formas, pois ela é tão imaterial que precisa de um meio para existir e exercer sua ação; nesse instante, temos a ação do pensamento, do espírito e da matéria.
Essa consciência participa da fabricação do que nós chamamos de espaço e tempo (segundo as bases teóricas da Mecânica da Relatividade de Einstein, todo o universo é formado por uma teia de relações físicas relativas entre si, conhecida como espaço-tempo) e, a partir desse estado de energia e dos potenciais em todas as esferas e existência (mente-corpo-espírito), cria a realidade material sensível aos nossos sentidos.
Essa criação da realidade material passa por uma série de etapas, nas quais cada parcela dessa “vontade” adquire características, absorve energias e molda o espaço à sua volta para fazer parte dos diversos níveis de percepção. O mundo espiritual é um meio que guarda uma certa capacidade de “ser”, isso é, no mundo espiritual, existem as diversas possibilidades de todas as coisas que estão para surgir em nosso mundo material, desde o reino das fadas até as maiores realizações da ciência. Contudo, essas potencialidades, embora possuam uma certa “densidade”, não são “matéria”. Para surgirem como tal precisam de mais do que isso; precisam de algo que as traga para o plano físico.
CABRAL DIZ
Que o mundo espiritual seria uma das etapas de “densificação da consciência” - como explicado acima. Na verdade, podemos explicar esse conceito segundo as bases da física quântica, pois existiria um aumento das probabilidades, o que resultaria na densificação da “idéia” em matéria (na física quântica, tudo é medido segundo probabilidades de “algo” acontecer, ou seja, quanto maior a porcentagem nas equações, maiores são as chances daquilo se manifestar no mundo físico).
Exemplificando, o mundo espiritual seria um mundo que tem um certo grau de probabilidade de existir; um grau menor de probabilidade em relação ao nosso, mas ainda assim é um grau de probabilidade, que produz resultados num meio de menor densidade (nas esferas sutis, muito relatam que, ao pensarem em algo, o meio ambiente se modula e constrói algo semelhante ao que foi imaginado), ou seja, uma matéria menos densa, algo que chamamos “mais sutil”.
Sabemos que existem probabilidades das coisas acontecerem; a “consciência” consegue atuar sobre tais probabilidades independentemente de existir matéria ou não. A “consciência” gera novas probabilidades para interagir com o mundo físico.
Ela vai atingindo gradualmente o plano físico, gerando um campo crescente de probabilidades, aumentando progressivamente sua influência. Nesse ponto, ela atinge o plano mental, depois o espiritual e, por fim, o plano físico.
Nesse instante, entramos no polêmico Paradoxo de Young (elaborado pro Thomas Young [1773-1829]. Segundo esse paradoxo, quando uma experiência é registrada, na verdade ela é influenciada pelas expectativas dos pesquisadores; portanto, os resultados finais refletiriam o que os observadores “desejariam”). A questão do observador é central nas pesquisas quânticas, pois quando se analisa uma partícula, o comportamento dela é determinado pela maneira pela qual é observada. O observador tem o poder de modificar o estado físico da experiência. O grande problema da física quântica é responder de onde vem o poder do observador.
O interessante disso, segundo Alberto Cabral é que o observador determina o resultado no momento em que olha; enquanto o observador não olha, não se pode dizer o que está acontecendo; é o observador que está determinando a realidade. É a “consciência” determinando a realidade. Para a física, isso é algo inexplicável. Nessa proposta da “física espiritual” desenvolvida por Cabral, é a consciência que determina as probabilidades. Quando a “consciência” olha, ela determina as probabilidades e estabelece um padrão no universo para aquele evento singular.
Aquilo que é observado passa a existir, de uma determinada forma, até deixar de ser observado. Nesse ponto, cruzamos com a teoria do universo que é proposta no livro o Universo Autoconsciente, do físico indiado Amit Goswami. Nessa obra, temos relatos de experiências que os físicos fizeram em laboratórios renomados e com grande acuro científico dizendo que, quando as coisas não são observadas. A matéria se torna difusa se “algo” não é pensado ou observado longamente.
