CONTATO COM O MUNDO DOS ESPÍRITOS

Como ocorre a comunicação entre encarnados e desencarnados, como identificar uma comunicação verdadeira de uma falsa e quais os problemas que podem surgir nessas ocasiões de contato são apenas algumas das perguntas importantes a serem consideradas quando se fala de comunicação com o mundo dos espíritos.

Gilberto Schoreder e Rosana Felipozzi
Em O Livro dos Médiuns (1861), Allan Kardec diz que toda pessoa que sente a influência dos espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Trata-se de uma faculdade inerente ao ser humano e, por isso mesmo, não é um privilégio. “Pode se dizer”, ele explica, “que todos são mais ou menos médiuns”. O que, hoje em dia, pode parecer uma afirmação óbvia para qualquer um que estude parapsicologia, foi comprovado apenas cerca de 70 anos depois com as pesquisas do cientista norte-americano, J.B. Rhine, da Universidade de Duke, provando estatisticamente que as capacidades mentais, chamadas mediúnicas, estão presentes em larga escala da população, em maior ou menor grau.

Para Kardec, Deus deu a mediunidade aos seres humanos para que eles penetrassem no mundo invisível estabelecendo, dessa forma, o contato com os espíritos. Isso, no entanto, só pode ser realizado por aqueles médiuns com capacidades acentuadas, sendo eles os responsáveis pelo contato entre o mundo dos encarnados e o dos desencarnados.

E, apesar de existirem várias formas de se estabelecer esse contato, também é preciso tomar alguns cuidados, uma vez que podem surgir problemas.

A comunicação com os espíritos pode ocorrer de várias formas. As mais conhecidas são a psicografia, a psicofonia, a intuição, a inspiração, a premonição e a audiência, entre outras. No entanto, como explica Aluney Elferr, todas as comunicações se realizam por meio do perispírito. “Ele é o agente intermediador de todas as manifestações mediúnicas, posto que o espírito não pode agir sozinho sobre a matéria”.

Os fenômenos estão ligados ao tipo de efeito que também varia de um médium para outro. Kardec ofereceu uma classificação que inclui médiuns de efeitos físicos; médiuns sensitivos; auditivos; falantes; videntes; sonâmbulos; curadores; pneumatógrafos (ou voz direta); psicógrafos.

“A comunicação ocorre”, continua Elferr, “primeiramente pela vontade, que é o carro-chefe de qualquer ocorrência espiritual – tudo nasce no pensamento. Depois, a simbiose com o médium se dá por meio de afinidades pré-existentes”. Aluney entende que a psicografia se tornou tão comum na comunicação com os espíritos por ser fácil de ocorrer e de ser verificada depois de recebida. Seu desenvolvimento tornou-se possível também pela facilidade que os espíritos encontram para manifestar seus pensamentos com clareza e objetividade.



UM PONTO QUE FREQÜENTEMENTE É LEVANTADO QUANDO SE FALA EM COMUNICAÇÃO com a dimensão espiritual é a separação entre as comunicações verdadeiras das falsas. Especialmente os cientistas dão muita atenção a esse aspecto.

Para Aluney, “o reconhecimento se dá através de constantes verificações e vigília”. Ele explica que, depois de um tempo, o médium treinado ou educado passa a ter segurança e começa a se conhecer melhor a conhecer as comunicações. “Mas não pensemos que isso ocorre de um dia para outro”, ele prossegue. “Sempre é possível ver médiuns com essas dúvidas, e então o melhor é recorrer à prece e ao amigo espiritual para nos ajudar. Mas somente o treino constante e a boa educação mediúnica nos farão, um dia, sermos médiuns bons, ou bons médiuns”.

O empresário e bacharel em Direito e Administração, Avildo Fioravanti, atual presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo (www.feesp.com.br), diz que se parte da premissa de que uma árvore boa não dá maus frutos. “Kardec disse que o espírito, por mais inteligente que seja e esteja tentando enganar uma pessoa, em algum momento acabará se traindo e demonstrando que aquela não é uma comunicação verdadeira. Porém, há apenas duas pessoas que têm condições de identificar uma comunicação: o médium e o público que está ouvindo”.