AS MATERIALIZAÇÕES
São explicadas da forma simples a partir dessas observações. Existe tanto a materialização feita pela consciência lúcida (evoluída e espiritualmente plena), quanto a materialização feita por volume de insistência (quando muitas pessoas desejam a mesma coisa). Alberto Cabral diz que a materialização através da física espiritual acontece da seguinte forma: se muitas pessoas pensam em algo ela aceleram o processo de densificação para que aquilo aconteceça ou exista.
Contudo, existem materializações que fazem uso de ectoplasma, que é um material intermediário. O ectoplasma é formado a partir de tecidos cedidos por um corpo que, vibrando num determinado estado eletromagnético, pode ser reorganizado fora do corpo como matéria. É dessa forma que surgem as materializações a partir do ectoplasma.
A partir da física espiritual, ainda podemos ter explicações para grandes fenômenos, como é o caso relatado numa das edições sobre a vida do sábio Yogananda, na qual ele conta experiências de materializações do guru indiano conhecido como Babaji (uma figura lendária e tida como um dos grandes mestres espirituais da Terra. Sexto Sentido 7).
Nesse relato, Babaji faz aparecer um castelo, que teria por objetivo servir como alicerce para uma experiência espiritual de um discípulo. Essa materialização não foi feita com o ectoplasma, mas a partir da própria estrutura do universo. A consciência de Babaji emitiu aquele pensamento ou sentimento; então, as probabilidades colapsaram e atingiram um nível crítico, produzindo a transformação da realidade material e o “aparecimento” do castelo; e se fez matéria. Quando a experiência acabou, ele eliminou o pensamento de sua mente, pois havia cumprido sua função, e a matéria se desfez.
Para a física quântica, o universo é formado por esses “potenciais de ser”. Generalizando, podemos afirmar que somos uma “espuma quântica”, unidades básicas de potencial formando toda uma “espuma” de probabilidades, e essa espuma tem a capacidade de “realizar” matéria, de fazer com que a matéria exista.
Essa é uma explicação viável. O que chamamos de paz interior e amor (como emoções e estado de espírito) é o que na física vemos como ordenação e interação compreensiva; a capacidade de fazer com que as coisas aconteçam.
Existe uma expressão conhecida na ciência como “potencial do vácuo”. O vácuo absoluto tem potencial de ser qualquer coisa. Alberto Cabral explica que “se você observa passivamente uma região do espaço de vácuo absoluto, você tem um potencial de produzir qualquer coisa momentaneamente, pois o vácuo sobre picos de interferência dos observadores e ele quase vira matéria, mas por falta de ordenação interna, não vira”.
Isso significa que se alguém estiver olhando para aquela região e emitir um sentimento de que ali deve haver algo, esse algo aparece em algum dos planos de existência. Se a pessoa tiver ordenação interna e essa ordenação não sofrer flutuações de intensidade, o desejo da pessoa se torna real, material, tangível. Portanto, o que chamamos de materialização não está restrito aos eventos paranormais; na verdade, faz parte dos conceitos mais profundos da física e da espiritualidade, ao alcance de todos.
PARTINDO destes conceitos podemos imaginar que todas as formas de vida influenciam a realizada e produzem elementos que tornam sua densidade(como seres materiais) maior ou menor. Isso se reflete no modo de Alberto Cabral encarar o fenômeno conhecido como Nova Era. Segundo seus estudos, ele vê a Terra como um ser vivo, muito mais velho que seus habitantes.
Como ser vivo, a terra possui uma consciência que atingiu tal grau de maturidade que sua índole fez com que ela tivesse um desejo de compartilhar vida de uma maneira diferente. É um “ser” que virou um planeta. Ela atingiu tanta maturidade que se densificou, gerando uma curva gravitacional em torno do seu potencial e, assim, agregando a matéria e a energia que a transformariam em planeta.
Também aproximou as consciências que estavam por aqui e que formaram os outros planetas. Gerando esse colapso de matéria, criando curvas de espaço-tempo em torno da própria “consciência”, quis compartilhar vida.
Contudo, para entendermos a Nova Era, devemos compreender que existem coindições externas ao sistema solar que fazem com que a própria estrutura de espaço-tempo varie em torno de nós. Simplificando os conceitos matemáticos e físicos da questão; existe uma grade gravitacional (tanto materialmente como espiritualmente), que atua a grandes distâncias sobre nós, fazendo com que o espaço-tempo ao nosso redor mude de densidade em certos pontos. O sistema solar, segundo as experiências obtidas por Alberto Cabral, está se dirigindo a uma região com um pouco menos de densidade.
O que isso significa! Que os seres conscientes da Terra irão precisar de uma quantidade menor de probabilidades para formar matéria física. A cada dia que passa, a matéria vai ficar um pouco mais sutil, porém o plano espiritual não está ficando mais sutil; na verdade, nós estaríamos nos aproximando mais da densidade que existe no plano espiritual. Nós estaríamos ficando mais sensíveis, e é isso a Nova Era. Não será uma época na qual nos será dado tudo o que queremos, sem darmos nada em troca. O planeta está caminhando para um nível maior de sensibilidade; então, para reencarnar na Terra, a pessoa já precisa ter uma certa maturidade para lidar com essa sensibilidade, com essa nova forma de matéria sutil.
VÁRIOS ASTRÓLOGOS
E profetas preconizaram tais mudanças. A ida para uma Nova Era é fruto do percurso físico e espiritual do planeta. O que ocorre é que devemos analisar qual a condição espiritual de cada um e como lidar com esse processo.
Alberto Cabral diz claramente que a física apresenta limites ao espírito. Se a pessoa está desequilibrada emocionalmente, ela te uma sintonia ruim entre os seus sentimentos e a realidade. Então, ela gera pensamentos e emoções de uma densidade maior (como raiva, tristeza, ódio, entre outros); nesse caso será atraída para um planeta de densidade maior.
Exemplificando, é como se estivéssemos num planeta óleo, e ele vai virar planeta água (água e óleo não se misturam), e que não for da densidade correta vai ficar preso no óleo. Se você não sutilizar sua maneira de pensar, o seu amor e o seu carinho ficarão presos. Isso está muito além de um deus, de um Bem e um Mal, pois tais julgamentos são transitórios e incompletos; mudam conforme as eras e conforme os homens, não sendo absolutos. A natureza não impõe julgamentos de valor, não manipula; simplesmente existe. E as condições da natureza dependem da maturidade de cada um, como reage à vida e como atua segundo sua consciência.
Esse pensamento permite explicar certos aspectos das questões cármicas, por exemplo. Se você se submete a um conjunto de regras negativas que levam a um certo comportamento por hábito, está num caminho intermediário, porque tem a liberdade de agir fora do seu hábito e quebrar o ciclo, mudando a densidade das suas ações, dos seus pensamentos.
Contudo, aqueles que seguem determinados comportamentos por medo, como aquele que não mata por ter medo de Deus, na verdade possui todo o potencial letal dentro de si, e o desejo de matar não está resolvido. Nesse caso, é necessário avançar nos estudos espirituais e de compreensão pessoa no respeito à vida e às relações das consciências no universo.
Sendo assim, podemos dizer que tanto as consciências como a própria matéria, em seus mais diversos níveis de densificação, é que construirão uma Nova Era, sem julgamentos divinos; apenas o exercício das mais profundas relações naturais, das chamadas leis universais, geradas no princípio de tudo, pela “consciência” primeira: O Verbo.