Fioravanti também concorda com Aluney ao afirmai que somente o estudo, aprofundamento e a prática trarão ao médium espírita a bagagem necessária para saber que tipo de mensagem se trata. “Geralmente”, explica, “numa falsa mensagem ocorrem elogios a determinada pessoa; o conteúdo exposto tem um teor de vaidade ou mesmo de egoísmo. E por esses aspectos que detectamos o nível do espírito”.

Essa postura parece mesmo ser geral. Wagner Borges – sensitivo espiritualista, instrutor de cursos de projeção da consciência, bioenergia e outros temas espirituais, e fundador do Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas (www.ippb.org.br) – diz que, quanto mais preparado espiritualmente o médium estiver, maior será o seu discernimento a respeito das mensagens que recebe. “Por isso é necessário o aprofundamento do médium nos estudos espirituais sérios. A medida que for progredindo em seus estudos, e baseado em sentimentos elevados, suas percepções se ampliarão, e aí a identificação da procedência espiritual será clara e precisa”.



MAS COMO O MÉDIUM PODE TER CERTEZA DE ESTAR RECEBENDO A COMUNICAÇÃO de um espírito e não somente ouvindo sua voz mental? “Posso afirmar”, diz Avildo Fioravanti, “que no Espiritismo consideramos o termo animismo como sendo os conteúdos e experiências que o espírito traz de outras encarnações e que ficam gravados na consciência do perispírito como uma cultura, um conhecimento. Ao reencarnar, há um esquecimento natural, e no transe mediúnico ocorre muitas vezes que o médium coloca, junto com as palavras transmitidas pelo espírito, palavras do seu repertório”.

Fioravanti ressalta que esse mecanismo enriquece a comunicação, não é ruim, desde que o médium esteja preparado para isso. “Intercalar o conteúdo transmitido pelo espírito com o conhecimento do médium é, hoje em dia, considerado importante. Antigamente, considerava-se um erro, uma deficiência, mas tanto para Kardec quanto para os novos estudos desenvolvidos no Espiritismo, esse fenômeno contribui para a melhoria e aperfeiçoamento das comunicações. O que o médium não deve fazer é colocar palavras ou opiniões pessoais durante a comunicação, com a finalidade de alterar, influenciar e desvirtuar seu objetivo”.

Também é preciso ter em mente que algumas precauções são necessárias no contato com os espíritos. “No próprio Evangelho”, diz Avildo, “existe uma citação sobre esse assunto, que diz: ´Olhai se os espíritos que vêm a nós são de Deus´. Só podemos saber de fato se os espíritos que vêm a nós são de Deus ou pela linguagem, pelas vibrações, ou pela maneira como expõem um tema”. Segundo explica, espíritos superiores não gostam sequer de declarar seu nome, ou o fazem apenas em reuniões muito reservadas. Já os de ordem inferior gostam de dizer que são nobres ou que foram pessoas importantes no passado. “Porém, muitas vezes ocorre que um espírito sério se comunica em nome de outro espírito, como se fosse ele. Mais ou menos como o que acontece entre nós quando um político ou empresário manda alguém representá-lo numa reunião”.

Para Wagner Borges, um espírito pode alterar a aparência de seu corpo espiritual, mas não é capaz de alterar o seu padrão energético. “Pode até se parecer com um mentor espiritual”, explica Borges, “mas como as energias seguem o padrão do que a consciência pensa, sente e faz, o seu clima psíquico será insidioso e estranho. E o oposto também é verdadeiro: um mentor espiritual pode alterar a aparência de seu corpo espiritual para uma figura diferente, só para testar o discernimento do médium, mas suas energias e suas idéias continuarão sadias”. Em outras palavras, o médium deve prestar atenção ao teor das idéias passadas e à qualidade das energias manifestadas pelo espírito. “Pode-se dizer que o padrão energético de cada espírito é o seu cartão de visita consciencial. Compete ao médium saber avaliar se o cartão é válido ou não”.