Extraído da revistas Sexto Sentido 44; páginas 26-32
Para tanto, e importante retomar os conceitos da física - unidos à filosofia para dai tirar um corpo coeso de propostas e idéias que contornem os obstáculos e estabeleçam um novo conjunto de conceitos psicofisico-espirituais, permitindo ao ser humano atingir novos níveis de consciência.
Alberto Cabral, graduado em Filosofia e criador do Centro de Estudos Filosóficos Laboratório Evolutivo (CEFLE), esta desenvolvendo suas pesquisas e buscas justamente neste sentido. Com profunda formação nas ciências exatas, ele também buscou nos estudos filosóficos as respostas para suas inquietações, descobrindo que na união do conhecimento cientifico e da espiritualidade surge um campo vasto e inovador.
Antigamente, quando se falava sobre qualquer parte do conhecimento humano, de alguma maneira ele estava ligado à filosofia. A separação real do conhecimento científico, do espiritual e do filosófico de seu quando o que nós chamamos hoje de idade Moderna tomou o lugar da Idade Média. Teve início uma visão antropocêntrica na qual o homem, e não mais Deus, ocupava o centro do universo. Mudou a visão, a maneira de enxergar o mundo, e o conhecimento não podia estar submetido às crenças; ele precisava ganhar liberdade e fugir das paredes dogmáticas da religião. Na Idade Média, todas as ações eram fruto da vontade divina; do movimento da roda ao surgimento das doenças, tudo estava conectado aos destinos ocultos de Deus. Ao romper com essa linha de pensamento, os cientistas e pensadores conduziram a razão à posição de mediadora do saber.
Essa posição de destaque para a lógica e para a razão permitiu que a ciência avançasse rapidamente sobre os terrenos antes ocupados pela fé. Todavia, com o tempo, a própria ciência estabeleceu dogmas, e tudo quanto é ligado à fé adquiriu um caráter negativo, sofrendo no processo uma perseguição tão feroz quanto à Inquisição católica.
Mas nos últimos cinqüenta anos, aconteceu um fato curioso. Vários pesquisadores, de diversos campos da ciência, iniciaram pesquisas importantes buscando soluções interdisciplinares, que abarcam tanto as explicações ligadas à própria ciência (medicina, física, sociologia, biologia, entre outras) como as ligadas à fé e à figura de Deus. Também nesse espaço de tempo a busca pelos conhecimentos das sabedorias antigas se tornou importante, com uma revalorização das sabedorias hindu e chinesa, entre outras.
O que está havendo, ultimamente, é um grande afluxo de pessoas da área científica buscando embasamento na área espiritual. “Há quem diga”, exemplifica Alberto Cabral, “que o mundo só é visível porque, na verdade, há um preceito matemático na criação que realiza o mundo. Isso é uma maneira de enxergar. Mas se existe um preceito matemático, de onde ele vem! O preceito matemático está além da matéria; então, ele seria um preceito espiritual, espiritual-matemático. Se você tentar separar não tem como. Fica um vazio no meio, uma vala. Não há como você separar o espiritual do físico no dia-a-dia. Mas, na mente, a gente separa por preconceito, por educação. É um conceito que foi embutido pelo meio ambiente, pela cultura de que as coisas estão separadas. Integralmente, você é um ser com um corpo físico e com preceito espiritual, com princípio espiritual”.
A FÍSICA SE USE À ESPIRITUALIDADE
No campo da consciência, mas é uma conexão que existe além da matéria, além até do que muitos chamam de matéria espiritual (ou matéria sutil); é um princípio, é a substância mais íntima do universo, como se fosse um “DNA” do universo. Essa consciência teria uma única função no universo, que seria existir, simplesmente existir; ela seria fruto de “algo” que muitos classificam como Deus. Na verdade, tal “consciência” estaria mais próxima do conceito chinês do Tão, ou da iluminação no Zen, pois não existiriam palavras para descreve-la pura e objetivamente. Ela seria o motor por trás de todas as coisas que existem em nosso universo.
A consciência não é a mesma coisa que o pensamento, como poderíamos supor; ela é o que está por trás do pensamento, por trás da energia ou da matéria. Contudo, essa consciência interage com o universo de várias formas, pois ela é tão imaterial que precisa de um meio para existir e exercer sua ação; nesse instante, temos a ação do pensamento, do espírito e da matéria.
Essa consciência participa da fabricação do que nós chamamos de espaço e tempo (segundo as bases teóricas da Mecânica da Relatividade de Einstein, todo o universo é formado por uma teia de relações físicas relativas entre si, conhecida como espaço-tempo) e, a partir desse estado de energia e dos potenciais em todas as esferas e existência (mente-corpo-espírito), cria a realidade material sensível aos nossos sentidos.
Essa criação da realidade material passa por uma série de etapas, nas quais cada parcela dessa “vontade” adquire características, absorve energias e molda o espaço à sua volta para fazer parte dos diversos níveis de percepção. O mundo espiritual é um meio que guarda uma certa capacidade de “ser”, isso é, no mundo espiritual, existem as diversas possibilidades de todas as coisas que estão para surgir em nosso mundo material, desde o reino das fadas até as maiores realizações da ciência. Contudo, essas potencialidades, embora possuam uma certa “densidade”, não são “matéria”. Para surgirem como tal precisam de mais do que isso; precisam de algo que as traga para o plano físico.
CABRAL DIZ
Que o mundo espiritual seria uma das etapas de “densificação da consciência” - como explicado acima. Na verdade, podemos explicar esse conceito segundo as bases da física quântica, pois existiria um aumento das probabilidades, o que resultaria na densificação da “idéia” em matéria (na física quântica, tudo é medido segundo probabilidades de “algo” acontecer, ou seja, quanto maior a porcentagem nas equações, maiores são as chances daquilo se manifestar no mundo físico).
Exemplificando, o mundo espiritual seria um mundo que tem um certo grau de probabilidade de existir; um grau menor de probabilidade em relação ao nosso, mas ainda assim é um grau de probabilidade, que produz resultados num meio de menor densidade (nas esferas sutis, muito relatam que, ao pensarem em algo, o meio ambiente se modula e constrói algo semelhante ao que foi imaginado), ou seja, uma matéria menos densa, algo que chamamos “mais sutil”.
Sabemos que existem probabilidades das coisas acontecerem; a “consciência” consegue atuar sobre tais probabilidades independentemente de existir matéria ou não. A “consciência” gera novas probabilidades para interagir com o mundo físico.
Ela vai atingindo gradualmente o plano físico, gerando um campo crescente de probabilidades, aumentando progressivamente sua influência. Nesse ponto, ela atinge o plano mental, depois o espiritual e, por fim, o plano físico.
Nesse instante, entramos no polêmico Paradoxo de Young (elaborado pro Thomas Young [1773-1829]. Segundo esse paradoxo, quando uma experiência é registrada, na verdade ela é influenciada pelas expectativas dos pesquisadores; portanto, os resultados finais refletiriam o que os observadores “desejariam”). A questão do observador é central nas pesquisas quânticas, pois quando se analisa uma partícula, o comportamento dela é determinado pela maneira pela qual é observada. O observador tem o poder de modificar o estado físico da experiência. O grande problema da física quântica é responder de onde vem o poder do observador.
O interessante disso, segundo Alberto Cabral é que o observador determina o resultado no momento em que olha; enquanto o observador não olha, não se pode dizer o que está acontecendo; é o observador que está determinando a realidade. É a “consciência” determinando a realidade. Para a física, isso é algo inexplicável. Nessa proposta da “física espiritual” desenvolvida por Cabral, é a consciência que determina as probabilidades. Quando a “consciência” olha, ela determina as probabilidades e estabelece um padrão no universo para aquele evento singular.