ALGUNS PROBLEMAS PODEM SURGIR NO CONTATO COM OS ESPÍRITOS. “O contato com espíritos legais”, conta Wagner, “é sempre sadio, pois eles portam energias conscienciais elevadas. Porém, o contato com entidades enfermiças causa sérias intoxicações na aura do médium. Isso pode acarretar sérios distúrbios nas vibrações dos chacras e do campo energético (duplo etérico). Além disso, há o risco de distúrbios psíquicos, com alterações de personalidade e o surgimento de tendências estranhas no jeito de ser do médium desavisado. Pode-se dizer que muitas obsessões espirituais começam por aí”. Segundo ele, não custa nada relembrar o toque espiritual de Jesus: “Orai e vigiai”.

Para Fioravanti, tudo depende do ambiente em que o espírito está se comunicando. “Primeiramente, um médium nunca deve permitir que os espíritos se comuniquem fora do ambiente apropriado, ou seja, a casa espírita. Isso porque o médium pode se fragilizar diante do espírito e, na casa espírita, ande toda o ambiente é preparado para o trabalho de comunicação, ele estará seguro”.

O presidente da Feesp explica que muitos médiuns começam a receber espíritos dentro de seus lares, orientam um filho, um amigo, e alguns ainda cobram para fazer essa assistência. “Aí, o que ocorre é que os espíritos que se afinam com esse tipo de atividade vêm e, com certeza, não são espíritos superiores. Podem não ser maus, mas não são superiores. Muitas vezes, são espíritos brincalhões, frívolos, e acabam influenciando mal as pessoas. Há casos em que esses espíritos se sentem tão bem naquele ambiente que, quando a reunião termina, eles não vão embora; permanecem na casa, ficando ao lado do médium, acarretando sensações de muito mal-estar”.

Avildo também fala a respeito das chamadas sessões com o copo, algo que muita gente gosta de fazer como uma brincadeira. “Quando eu era menino”, explica Avildo, “nunca fui atrás dessas brincadeiras. Meu pai era dirigente de uma casa espírita e dizia que isso era perigoso. Apesar de não saber por quê, eu respeitava, temendo que algo de ruim pudesse me acontecer. Na verdade, uma pessoa que tenha um certo nível de conhecimento, não se identifica com certos tipos de brincadeiras, não é? Por exemplo, um professor não entra na classe jogando papel na cabeça dos alunos, derrubando coisas ou atirando cadernos no chão. Ele entra para dar aula. A mesma coisa acontece com os espíritos superiores; eles não vêm até nós para participar de brincadeiras”.

O problema, ele explica, é que nessas sessões com o copo estão presentes espíritos despreparados e, às vezes, com um pouco de maldade, o que pode tornar a “brincadeira” perigosa. O copo realmente se mexe por existir um ou mais médiuns nessas sessões, mesmo que sejam crianças. “De repente, numa dessas brincadeiras, as crianças resolvem parar e o espírito não quer. E nesse momento que podem começar a acontecer alguns problemas. Eu sei de um caso em que um grupo de adolescentes estava brincando com o copo e ele não parava. Os jovens começaram a se apavorar e, depois, esse copo foi arremessado contra a janela e quebrou do lado de fora da casa. E preciso tomar cuidado”. O mesmo se pode dizer sobre as tábuas ouija, cujo princípio é o mesmo, apenas com outro objeto. “Eu não tenho conhecimento”, prossegue Fioravanti, “de algum incidente que tenha havido com essa brincadeira, mas eu recomendo que não se brinque, porque você está brincando com uma inteligência. Um espírito é um ser inteligente cuja índole você não conhece. É mais ou menos como pegar qualquer indivíduo na rua, levar para dentro de sua casa para que ele participe de uma atividade qualquer. Penso que você jamais faria isso sem saber os antecedentes dessa pessoa”.



WAGNER LEMBRA QUE, PARA MOVER UM OBJETO NO PLANO FÍSICO, é necessária certa quantidade de ectoplasma para que os espíritos desencarnados possam utilizá-lo na produção dos efeitos físicos. “Ocorre que os espíritos apegados e obsessores estão mais próximos, no ponto de vista vibracional. Por isso, há uma forte possibilidade de que quem mexa o copo ou a tábua ouija seja alguém de um plano denso. Há espíritos levianos que adoram se passar por espíritos superiores, dando conselhos furados e aparentando uma nobreza que não possuem. Esses espíritos manipulam a energia psíquica das pessoas envolvidas nas sessões com o copo e a prancha, e movimentam os mesmos a partir desse uso indevido das energias alheias”.