Aquilo que é observado passa a existir, de uma determinada forma, até deixar de ser observado. Nesse ponto, cruzamos com a teoria do universo que é proposta no livro o Universo Autoconsciente, do físico indiado Amit Goswami. Nessa obra, temos relatos de experiências que os físicos fizeram em laboratórios renomados e com grande acuro científico dizendo que, quando as coisas não são observadas. A matéria se torna difusa se “algo” não é pensado ou observado longamente.
AS MATERIALIZAÇÕES
São explicadas da forma simples a partir dessas observações. Existe tanto a materialização feita pela consciência lúcida (evoluída e espiritualmente plena), quanto a materialização feita por volume de insistência (quando muitas pessoas desejam a mesma coisa). Alberto Cabral diz que a materialização através da física espiritual acontece da seguinte forma: se muitas pessoas pensam em algo ela aceleram o processo de densificação para que aquilo aconteceça ou exista.
Contudo, existem materializações que fazem uso de ectoplasma, que é um material intermediário. O ectoplasma é formado a partir de tecidos cedidos por um corpo que, vibrando num determinado estado eletromagnético, pode ser reorganizado fora do corpo como matéria. É dessa forma que surgem as materializações a partir do ectoplasma.
A partir da física espiritual, ainda podemos ter explicações para grandes fenômenos, como é o caso relatado numa das edições sobre a vida do sábio Yogananda, na qual ele conta experiências de materializações do guru indiano conhecido como Babaji (uma figura lendária e tida como um dos grandes mestres espirituais da Terra. Sexto Sentido 7).
Nesse relato, Babaji faz aparecer um castelo, que teria por objetivo servir como alicerce para uma experiência espiritual de um discípulo. Essa materialização não foi feita com o ectoplasma, mas a partir da própria estrutura do universo. A consciência de Babaji emitiu aquele pensamento ou sentimento; então, as probabilidades colapsaram e atingiram um nível crítico, produzindo a transformação da realidade material e o “aparecimento” do castelo; e se fez matéria. Quando a experiência acabou, ele eliminou o pensamento de sua mente, pois havia cumprido sua função, e a matéria se desfez.
Para a física quântica, o universo é formado por esses “potenciais de ser”. Generalizando, podemos afirmar que somos uma “espuma quântica”, unidades básicas de potencial formando toda uma “espuma” de probabilidades, e essa espuma tem a capacidade de “realizar” matéria, de fazer com que a matéria exista.
Essa é uma explicação viável. O que chamamos de paz interior e amor (como emoções e estado de espírito) é o que na física vemos como ordenação e interação compreensiva; a capacidade de fazer com que as coisas aconteçam.
Existe uma expressão conhecida na ciência como “potencial do vácuo”. O vácuo absoluto tem potencial de ser qualquer coisa. Alberto Cabral explica que “se você observa passivamente uma região do espaço de vácuo absoluto, você tem um potencial de produzir qualquer coisa momentaneamente, pois o vácuo sobre picos de interferência dos observadores e ele quase vira matéria, mas por falta de ordenação interna, não vira”.
Isso significa que se alguém estiver olhando para aquela região e emitir um sentimento de que ali deve haver algo, esse algo aparece em algum dos planos de existência. Se a pessoa tiver ordenação interna e essa ordenação não sofrer flutuações de intensidade, o desejo da pessoa se torna real, material, tangível. Portanto, o que chamamos de materialização não está restrito aos eventos paranormais; na verdade, faz parte dos conceitos mais profundos da física e da espiritualidade, ao alcance de todos.
PARTINDO destes conceitos podemos imaginar que todas as formas de vida influenciam a realizada e produzem elementos que tornam sua densidade(como seres materiais) maior ou menor. Isso se reflete no modo de Alberto Cabral encarar o fenômeno conhecido como Nova Era. Segundo seus estudos, ele vê a Terra como um ser vivo, muito mais velho que seus habitantes.
Como ser vivo, a terra possui uma consciência que atingiu tal grau de maturidade que sua índole fez com que ela tivesse um desejo de compartilhar vida de uma maneira diferente. É um “ser” que virou um planeta. Ela atingiu tanta maturidade que se densificou, gerando uma curva gravitacional em torno do seu potencial e, assim, agregando a matéria e a energia que a transformariam em planeta.
Também aproximou as consciências que estavam por aqui e que formaram os outros planetas. Gerando esse colapso de matéria, criando curvas de espaço-tempo em torno da própria “consciência”, quis compartilhar vida.
Contudo, para entendermos a Nova Era, devemos compreender que existem coindições externas ao sistema solar que fazem com que a própria estrutura de espaço-tempo varie em torno de nós. Simplificando os conceitos matemáticos e físicos da questão; existe uma grade gravitacional (tanto materialmente como espiritualmente), que atua a grandes distâncias sobre nós, fazendo com que o espaço-tempo ao nosso redor mude de densidade em certos pontos. O sistema solar, segundo as experiências obtidas por Alberto Cabral, está se dirigindo a uma região com um pouco menos de densidade.
O que isso significa! Que os seres conscientes da Terra irão precisar de uma quantidade menor de probabilidades para formar matéria física. A cada dia que passa, a matéria vai ficar um pouco mais sutil, porém o plano espiritual não está ficando mais sutil; na verdade, nós estaríamos nos aproximando mais da densidade que existe no plano espiritual. Nós estaríamos ficando mais sensíveis, e é isso a Nova Era. Não será uma época na qual nos será dado tudo o que queremos, sem darmos nada em troca. O planeta está caminhando para um nível maior de sensibilidade; então, para reencarnar na Terra, a pessoa já precisa ter uma certa maturidade para lidar com essa sensibilidade, com essa nova forma de matéria sutil.
VÁRIOS ASTRÓLOGOS
E profetas preconizaram tais mudanças. A ida para uma Nova Era é fruto do percurso físico e espiritual do planeta. O que ocorre é que devemos analisar qual a condição espiritual de cada um e como lidar com esse processo.
Alberto Cabral diz claramente que a física apresenta limites ao espírito. Se a pessoa está desequilibrada emocionalmente, ela te uma sintonia ruim entre os seus sentimentos e a realidade. Então, ela gera pensamentos e emoções de uma densidade maior (como raiva, tristeza, ódio, entre outros); nesse caso será atraída para um planeta de densidade maior.
Exemplificando, é como se estivéssemos num planeta óleo, e ele vai virar planeta água (água e óleo não se misturam), e que não for da densidade correta vai ficar preso no óleo. Se você não sutilizar sua maneira de pensar, o seu amor e o seu carinho ficarão presos. Isso está muito além de um deus, de um Bem e um Mal, pois tais julgamentos são transitórios e incompletos; mudam conforme as eras e conforme os homens, não sendo absolutos. A natureza não impõe julgamentos de valor, não manipula; simplesmente existe. E as condições da natureza dependem da maturidade de cada um, como reage à vida e como atua segundo sua consciência.
Esse pensamento permite explicar certos aspectos das questões cármicas, por exemplo. Se você se submete a um conjunto de regras negativas que levam a um certo comportamento por hábito, está num caminho intermediário, porque tem a liberdade de agir fora do seu hábito e quebrar o ciclo, mudando a densidade das suas ações, dos seus pensamentos.
Contudo, aqueles que seguem determinados comportamentos por medo, como aquele que não mata por ter medo de Deus, na verdade possui todo o potencial letal dentro de si, e o desejo de matar não está resolvido. Nesse caso, é necessário avançar nos estudos espirituais e de compreensão pessoa no respeito à vida e às relações das consciências no universo.
Sendo assim, podemos dizer que tanto as consciências como a própria matéria, em seus mais diversos níveis de densificação, é que construirão uma Nova Era, sem julgamentos divinos; apenas o exercício das mais profundas relações naturais, das chamadas leis universais, geradas no princípio de tudo, pela “consciência” primeira: O Verbo.
Extraído da revistas Sexto Sentido 44; páginas 26-32