Ele diz que é possível que um espírito superior possa se apresentar e ajudar alguém numa sessão dessas, mas não é o que mostra a prática mediúnica. “Normalmente, os amparadores costumam passar coisas úteis pelas vias da intuição, das idéias criativas, ou mesmo se encontrando com as pessoas durante o sono, quando elas estão projetadas fora de seus corpos densos, para aconselhamento e estudo de temas enobrecedores”.

Além desses cuidados que devem ser tomados, ainda existe o perigo do médium ficar dependente da comunicação espiritual. Para Wagner Borges, a maneira de se evitar isso é o médium estudar e elevar-se espiritualmente, sem se esquecer de que ele também é um espírito e, como tal, apresenta o seu próprio potencial criativo, independentemente do espírito-guia. Fioravanti diz que isso pode ocorrer se o médium estiver em desequilíbrio, com um nível vibratório semelhante ao do espírito, de forma que ambos entram em sintonia. “Se esse médium não tem condições de reverter esse desequilíbrio”, explica Avildo, “essa sintonia permanece e, dependendo do grau de envolvimento já atingido, o espírito pode se tornar um obsessor”. Caso o envolvimento não seja afetivo e esse espírito não mantenha pelo médium qualquer tipo de sentimento de ódio ou raiva, ele entra em sintonia e depois vai embora. Mas se houver um vínculo entre eles, ligado a um passado triste e doloroso, esse espírito pode querer prejudicá-lo.



“É BOM RESSALTAR”, PROSSEGUE FIORAVANTI, “QUE A MELHOR COMUNICAÇÃO É aquela em que há um bom entrosamento e afinidade entre o espírito e o médium. Após o término de uma comunicação recebida por meio de um bom médium, há uma elevação do seu nível vibratório. Às vezes, não permanece por muito tempo, mas se no caso for um espírito superior que está presente, consegue elevar as vibrações a ponto de manter no médium esse equilíbrio. É como ligar um rádio; tem que estar sintonizado na estação escolhida, senão mudamos, porque simplesmente não queremos aquela. Isso ocorre também entre o médium e o espírito que, quando estão sintonizados, transmitem uma boa comunicação, não havendo dependência de nenhuma das partes”.

Com outras palavras, Wagner Borges diz o mesmo. “O legal é ver um conjunto sadio: espíritos comunicantes elevados trabalhando com pessoas encarnadas excelentes”. E ele complementa dizendo que os estudantes espirituais devem ficar atentos para o fato de que o desenvolvimento parapsíquico – incluindo aí a mediunidade; as experiências fora do corpo; a ativação dos chacras; a telepatia; a clarividência e outras capacidades – não é o mesmo que desenvolvimento espiritual.

“Esse último é o desenvolvimento das qualidades de caráter e virtudes de um ser em evolução. E nem sempre os dois desenvolvimentos andam equilibradamente. Há médiuns que apresentam fortes qualidades mediúnicas, mas não portam bom senso e nem se utilizam de suas capacidades para melhoria de si mesmos ou dos outros. Alguns chegam a se utilizar da mediunidade para finalidades destrutivas e sem ética”.

“Para aqueles interessados nesses estudos e práticas espirituais, é sempre bom objetivar o desenvolvimento equilibrado de suas capacidades parapsíquicas como o desenvolvimento de paciência, do discernimento, da compaixão, do bom senso, da inteligência, da modéstia, além de muita alegria e agradecimento ao Todo pelas oportunidades de crescimento consciencial”.

Wagner conclui com uma lição espiritual que o espírito André Luiz lhe passou numa ocasião em que se encontrava fora do corpo: “O subdesenvolvimento da consciência se caracteriza pelo baixo nível dos pensamentos, que nascem no seu campo mental, e pelo alto grau de radicalismo, egoísmo, medo, orgulho, raiva e preconceito que se manifestam no seu campo emocional”.



NA CHAMADA INCORPORAÇÃO QUE OCORRE DURANTE O CONTATO COM OS PLANOS EXTRAFÍSICOS, alguns médiuns perdem totalmente a consciência e outros, não. São tipos diferentes de médiuns, como explica Avildo Fioravanti. “A maioria dos médiuns é do tipo consciente, ou seja, o espírito na verdade não incorpora; apenas induz, através dos pensamentos, a transmissão de uma mensagem. Ao médium cabe o papel de relatar com as suas palavras o conteúdo que está recebendo do espírito, que não manipula os órgãos que transmitem a fala do médium. Porém, existe uma mediunidade mais rara na qual o médium inconsciente transmite pensamentos emitidos pelos espíritos e, após o término do trabalho, não se lembra de nada do que falou. Os chamados médiuns de efeitos físicos também recebem uma ação mais direta do espírito quando, por exemplo, sob seu controle, utilizam as mãos do médium para pintar, desenhar, escrever. Às vezes, em sua vida cotidiana, esses médiuns nunca sequer aprenderam a pintar ou desenhar”.

Com relação à transcomunicação instrumental, Avildo cita Jesus. “Certa vez, Jesus disse que, se proibissem os homens de falar, as pedras falariam. A transcomunicação instrumental nada mais é do que as pedras a que ele se referiu. Nesse processo, os espíritos podem transmitir uma mensagem através de um aparelho eletrônico, gravar uma imagem ou até mesmo falar ao telefone. A complexidade do fenômeno pode ser verificada, por exemplo, na reprodução da voz obtida pelo espírito por meio da manipulação do fluido de um médium, presente ou ausente no local. Sem a participação de um médium e sem esse fluido, não haverá a compatibilidade molecular necessária para tornar possível a materialização da voz ou qualquer outra manifestação física. Nosso órgãos sensoriais estão vinculados às nossas dependências ou necessidades, e é por isso que não conseguimos ver ou ouvir esses espíritos”.

Outro tema importante no que diz respeito a essas comunicações com outras dimensões é a regressão a vidas passadas, ultimamente muito utilizada na psicanálise. Fioravanti diz que o assunto é importante, porque se fazem algumas confusões, tanto no meio espírita quanto entre leigos. “O Espiritismo”, diz ele, “estuda os fenômenos que sempre existiram na natureza. Nada foi inventado. Há alguns utilizados em consultórios ou laboratórios e que estão ligados aos processos mediúnicos, mas não têm nada a ver com o Espiritismo. A terapia de vidas passadas é considerada um fenômeno autêntico que pode ser utilizado pelo terapeuta, mas não na casa espírita, por não fazer parte do currículo de estudos da Doutrina Espírita. Respeitamos e sabemos que existem casos em que certos traumas mantidos no inconsciente podem, através de uma terapia realizada por um psicólogo ou psicanalista bem preparado, ser eliminados e, com isso, o sofrimento de algumas pessoas. É uma técnica válida para os tempos modernos”.

Fioravanti acrescenta que a comunicação com os espíritos só vem trazer um grande alívio à consciência humana.

“Durante muito tempo”, ele diz, “a humanidade viveu de maneira repressiva. Foi educada para ter medo, acreditar em promessas e culpas. O Céu e o Inferno eram os dois elementos para onde nossa alma se encaminharia. Quando Kardec trouxe explicações e exemplos racionais, extraídos do próprio evangelho, um mundo novo surgiu. Em sua afirmação os espíritos não morrem, mas sim continuam tendo uma vida muito semelhante à nossa, ele consegue transmitir um conforto incalculável a todos nós. Sabemos que, no Plano Espiritual, tanto as amizades quanto as famílias se constituem pelo afeto, e não pelos laços consangüíneos ou mesmo por interesse. Sendo assim, viveremos e sempre estaremos com aqueles por quem tivermos verdadeira afinidade e amor”.

É por esse motivo que Jesus disse: “Onde estiver seu tesouro, estará seu coração”.

(Extraído da revista Espiritismo e Ciência 17, páginas 26-33)

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